Metido num canto do pátio, com as rajadas de vento a atirarem a chuva em todas as direcções, o cãozinho fica sempre fora de casa.
Que interessa se tem medo, porque nunca teve ninguém a transmitir-lhe a segurança de que precisava?
Mas até pode ser que o filho da puta tenha reforçado a dose de produto (farmacêutico?) que faz o cãozinho ficar imóvel, morto para o mundo (e para o filho da puta, talvez, que descanso que é...), durante a noite toda e até ao final da tarde do dia seguinte.
Talvez fique acompanhado, embora apenas por memórias que nenhum ser humano poderá decifrar e que talvez sejam de quando estava, com os irmãos, junto ao corpo quente e tranquilizador da mãe.
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