quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Falta de chá e de esclarecimento



Manda a boa educação que se responda a quem pergunta. E isto é válido para a vida em sociedade como é válido para a política. Onde não é só uma questão de boa educação: é um dever. Um dever funcional. 
O político eleito deve responder ao eleitor, tenha ou não o eleitor votado nele. Porque, mesmo não votando no político eleito (com os votos dos outros), é o eleitor que o interroga, e com motivos para isso, que está a pagar-lhe o ordenado.
Em termos práticos, o ordenado do presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha é pago com a parte dos meus impostos que reverte directamente para este município. 
Portanto, se eu pergunto, o presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha deve responder-me.
Só que não respondeu, quando o interroguei, e optou por responder a um jornal. Com isso, pensou o quê? Que me calava? Não é só o chá que lhe falta.


"Jornal das Caldas", 20.01.2021


As perguntas que fiz, em e-mail dirigido ao presidente da Câmara Municipal e com conhecimento à presidência da Assembleia Municipal, ao "Jornal das Caldas", à "Gazeta das Caldas" e ao presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro (que respondeu, no que se refere à rotunda) em 11.01.2021, foram as seguintes:

1.       As obras de Repavimentação de Vias na Zona Poente / 2018 (Salir do Porto, Serra do Bouro, Tornada, Nadadouro e Foz do Arelho - Lote 2" atribuídas à empresa Cimalha - Construções da Batalha, SA (NIPC 500777462), com sede em Santo Antão (Batalha) pelo valor de 304 793.45€ + IVA foram iniciadas em Setembro de 2020, ou seja, 13 meses depois da data em que deviam ter sido concluídas. Estas obras estão paradas desde Novembro de 2020. Como as fotografias em anexo documentam, há situações perigosas para o trânsito de pessoas e veículos e numa rua já há plantas a crescerem pelo alcatrão, o que revela a sua pouca espessura. Quando é que estas obras são concluídas?


2.       A empresa Cimalha - Construções da Batalha, SA vai receber, ou já recebeu, o pagamento por inteiro, apesar do desrespeito pelo contrato acordado com a Câmara Municipal de Caldas da Rainha?


3.       A empresa Cimalha - Construções da Batalha, SA foi de novo contratada pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha, já depois de abandonadas estas obras, para a obra de alargamento da Avenida João Fragoso por 219 058.15€ + IVA. Quais foram os critérios considerados para a contratação?


4.       Quando é que são reparadas as bermas destruídas da Rua da Escola, cujo pavimento foi também posto pela mesma empresa?


5.       A rotunda existente no cruzamento da Rua da Alviela com a Estrada Municipal n.º 566 (e visível também nestas fotografias) está concluída e é uma obra de arte específica ou ficou também por concluir?

As respostas, como se pode ver no link da notícia aqui são fraquitas. Por exemplo: 

1. O fim das obras passou para 31 de Janeiro. Mas o certo é que elas deviam estar terminadas em Agosto de 2019. Sobre isto, a resposta é zero. E, mesmo não considerando o mau tempo dos últimos dias, não é crível que tudo o que ainda falta fazer fique concluído. Só se aceitar o baixo nível dos acabamentos. 

2. O que pesou para nova empreitada da desastrada empresa (na Avenida João Fragoso) foi o preço baixo da proposta da Cimalha apresentada ao concurso público "por se considerar ser o [critério] mais objetivo e transparente". Portanto, a qualidade, a capacidade de cumprimento de prazos  e outros elementos fundamentais não interessam. 

3. Quanto aos locais onde a vegetação já rompe a estrada, "o aparecimento de vegetação, especialmente junto das bermas, em pavimentos betuminosos recentes de uma só camada é um fenómeno relativamente frequente e por regra não preocupante [porque] o trânsito a que a via irá ficar submetida encarregar-se-á de impedir a vegetação de crescer”. A resposta é de quem não conhece, não quer conhecer... e não quer esclarecer nem esclarecer-se. O que está em causa são já 9 (nove) pontos de ruptura em 500 metros de rua, onde o (pouquíssimo) trânsito que nela passa é o que já passava não chega para "impedir a vegetação de crescer". Como veremos.




E, finalmente, fica sem resposta, como estranho tabu, a pergunta sobre as bermas da Rua da Escola. O pavimento cedeu há 7 (sete) anos. Devia ser motivo de vergonha e de revolta. Mas a Câmara Municipal de Caldas da Rainha aceita como normal que isto aconteça e continua a premiar a empresa que deixou a via chegar a este estado. 


Rua da Escola: há sete anos neste estado


Gosta disto, senhor presidente?!




segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

A ascensão dos novos partidos pode ameaçar o PSD em Caldas da Rainha?

... Não sei. Mas espero que sim. Porque o resultado destas eleições presidenciais é sugestivo neste concelho, onde o PSD mantém uma influência que permite a proliferação de situações no mínimo duvidosas.
Vamos aos factos, seguindo as informações já disponíveis no site oficial do MAI (https://www.eleicoes.mai.gov.pt/index.html), registando que para estas eleições estavam inscritos 45 184 eleitores e que votaram 19 541 e, ainda, que conto para este exercício apenas os votos do universo do chamado "centro-direita".

1 - Marcelo Rebelo de Sousa - 11 925 votos (o seu universo eleitoral será o do PSD, do CDS e do PS);
2 - Ana Gomes - 2 375 votos (terá tido votos do PS e de outros sectores);
3 - André Ventura - 2 272 votos (Chega!);
4 - Tiago Mayan Gonçalves - 574 (Iniciativa Liberal).

Nas eleições legislativas de 2019, verificaram-se estes resultados num universo eleitoral de 45 411 eleitores inscritos e 23 414 votantes:

1 - PSD - 7 532 votos;
2 - PS - 7 320 votos;
3 - CDS - 1250 votos;
4 - Chega! - 349 votos;
5 - Iniciativa Liberal - 222 votos.

É interessante registar, a partir daqui, os seguintes pormenores:

1 - O conjunto de eleitores de Marcelo Rebelo de Sousa e de Ana Gomes nestas eleições é de 14 300 votos. Mas nas eleições legislativas de 2019 tiveram 16 102 votos. Perderam, em quase ano e meio, 1802 votos.
2 - O Chega! ganhou mais 1923 votos.
3 - A Iniciativa Liberal ganhou mais 352 votos.

No conjunto, os dois novos partidos foram buscar 2275 votos, do grupo PSD/CDS/PS e de novos eleitores, possivelmente. É claro que a margem para o PSD ainda é muito significativa. Mas note-se: os 1923 votos a mais que o Chega! ganhou demoraram só ano e meio a conquistar. Se não houver alterações no ciclo eleitoral, faltam dois anos e meio para as próximas eleições legislativas (2024).

E, já agora, o PCP e o BE? Em 2019, tiveram, respectivamente, 999 e 2539 votos. Agora, os seus candidatos presidenciais tiveram, também respectivamente, 635 e 910 votos. 



Gado


"Portugal tem três espécies de gado: o gado que se exporta, o gado que se importa e o gado que não se importa".
Esta piada, que ouvi no período da transição do salazarismo para o marcelismo (fase I), ilustra bem o resultado das eleições de ontem. 
Noventa e cinco anos depois do 28 de Maio, entrámos noutro marcelismo (fase II) com um rei-presidente a encabeçar um regime que, estribado agora em falsas premissas, não desmerece dos seus antecedentes mais marcantes: a Inquisição e o Estado Novo.
É isto que adora o gado que não se importa. 
Bom proveito lhes faça na sua apascentação ruminante.




domingo, 24 de janeiro de 2021

Cabronices


 

"Se quiseres ver o vilão, põe-lhe o pau na mão": o Decreto n.º 3-C/2021, de 22 de Janeiro (que altera o Decreto n.º 3-A/2021, de 14 de Janeiro) não obriga a "comprovativo de morada" para deslocações. Mas parece que a PSP e a GNR, às ordens do ministro Cabr ita, exigem.
E o comprovativo, já que se chega ao pormenor, é definido como?
Qual é?
E qual é a morada (porque a pessoa pode ter duas, uma onde resida e outra que seja a fiscal)? O cartão de cidadão e a carta de condução não têm a morada. Portanto, não servem?
E se a pessoa não tiver facturas (água, luz, serviço de telecomunicações, etc.) em seu nome, que "comprovativo de morada" é que deve ter?
E chega o concelho ou é preciso o nome da rua?
Tudo isto é demasiado estúpido, tudo isto vai demonstrando o autoritarismo de quem manda. Tudo isto (o simples facto de haver governantes que decidem estas imbecilidades) mostra a consideração que têm pelo povo.
Tudo isto mostra, também, como a imprensa deixou de interrogar o mundo e se transformou em jornalixo. Não reciclável.



sábado, 23 de janeiro de 2021

A ciência dos gatos pretos



Na Idade Média, nos piores tempos da Peste Negra, as autoridades eclesiásticas acharam que era melhor matar os gatos pretos por serem os aliados do Diabo na propagação da peste 
Quando os gatos começaram a escassear, a população de ratos aumentou e, com ela, a das pulgas que causam a peste. E a pandemia da peste aumentou. 
Os cientistas (?) oficiais de hoje estão ao mesmo nível, a olharem para os gatos pretos e sem quererem saber que os ratos têm pulgas.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Eleições presidenciais: o meu voto é em André Ventura



Em 22 de Janeiro de 2016 publiquei aqui um texto onde escrevi: "Vitorioso em toda esta fase inicial, Marcelo Rebelo de Sousa, a ganhar as eleições, e não apenas por ser esse o seu ambiente político, dará também uma vitória ao PSD, ao CDS e a todos os cidadãos que, tendo ou não votado nestes partidos em Outubro, receiam (e com razão) o abismo financeiro e económico para onde o actual governo do golpismo parlamentar nos empurra. Precisamos todos (mesmo os que não querem votar em Marcelo Rebelo de Sousa) de um pouco de bom senso e de racionalismo político e constitucional na Presidência da República e não de mais flibusteiros. Se Marcelo Rebelo de Sousa ganhar as eleições presidenciais, a sua vitória é também a nossa e a do País." 
Não foi o que aconteceu. Enganei-me, quando fiz esta apreciação.
Cinco anos depois, tenho de dizer com todo o rigor que o mandato presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa foi uma decepção (e tenho-o escrito aqui). Não votarei nele outra vez.
Só tenho, nestas eleições presidenciais, dois candidatos em que posso votar e que correspondem, em traços largos, ao que penso sobre a sociedade em que vivemos: André Ventura (Chega!) e Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal).
As suas candidaturas, que reunirão mais votos do que os respectivos partidos tiveram nas eleições legislativas de 2019, servirão para alargar um espaço político de democracia e, a curto ou médio prazo, obrigar o PSD a corrigir o seu rumo e a aproximação ao PS que o seu actual presidente quis fazer.
Acontece, no entanto, que a candidatura de André Ventura é a que está mais bem situada para reunir maior número de votos e, numa hipótese obviamente remota mas não impossível, obrigar a uma segunda volta. 
Por outro lado, e numa perspectiva mais imediata, e no concelho onde moro (Caldas da Rainha), a votação que André Ventura puder vir a ter poderá servir para dar força a uma alternativa que ainda não foi possível encontrar ao PSD local e ao seu poder, suspeito e sinistro, na eleições autárquicas.
A Iniciativa Liberal, em que futuramente talvez venha a votar, não tem ainda força para tal.
É por tudo isto que depois de amanhã, domingo, votarei em André Claro Amaral Ventura, pondo o X no quadrado que está ao lado da sua fotografia.



quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

É proibido ler





Não se compreende a decisão de interditar a venda de livros nos supermercados. E o argumento de que isso se destina a proteger as livrarias (parece que é esse o argumento) é estapafurdiamente imbecil. 
É como se os supermercados ficassem proibidos de vender produtos alimentares para protecção das lojas pequenas que vendem produtos alimentares. 
Podemos contestar as opções comerciais dos supermercados em matéria de livros. Podemos criticar o modo como os supermercados tratam os livros e os seus editores. Mas não podemos ignorar uma coisa fundamental: é nos supermercados que muita gente, crianças e adultos, tem contacto com livros. Cuja leitura, aliás, é oficialmente promovida através do Plano Nacional de Leitura... que se supõe não ter sido também proibido.
Este gesto (e pouco importa que outros governos também estupidamente o tenham feito) fica associado à Inquisição, ao nazismo e ao Ku Klux Klan) e devia envergonhar os militantes e dirigentes do PS que, no Estado Novo (onde nem se foi tão longe), se bateu pela liberdade, e pela liberdade cultural. Tal como devia envergonhar o actual Presidente da República, que nos seus programas televisivos recomendava a leitura... de livros.
Mas Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, e mais os seus respectivos bandos, devem, hoje, ficar associados a estas imagens da História. 
O que eles fizeram, e estão a fazer, não é estruturalmente diferente.





No III Reich foi assim. Chegaremos lá?


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Ainda se podem fazer perguntas?


1. A contagem dos "infetados" tem sido feita com base nos testes PCR. O facto de o PR ter entrado na categoria dos "falsos positivos" com um desses testes não pressupõe que haverá muitos "infetados" que não passam de "falsos positivos"?

2. Porque é que o Estado não certifica os testes? Porque é que o Estado não informa sobre sobre a fiabilidade dos testes PCR? Não sabe ou não quer?

3. Porque é que não é explicado que o número de "infetados" por dia resulta da soma dos testes "positivos" feitos ao longo de vários dias?

4. Qual é a média de idades dos internados e mortos anunciados todos os dias? Passa, ou não, os 80 anos? Vêm de onde?

5. Porque é que não se esclarece que os hospitais apenas estão cheios nas áreas destinadas aos doentes "com covid"?

6. Qual é a percentagem de mortos "com covid" com menos de 60 anos?

7. Porque é que não se discute a possibilidade de o vírus SARS-CoV2 estar já endémico (ou seja, generalizado e menos nocivo)? 

8. Qual tem sido a produção teórica, e revista por pares, dos "especialistas" que parecem mandar no Governo?

9. Qual é a lógica de fazer assentar na contagem dos "infetados" a definição dos "riscos" de cada concelho se os surtos ficam controlados?




Ler jornais já não é saber mais (103): o viés de "A Cor do Dinheiro"

Camilo Lourenço, na sua "Cor do Dinheiro", gosta de proclamar quando apela aos "likes" que "aquilo que você ouve aqui não ouve em mais sítio nenhum". Não é verdade. No que se refere à crise sanitária, Camilo Lourenço emprenha pelos ouvidos e limita-se quase só a repetir o que o jornalixo já disse. Talvez devesse dispersar-se menos...

domingo, 17 de janeiro de 2021

À espreita

 



Cimalha: um novo episódio do folhetim


A propósito do mau trabalho da empresa Cimalha - Construções da Batalha, SA, e em concreto disto, enviei na passada segunda-feira um pedido de informações à Câmara Municipal de Caldas da Rainha e à Junta de Freguesia das União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro.
E o certo é que, um ou dois dias depois, o pessoal e as máquinas da Cimalha regressavam aqui à Serra do Bouro para, pelo menos, arranjar uma estrada. 
O resultado tapa a valeta que passara a existir, mas nota-se que o trabalho não é perfeito. E ainda faltam muitas outras coisas.




Entretanto, a citada junta de freguesia respondeu-me, a respeito da rotunda, informando que "a Junta de Freguesia irá proceder à conclusão das obras da Rotunda da Granja, nomeadamente ao 'embelezamento' da parte interior".




Atendendo à piroseira dominante, não sei se a coisa não ficaria melhor assim mesmo, tipo arte moderna. 
Mas como isto não acaba, veremos...

sábado, 16 de janeiro de 2021

Notas de prova

 

Cavalo Negro — Branco 2017 — Vinho Regional Tejo
Fernão Pires e Arinto
Parras Vinhos - Maiorga (Alcobaça)
12,5% vol.
Bom!

Notas de prova

Cavalo Negro — Tinto 2019 — Vinho Regional Tejo
Castelão, Trincadeira e Aragonez
Parras Vinhos - Maiorga (Alcobaça)
13% vol.
Muito bom.

 

Notas de prova


Badula/Poço do Zé — Tinto 2016 — DOC Tejo
Syrah (60%) e Castelão (40%)
Quinta da Badula - Arrouquelas (Rio Maior)
13,5% vol.
Bom!
(Bebido no restaurante O Poço do Zé, Caldas da Rainha, 
a acompanhar Entrecosto no Churrasco.)

Notas de prova

 

Quinta Vale de Fornos — Tinto 2015 Reserva — DOC Tejo
Touriga Nacional
Encostas de Alqueva - Póvoa de São Miguel (Moura)
14% vol.
Muito bom!
(Bebido no restaurante O Melro, Óbidos, a acompanhar Veado à Melro.)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Algumas coisas que já sabemos...


Especialista das "reuniões do Infarmed" já a preparar-se para a de amanhã




1 - A capacidade dos hospitais, já depauperada, foi reduzida por terem sido criadas zonas para covid (e se todos os doentes são, por definição (ou porque dá jeito?), covid, essas zonas ficam cheias) e outras (que não parecem estar cheias). A gripe, as outras afecções respiratórias e o frio sempre levaram pessoas aos hospitais nesta época. Agora tudo isso é covid?!

2- Os testes em massa registam vírus activo e restos de vírus que já não fazem mal a ninguém – portanto: quanto mais testes, mais “infetados”.

3 - As “infeções” parecem vir (a DGS não fornece essas informações), na sua maioria, dos lares de idosos, que não andam por aí, pelos restaurantes, pelas lojas, pelos ginásios, etc. E até aparecem num convento onde as monjas estão em reclusão.

4 - A suposta gravidade do covid não cria situações de verdadeiro pânico público em que, por exemplo, tenhamos pessoas a morrer em massa, e indiscriminadamente, fora dos hospitais. A maioria dos “infetados” (a DGS não fornece essas informações) está a ser curada em casa de afecções em tudo semelhantes às das gripes e constipações mais fortes e típicas desta época, e muitas vezes sem medicamentação.

5 - Quando a população anda há tantos meses de máscara, a tomar banho em álcool-gel e a cumprir rituais de distanciamento, movida pelo medo e de acordo com o que a DGS diz, o aparecimento de tantos “infetados” sugere que a circulação do vírus está mais generalizada do que parece, sem que, no ano que terminou há dez dias, tenha havido, por exemplo, um excesso de mortos.

6 - Já é possível admitir a hipótese – e debatê-la, pô-la à prova, considerá-la, como se faz em ciência, como se espera que os cientistas façam! – de já haver imunidade de grupo (ou o seu começo) e de o vírus estar endémico (ou seja: circula por aí, sem danos de maior salvo em pessoas mais debilitadas).

7 - Mas os “especialistas” da ciência oficial (uma espécie de cardeais infalíveis) nem sequer se referem a estas hipóteses, fazendo finca-pé numa perspectiva imobilista e, ela sim, “negacionista” da evolução da realidade e do dinamismo da ciência, o que não deixa de ser muito estranho.


sábado, 9 de janeiro de 2021

Portefólio da Cimalha, amiga do peito da Câmara Municipal de Caldas da Rainha

 














As obras de "Repavimentação de Vias na Zona Poente / 2018 (Salir do Porto, Serra do Bouro, Tornada, Nadadouro e Foz do Arelho - Lote 2" atribuídas à empresa Cimalha - Construções da Batalha, SA (NIPC 500777462), com sede em Santo Antão (Batalha) pelo valor de 304 793.45€ + IVA foram iniciadas em Setembro de 2020, ou seja, 13 meses depois da data em que deviam ter sido concluídas.
E agora estas obras estão paradas desde Novembro de 2020. Há situações perigosas para o trânsito de pessoas e veículos e numa rua já há plantas a crescerem pelo alcatrão, o que revela a sua pouca espessura.
A empresa Cimalha - Construções da Batalha, SA foi de novo contratada pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha, já depois de abandonadas estas obras, para a obra de alargamento da Avenida João Fragoso por 219 058.15€ + IVA.
A rotunda existente no cruzamento da Rua da Aviela com a Estrada Municipal n.º 566 (Serra do Bouro) está concluída e é uma obra de arte específica... ou ficou também por concluir?

Uma pergunta legítima

Pensem bem: 

1 – os números de mortos de 2020 não revelam nenhum excesso, o que seria natural que acontecesse se a epidemia fosse muito grave; 
2 – os elevados números de “novos casos” (saídos de testes falíveis e não certificados) não são compatíveis com a inexistência de casos muito graves; 
3 – comparativamente com os outros anos (na época fria da gripe) não há mais mortes; 
4 – o frio (está muito frio, não está?), a gripe ou afecções respiratórias idênticas (alguém acredita mesmo que a gripe se “extinguiu”?), o acumular de situações graves vividas em casa tornadas ainda mais graves pelo frio e a redução da oferta de serviços hospitalares nos hospitais públicos (menos médicos e sectores fechados) são factores que contribuem (mesmo que não sejam os principais) para as “enchentes” dos hospitais; 
5 – o contacto com o vírus (que, oficialmente, só existe há 10 meses), que se sabe ser muito transmissível, deve estar muito mais generalizado que parece… e não há pessoas moribundas a caírem pelas ruas; 
6 – deve existir muita gente contagiada e, fora alguns sintomas muito ligeiros (que podem confundir-se com simples constipações), estão a fazer a sua vida normal e, possivelmente, ficarão apenas com os anticorpos; 

Perante isto, é legítimo perguntar: poderá dar-se o caso de a imunidade de grupo estar já a funcionar? Ou seja: depois de a epidemia ter gerado, pelo alastramento, a pandemia, não estará já o vírus a ficar já endémico? É o que acontece sempre…

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Ler jornais já não é saber mais (102): Camilo Lourenço e os vícios do jornalismo nacional




Nesta fotografia, a pessoa que está à esquerda chama-se Filipe Fróis e é um dos "especialistas" que servem de alibi às decisões políticas do Governo sobre a crise sanitária. Defende o uso da máscara. Mas aqui pôs a máscara no assento onde, tratando-se de um lugar público, os outros põem o rabo. 
A pessoa que está à direita chama-se Camilo Lourenço e é jornalista (aparentemente sem carteira profissional). A sua especialização é a economia e mantém vários programas ao estilo televisivo no Facebook e no YouTube sobre política e economia sob a designação geral de "A Cor do Dinheiro". A imagem documenta uma entrevista feita por Lourenço ao "especialista".
A intervenção jornalística de Camilo Lourenço e o seu programa matinal unipessoal "A Cor do Dinheiro" conseguem ser interessantes e, em parte, justificam o seu slogan "Aquilo que você ouve aqui não ouve em mais sítio nenhum".
Só que, mostrando que o jornalismo, nos nossos dias, já pode viver fora dos meios tradicionais e com acesso irrestrito, "A Cor do Dinheiro" perde-se, às vezes, no estilo comicieiro de Lourenço e, com mais frequência, no modo como apanha assuntos pela rama, resumindo-os depois com erros. Ou recorrendo aos chavões do discurso dominante. Nisto reproduz todos os vícios do jornalismo que até critica. E com razão. 
Ultimamente, deu-lhe para criticar os "negacionistas". Assim, a seco, sem mais pormenores, em contraponto com os "especialistas" (que se presume serem os "Fróis" do regime), que esses é que são bons, mesmo quando limpam os assentos alheios com a máscara que depois levam à boca e ao nariz.
Por mim, devo dizer que esperava melhor.

domingo, 3 de janeiro de 2021

Ler jornais já não é saber mais (101): a pandemia chamada "coloca"



O verbo "colocar" transformou-se numa verdadeira pandemia, na imprensa e por todo o lado. Em português temos o verbo "pôr", digno, rápido de pronunciar e de ler. 
"Colocar" só é interessante quando é pronunciado em "brasileiro", ganhando um som suave que é diferente da versão pernóstica portuguesa.
Faça um exercício, leitor, e substitua o horroroso verbo, nestes títulos de primeira página, pelo verbo "pôr" e repare se não soa melhor.




















sábado, 2 de janeiro de 2021

A treta do recolher obrigatório


Não compreendo a lógica destes recolheres obrigatórios que, aliás, nem os aprendizes de ditador Rebelo de Sousa & Costa tentam explicar.
Vivendo em casa própria, com espaço exterior e numa pequena região de casas bem espaçadas, não sou directamente afectado pela parvoíce, estando ao ar livre durante o tempo que quiser e indo passear os cães à vontade... sem ver um único covid, ou covideiro. 
Mas imagino as muitas outras pessoas (milhões delas, nas pequenas e médias cidades do País?) obrigadas a ficar em prédios de apartamentos, em ambientes concentracionários e angustiantes, de pouca respiração e, muitas delas, talvez, sem quererem sequer abrir uma janela. E sei dos milhares de restaurantes estupidamente fechados, condenados (e os seus proprietários e trabalhadores) a uma morte lenta e estúpida.
Nada disto faz sentido. 
Embora faça sentido a melancólica submissão desta gente, transida de meda, que nada questiona aos "pais da Pátria" (e filhos-da-puta). 
A Inquisição, o Estado Novo e o PS nacional-socialista deram origem a esta desgraça populacional.