quarta-feira, 5 de maio de 2021

Broncos



Se eu tivesse um jornal regional, além da preocupação de ter receitas para ele continuar a publicar-se (ou de ter capacidade de endividamento para o aguentar), teria de preocupar-me com os clientes/leitores e de os tratar bem.

E tratá-los bem significa dar-lhes notícias e informações, mas também garantir que o jornal lhes chega às mãos, sobretudo aos assinantes que, embora com uma diferença relativamente ao preço em banca, já pagaram o jornal e têm a expectativa de o receber.

É claro que a sua entrega, nestas circunstâncias, está dependente de um factor infelizmente incontrolável: o péssimo serviço da empresa CTT. Mas, sendo isso já habitual, o jornal tem de saber fazer valer a sua posição junto dessa abominável empresa e não fazer dos seus assinantes as vítimas da situação.

Depois de estar uma semana sem receber o semanário “Jornal das Caldas”, telefonei para este jornal e pedi explicações. A resposta teve duas partes, resumidamente: se eu não o tinha recebido, a culpa era dos CTT (e eles até protestavam, às vezes); se eu quisesse um exemplar da edição em falta, podia ir buscá-lo à loja do jornal.

O que, deste lado, o assinante não pode deixar de pensar é isto: eles já lá têm o dinheiro, não estão para se incomodarem.

Mas a resposta que eu, ou qualquer assinante, gostaria de ter tido era esta: a responsabilidade da não entrega é dos CTT e vamos reclamar; vamos enviar-lhe já o exemplar em falta; oferecemos-lhe mais uma semana extra, quando a sua assinatura terminar.

Numa circunstância destas, para que preciso eu de estar a assinar um jornal que trata assim os seus clientes/leitores quando até tenho dinheiro para o comprar, semanalmente, em banca? Se eu me lembrar de que ele existe, claro.

Sem comentários: