domingo, 27 de agosto de 2023

Retrato de grupo


É fácil dizer de Beatriz Pacheco Pereira e Mário Dorminsky que são os criadores do Fantasporto (Festival Internacional de Cinema do Porto) e fazer-se de conta que está tudo dito. Não chega. São animadores culturais altamente conhecedores, eficientes e profissionais. Deram a conhecer o País e a sua cidade natal, o Porto, no estrangeiro e, cá, deram-nos a conhecer filmes, realizadores, actores e produtores. Mário foi vereador em Gaia com o pelouro da cultura e deixou obra feita. Beatriz escreveu várias obras de ficção e de não ficção e é escultora. 

Há dez anos foram vítimas de uma campanha abjecta, onde convergiram intrigas, invejas e tentativas de assalto por dentro à cooperativa cultural, a Cinema Novo, que também criaram e que era, e é, a base do Fantasporto. As autoridades, a começar pelo Ministério Público, não a impediram nem a puniram. Mas Mário e Beatriz sobreviveram, com dignidade e honradez. E mantiveram o Fantasporto. Contra todos os obstáculos e com um entusiasmo que não vacila.

Há pessoas assim e eu só posso elogiá-los e enaltecê-los. 

Conheço-os desde 1983, desde a Assembleia Mundial de Realizadores, no Funchal, éramos eu e o Mário jornalistas. E voltámos, agora, a encontrar-nos, para dois dias de convívio que passaram como se fossem dois minutos, como se a última vez que tínhamos estado juntos tivesse sido apenas na semana passada e não há muito mais de dez anos.


Mário Dorminsky, Beatriz Pacheco Pereira, Manuela Rosado e o autor da "selfie"






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