Sem máscara diante do Palácio de Belém, com manifestantes, em 26 de Fevereiro.
Ninguém lhes conferiu voto ou mandato para tomarem decisões ou definirem políticas de Estado e de Governo.
Nunca se propuseram ao eleitorado para governarem. Mas foram estas criaturas que tomaram decisões políticas, mascarando-as de "recomendações" a políticos intrinsecamente cobardes e/ou calculistas, que se escudaram nos "especialistas" e nos "peritos" para se protegerem: se as coisas corressem mal, a culpa era desses; se as coisas corressem bem, os louros seriam seus. Optando, neste e noutros domínios, por ignorarem não apenas o primado da lei como os órgãos legalmente criados (como o Conselho Nacional de Saúde Pública).
Durante o período em que, de acordo com as leis da natureza, a epidemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 passou a pandemia e depois a endemia, passearam-se todos os dias por uma imprensa que, nem como antes do 25 de Abril, alinhou com o Governo e colaborou na campanha de medo que era necessária para assustar (ainda mais) as pessoas e induzir comportamentos só equivalentes aos das populações medievais em tempos de peste.
Não sei se as televisões que enfeitaram com as suas presenças lhes pagaram pelo serviço, mas, e tendo presente que entre esta gente houve quem recebesse dinheiro das empresas farmacêuticas, a sua intervenção também há de ter sido um investimento.
Pela forma como promoveram as vacinas milagrosas, hão de ter recebido a atenção das empresas que as fabricaram. E só atenção?
Apresentados, até, como epidemiologistas quando nem sequer o eram, estas "estrelas" do espectáculo televisivo conseguiram afirmar uma fé quase religiosa travestida de "ciência" e negaram o que a ciência a sério nos ensina: que a imunidade de grupo é natural e que se obtém de forma natural.
São os rostos de um período negro.
O estado presente (e futuro...) da imprensa nacional está todo aqui: mesmo que a entrevistada o tenha dito, teria de existir alguém que soubesse ler e pensar (e escrever, já agora) para transformar o erro que é "absoletas" no correcto "obsoletas".
Quase ao mesmo tempo, perguntou-me um leitor por que motivo é que eu tinha retirado a expressão "Escritor e tradutor" daqui do blogue, onde figurava por baixo da minha fotografia, enquanto me chegava uma proposta de tradução, por sinal de uma editora com que eu ainda não trabalhara.
Acontece que a referência à minha actividade profissional de tradutor (2007 - 2021) já estava a mais porque, nessa área, reformei-me.
Foram 14 anos de trabalho, com mais de 100 livros traduzidos e, em geral, uma boa relação com interlocutoras e interlocutores altamente competentes e com empresas que sabiam respeitar os seus compromissos, apesar de todas as dificuldades.
Portanto, não faço mais trabalhos de tradução, não se justificando a referência.
Quanto a "escritor", sim, é verdade que o sou. Foram 11 romances publicados desde 2004 até 2021 ("O Último Refúgio"), com traduções em França e em Espanha e... pode haver mais? Talvez. Como disse Michael Corleone: "Just when I thought I was out, they pull me back in!". De qualquer modo, a referência não ficou onde estava, e agora sozinha também não ficou, porque a designação de "escritor", convenhamos, anda muito desvalorizada.
A excelência da cozinha e a competência, simpatia e amabilidade que eu ali encontro levam-me com frequência ao restaurante O Recanto, numa ruazinha de Caldas da Rainha. Neste caso para umas magníficas caras de bacalhau no forno, abrilhantadas por azeite a sério e broa, que, na imagem, ainda não tinha começado a mergulhar no prato. Há momentos mágicos...
Umas vezes sem, outras vezes com. A vida é uma comédia. A ex-pandemia tende a ser mais comédia do que endemia.
Em 26 de Setembro do ano passado, nas eleições municipais, uma candidatura dita "independente" ganhou as eleições para a Câmara Municipal de Caldas da Rainha e em algumas das freguesias deste concelho, nomeadamente na União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, com o lema (e nome) "Vamos Mudar".
O certo é que... nada mudou. Do muito que aqui tenho denunciado, e cingindo-me apenas à freguesia de Serra do Bouro, onde resido, nada se alterou. Ou, pior, o que se alterou foi a atitude da presidência da Câmara Municipal. O anterior presidente, Tinta Ferreira, que sempre critiquei, respondeu a pedidos de esclarecimento que lhe fiz. O actual, Vítor Marques, não respondeu.
Neste caso, a uma carta que, por correio electrónico lhe enviei, bem como à União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro (com conhecimento à Assembleia Municipal e aos dois jornais locais, um dos quais, o "Jornal das Caldas", a publicou), no passado dia 3 de Fevereiro.
A carta fica aqui publicada, com a única resposta que recebi e que veio do presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro.
Tendo votado na candidatura "Vamos Mudar", só posso expressar a minha frustração por esse voto que desperdicei.
A minha carta (de 3.02.22):
Passaram cerca de 130 dias desde o dia 26 de Setembro de 2021, dia de eleições autárquicas que foram ganhas pelo movimento que anunciava (e assim se intitulava): “Vamos Mudar”.
As eleições, em que eu votei nesse movimento (na expectativa de que haveria mudanças), levaram-vos às presidências da Câmara Municipal de Caldas da Rainha e da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro.
E neste período de 130 dias não houve “mudanças” que se vissem, nos problemas que aqui estão à vista todos os dias, pelo menos aqui na Serra do Bouro, onde resido e sou eleitor.
Por exemplo:
1. A empresa Cimalha – incompetente, parece que baratucha e menina dos olhos do anterior presidente da Câmara – voltou em força, para fazer em algumas estradas… bem, nem se sabe o quê e porquê, dois anos depois de ter andado a obrar nesses mesmos locais. E para utilizar livremente a água da rede pública, em absoluta impunidade e apesar da queixa que, sobre este assunto, fiz ao Ministério Público (como aqui relatei: https://pedrogarciarosado.
2. A Rotunda da Granja (construída em Agosto de 2020) continua por acabar, com um centro feito de terra e com um cano de plástico, onde só não se acumula lixo porque é preciso atravessar a rua para o pôr lá.
3. Os buracos decorrentes de obras atamancadas na rede de água continuam, há vários anos, por tapar, na Rua Vasco da Gama e na Rua Maria Matos.
4. Há placas toponímicas destruídas, inexistentes ou vergonhosamente toscas, como acontece na Rua Vasco da Gama e na Rua 10 de Junho.
5. As fendas da Rua da Escola, onde se eternizaram espigões de ferro, continuam por tapar.
6. Os caixotes do lixo continuam por lavar, criando focos de imundície.
7. O horroroso chafariz (uma torneira enfiada numa placa de cimento) do Cabeço da Vela lá continua, sem qualquer tipo de arranjo estético.
E estes são, apenas, alguns dos problemas que a anterior gestão municipal nunca quis resolver, e com que me deparo todos os dias. Referem-se apenas à Serra do Bouro e, convenhamos, dão a todos os visitantes, nacionais e estrangeiros (e há muitos), uma imagem lamentável da região, do município e da junta de freguesia.
Defendendo que os cidadãos eleitos para os órgãos de poder, local e nacional, devem dar explicações aos cidadãos eleitores, solicito a V. Exas. que me esclareçam sobre o que tencionam fazer relativamente, pelo menos, aos sete pontos que aqui destaquei, e o que irá mudar (ou não…) na gestão municipal.
A carta do presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro (de 4.02.22):
Agradeço desde já a sua missiva, onde coloca vários assuntos pertinentes.
Creio que, tem conhecimento de que nem todos os assuntos são da competência da junta de freguesia.
Como referiu, e bem, o facto de apenas termos tomado posse há 130 dias, saberá que é impossível, nesse período dar resposta a todos os problemas (os da responsabilidade da junta).
Não pretendo com isto desculpabilizar-me do que quer que seja, mas informo que, assim que tomámos posse, tivemos que apresentar documentos, como o plano de atividades e o orçamento, o que nos limitou em termos de atuação.
Depois, e com grande mágoa nossa o nosso vogal faleceu. De seguida tivemos que organizar as eleições.
Como é óbvio, a junta não parou. Estamos a proceder a limpezas, reparações e a algum ordenamento em termos de segurança das pessoas.
Não quero referir o que se passou em mandatos anteriores, pois considero que não me ficaria bem. Até porque uma análise das datas que indica como inicio de alguns trabalhos explica que a morosidade não é da responsabilidade deste executivo.
Quanto á Rotunda da Granja, já pedi que me seja facultado o projeto para o local, para assim, ter pleno conhecimento da situação e poder fundamentar a minha decisão (que já tomei).
As placas toponímicas, é um assunto que já foi abordado e dada indicação para a sua resolução.
Encontro-me disponível, sempre que assim o considerar pertinente. Informo ainda que desde que tomei posse, me disponibilizei para estar no edifício da junta de Freguesia, na Serra do Bouro, aos sábados, pelas 17:00 horas. Embora até hoje, nenhuma pessoa da Serra do Bouro tenha comparecido para conversar comigo.
Agradeço mais uma vez o seu contacto, pois demonstra que é uma pessoa interessada e que defende a sua freguesia.
Bem Haja
Com os melhores cumprimentos,
Nuno Aleixo Santos
Presidente
Um paraíso milionário para os laboratórios e um inferno para as crianças, parcialmente revelados pela revista "Sábado" (3.02.22): "Assim que me sento com ele na cadeira, já sabe o que aí vem e começa a espernear", conta a mãe de uma criança de um ano, mãe essa que, aliás, parece gostar de fazer testes.
Note-se, a propósito, que o director executivo médico da Unilabs (5 033 000€!), o "intensivista" António Maia Gonçalves, é um dos "influencers" que defendem os testes (como aqui mostrei).
Um aviso sem data, mas recente, espalhado em poucos exemplares pela União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro (Caldas da Rainha) numa demonstração exemplar de estupidez, negligência e desprezo absoluto pelos munícipes que lhes pagam os salários, a começar pelos que passeiam os seus cães.
Há quem insista no uso das máscaras como se elas fossem amuletos mágicos. Mas o Presidente da República mostra para o que realmente servem: para o faz-de-conta da narrativa do medo do jornalixo.
Não se apresentaram a eleições, não são decisores políticos eleitos e nenhum decisor político lhes delegou o poder de decidirem, ou de decretarem seja o que for.