O ambicioso presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha já começa a ver a sua reeleição por um canudo |
Foi há seis
meses que, depois de o ministro da Saúde ainda em funções ter anunciado que o
novo hospital do Oeste seria construído no Bombarral, o presidente da Câmara
Municipal de Caldas da Rainha proclamou que o concelho a que ainda preside iria
fazer "luto" e estaria em "luta" contra a decisão. Porque,
recordemo-lo, o presidente de Caldas da Rainha queria, e às vezes ainda quer,
um hospital público em exclusivo para o seu concelho e para sua glória
política.
Passados seis meses... aconteceu o quê? Nada. O presidente de Caldas da Rainha ainda espevitou os ânimos de alguns crentes e dos eternos sonhadores locais (a Linha do Oeste, o hospital, etc.) para duas ou três manifestações de rua e chegou.
Ele, Vítor Marques, como empresário esperto mas político desastrado, já terá
percebido que o hospital esteve sempre perdido. E também terá percebido que,
tendo alienado os seus colegas das outras câmaras municipais do Oeste com a sua
reivindicação de exclusividade, nem sequer conseguiu assegurar qualquer tipo de
vantagem para poder negociar qualquer tipo de contrapartidas.
Condenado à
irrelevância nesta matéria, e com problemas na Vamos Mudar, a associação
unipessoal que criou e onde já se viu obrigado a tomar as rédeas da direcção,
Vítor Marques viu numa recente declaração do presidente do PSD, Luís
Montenegro, uma oportunidade de fazer prova de vida.
E o que Luís Montenegro disse foi isto: "Nós precisamos do hospital novo e creio que se nos embrulharmos em discussões apenas focadas na localização estamos a dar argumentos para adiar mais a sua construção”, “o que nós queremos mesmo é que o hospital veja a luz do dia” e “neste momento há uma localização que foi escolhida e é preciso andar para a frente com o projeto, executá-lo”,
Tem toda a razão o presidente do PSD. A decisão está tomada e qualquer leilão de feira em torno do futuro hospital do Oeste, já anunciado para o Bombarral, pode atrasar a sua construção. C0m eleições legislativas à vista, todas as câmaras municipais vão querer tudo e mais alguma coisa. Neste caso é um hospital. Pode ser, ainda, um aeroporto ou, como aconteceu noutros tempos, uma universidade.
Com esta rejeição, o grupo Vamos Mudar teve uma derrota politicamente significativa. Como significativo foi o facto de a votação, na Assembleia Municipal, ter ocorrido há mais de dez dias (foi a 28 de Novembro) sem que os crentes de Vítor Marques e da sua "luta" se tenham manifestado.
Esteve bem o PSD na rejeição da moção de Vítor Marques e no comunicado com que lhe respondeu.
É assim que se faz política a sério e é um primeiro passo, e decisivo, para afirmar o seu estatuto de oposição. E tenhamos esperança de que seja, também, indicativo de que o PSD já está a preparar-se para as eleições municipais de 2025. Em que, para bem do que ainda de jeito sobrevive no concelho, Vítor Marques não pode ser reeleito.
A notícia do "Jornal das Caldas" sobre a rejeição da moção pode ser lida aqui:
O comunicado do PSD pode ser lido aqui (na
"Gazeta das Caldas"):
https://gazetadascaldas.pt/opiniao/comunicado-do-psd-das-caldas-da-rainha/
O ataque do Vamos
Mudar ao presidente do PSD pode ser lido aqui (na "Gazeta das
Caldas"):
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