sábado, 30 de dezembro de 2023

Banha da cobra


Compreendo a necessidade do uso das máscaras faciais em algumas circunstâncias. Numa instalação hospitalar em que é necessário salvaguardar doentes e pessoal clínico de alguma contaminação mais perigosa. Por pessoas que têm condições de doença que as tornam especialmente debilitadas. Pelos investigadores numa cena de crime. Ou numa cidade subjugada pela poluição atmosférica, como certas cidades do Oriente. 

Mas não deste modo, como aparece hoje na primeira página do "Correio da Manhã":




E, muito menos, como agora parece que a DGS recomenda: os engripados devem andar por aí mas com máscara, em vez de ficarem em casa?!








Nunca percebi as vantagens do trapo, nem na época delirante dos confinamentos decretados em 2020 e em 2021 pelos políticos que abraçaram o fascismo sanitário, borrados de medo perante a mais sobrevalorizada de todas as pandemias. Nunca ficou provada a eficácia das fraldinhas faciais e o modo como vi tantas vezes a usá-las e a manuseá-las foi revelador de como a grande maioria das pessoas há de ter levado para a boca e  para o nariz a porcaria que se acumulava no chão e nos tabliês dos carros, onde as suas queridas máscaras repousavam.

E não me esqueço dos idosos que vi, nos dias mais quentes de 2020, a arrastarem-se ao sol em ruas quase desertas e de máscara na cara, ofegantes e com evidente dificuldade em respirarem. Nem do homem que, ao entrar num restaurante do Alto Alentejo, espirrou dentro da máscara que tinha na cara, assoando-se em seguida à mesma máscara... e sem a tirar.

O que tenho visto, nas últimas semanas, nada tem a ver com as situações em que o uso da máscara, com todas as suas limitações, pode ser realmente benéfico. Dos supermercados ao ar livre, no campo, e mesmo dentro dos próprios carros, o que vejo são pessoas que parecem razoavelmente saudáveis... mas assustadas.










Tem a ver é com a promoção do medo pela imprensa do lixo e com "apelos" ao uso da coisa por motivos relacionados com o que parece uma grande procura da população dos serviços de atendimento dos hospitais. Que substituem, mal, o que devia ser uma rede de centros de saúde capazes de receberem doentes necessitados de atendimento médico, mas não em situação de emergência.

Numa situação destas, as máscaras, que como os testes serviram para enriquecer muitas empresas e empresários, não passam de banha da cobra e muitos dos seus utilizadores são pessoas quase enlouquecidas pelo medo que tem sido estimulado desde 2020. Paradoxalmente, sem que, como as milagrosas vacinas, as máscaras tenham servido para impedir o alastramento (imunizante) do SARS-CoV-2, e de outros vírus.




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