Esta notícia insere-se no que parece ser uma tentativa de branqueamento de todos os disparates orgulhosamente praticados pelo Governo ainda em funções, por políticos sortidos, por híbridos de bruxos e médicos e por avençados das grandes farmacêuticas e pela imprensa que ficou famosa pelo jornalixo em que se transformou e que ficou a receber dinheiro do Estado.
domingo, 31 de março de 2024
Branqueamento (1)
sábado, 30 de março de 2024
Analfabetismo
A imprensa dos nossos dias é isto: o inexistente verbo "tar" (em vez do verbo "estar") na moderníssima CNN tuga.
Porra, que são analfabetos!
*
Menos de uma hora depois de publicada esta nota, com registo também no Facebook, a notícia (ou será "nutíssia"?...) estava corrigida, com o "tiver" correctamente transformado em "estiver". Ignoro se o que publiquei serviu para perceberem a asneira.
quinta-feira, 28 de março de 2024
Coisas (muito) boas
Queixadas de porco no forno com couve lombarda estufada (no restaurante Vale Velho, em Caldas da Rainha).
Irresponsabilidade e imaturidade
O Chega, o CDS, a Iniciativa Liberal e o PSD (por ordem alfabética) representam, com os seus 138 deputados, uma parte substancial do eleitorado que, ao votar, teve uma mesma opção: oposição absoluta ao PS no poder. Havendo diferenças, talvez não muito significativas, entre o que esses partidos propõem, une-os a mesma perspectiva: oposição absoluta ao PS no poder. A vitória colectiva daquilo a que se designa por "direita" exige uma posturas de responsabilidade por parte de todos.
O PSD fez, irreflectidamente, uma asneira com o seu "não é não" no que se refere ao seu relacionamento com o Chega. Devia ter remetido essa parte do que deve ser a sua política de alianças para os resultados das eleições de 10 de Março (em vez de ceder apressadamente às investidas do PS), porque uma coisa é negar uma aliança com um partido de 5 deputados e outra é fazê-lo com um partido de 50 deputados, com mais de um milhão de eleitores.
Esta situação, que obviamente não favorece o Chega, nem o PSD, e que pode prejudicar politicamente o País, não deveria ter sido um obstáculo para o momento de irresponsabilidade e de imaturidade vivido nos primeiros dois dias do novo Parlamento.
O Chega recusou-se a votar no deputado indicado pelo PSD para a presidência do Parlamento. E o presidente do Parlamento é a segunda figura do Estado. Ou seja, a pessoa que substitui o Presidente da República se este estiver impedido de exercer as suas funções.
Para ser eleito, o presidente do Parlamento tem de obter 116 votos, ou seja, mais de metade do conjunto dos deputados. Feitas várias tentativas, o que não prestigiou a Assembleia da República, o nome proposto pelo PSD não teve votos suficientes. Os deputados do PS votaram no seu próprio candidato e os do Chega votaram em branco.
Perante isto, o PS propôs ao PSD (que aceitou, claro) dividirem o previsível período de quatro anos da legislatura em duas partes: nos primeiros dois anos, o presidente é do PSD, nos dois anos finais será do PS. E o resultado foi o previsível: o presidente da Assembleia da República é, agora, do PSD. Daqui por dois anos, a segunda figura do Estado será do PS. Do PS que foi derrotado nestas eleições.
O Chega ficou de fora deste acordo. Estupidamente. Pode ter tido mil razões para querer punir o PSD, mas não o devia ter feito. O que estava em causa era a respeitabilidade institucional da Assembleia da República e a importância política e institucional do presidente da Assembleia.
Se quisesse mostrar que é um partido responsável e com maturidade política, teria, pelo menos e ostensivamente, dado ao PSD apenas os 36 votos de que o candidato do PSD precisava para ser eleito (sem contar com a IL). Haveria tempo, mais tarde, para todos os ajustes de contas.
A birra do Chega fez com que o PS, o partido derrotado e que quis apoderar-se do Estado, ganhasse uma posição imerecida.
Não me assustam as acusações de "extrema-direita" que às vezes são lançadas contra o Chega. Quem conhece a História, sabe que não é do partido de André Ventura que vem qualquer ameaça de vulto para a democracia. Mas esta demonstração de irresponsabilidade e de imaturidade do Chega, este desconhecimento da importância de definir o inimigo principal e de agir em conformidade, é inquietante. E é um obstáculo ao progresso.
Conseguirá André Ventura perceber o que está realmente em causa? |
terça-feira, 26 de março de 2024
Terrorismo meteorológico
Agora são "ondas gigantes" (12 metros no máximo, no Cabo Carvoeiro, segundo o IPMA...) e o extraordinário "regresso do Inverno"... na Primavera.
Os idiotas que escrevem todos estes disparates serão pagos para o fazerem ou acreditam mesmo nas parvoíces que redigem?
sexta-feira, 22 de março de 2024
Ridículo a dobrar
As eleições legislativas realizaram-se há 12 dias. Os votos dos residentes no continente, na Madeira e nos Açores foram apurados no própria dia 10. Os votos dos emigrantes, ronceiramente enviados pelo correio, ficaram apurados hoje ou ontem.
O sistema é absurdo e ao "dia da reflexão", que é uma estupidez obsoleta, junta-se mais um elemento ridículo num processo eleitoral que mantém tiques de meio século.
Impostos, segurança social, revalidação de documentos oficiais, assuntos bancários, pagamentos, compras de tudo e mais alguma coisa: tudo isto, e muito mais, se faz hoje pela Internet, por intermédio de um computador ou de um simples telefone (dos já banais, à data de hoje, "smartphones").
Não há um único motivo que justifique a ausência da opção do voto electrónico. Tal como nada existe que justifique o "dia da reflexão".
Infelizmente, os nossos políticos, sempre tão lestos nas suas legítimas tentativas de chegarem ao poder, não compreendem que a democracia a passo de caracol é ridícula. A dobrar.
quinta-feira, 21 de março de 2024
Um inimigo, um dever
A realidade é esta: a AD, o Chega e a IL têm, em conjunto, 138 deputados.
E têm, em conjunto, o dever de se entenderem contra o inimigo principal, que é o PS.
O PS, o BE, o PCP e o L têm 91 deputados.É simples.
quarta-feira, 20 de março de 2024
Notas de prova (Douro e Trás-os-Montes)
"Vamos Mudar": eles desprezam-nos
Foi uma boa demonstração do que valem, para os proprietários políticos da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro (o miserável "Vamos Mudar"), os residentes na Serra do Bouro (muitos deles idosos com dificuldades de movimentação).
Este ano, as "férias" começam mais cedo: de 19 de Março a 6 de Abril. Vamos ver quando serão as próximas "férias".
terça-feira, 19 de março de 2024
Love is in the air
"Sou teu e só teu. Queres ser só meu, também? Quando o Zaluzhny correr contigo, vens comigo para o Eliseu."
segunda-feira, 18 de março de 2024
De umas coisas é obrigatório falar e de outras é proibido
O mandato do actual presidente ucraniano termina em Maio deste ano.
domingo, 17 de março de 2024
sábado, 16 de março de 2024
Idiotas criminosos
Estes idiotas usam à sua vontade o dinheiro dos contribuintes dos países da União Europeia, não têm (felizmente!) armas nem munições nem exércitos com que possam ir para qualquer campo de batalha, apoiam o extermínio dos ucranianos que está a ser criminosamente conduzido pelo governo de Kiev contra um adversário militar e político imparável e... estão em pânico perante a hipótese de o financiamento americano ao regime de Kiev poder cair.
É para esta porcaria que existe a União Europeia?!
Amor-ódio
Há qualquer coisa de loucura nesta cruzada (aqui, só do "Expresso" desta semana) contra o Chega e o seu milhão e cem mil eleitores.
sexta-feira, 15 de março de 2024
A greve falhada dos jornalistas
Jornais impressos de hoje: a greve só impediu a saída do malogrado "DN" |
A pouco inteligente criatividade sindical tem, às vezes, desviado o sentido da greve, voltando-a contra o público. Como se o público pudesse fazer alguma coisa para pressionar o patronato que, com o não pagamento dos dias de greve, ainda poupa dinheiro.
Depois das greves terroristas e cínicas do famoso Sindicato dos Maquinistas, há mais de trinta anos, tivemos (e ainda devemos ter) o caso do pessoal da empresa CTT: fazem greves que bloqueiam a entrega de correspondência, prejudicando directamente o público e beneficiando objectivamente a empresa, que acaba por gastar menos dinheiro.
A greve dos jornalistas, anunciada com grande espavento pelo Sindicato dos Jornalistas (que, como outras entidades do sector, serve às vezes de "sopa dos pobres" para "has beens" e jornalistas sem emprego), andou por estas águas mas numa perspectiva ainda pior.
O serviço noticioso não foi, verdadeiramente, interrompido.
Ninguém foi, ontem, impedido de ver, ou ler, notícias e também não vejo que, a existir esse impedimento, houvesse muita gente a sentir-se prejudicada por isso. As empresas jornalísticas também não foram prejudicadas e, no caso dos jornais impressos, lá os têm hoje nas bancas para satisfação dos seus anunciantes, que são quem paga a imprensa escrita.
O único jornal que não saiu foi o malogrado "Diário de Notícias", onde se vai vivendo um verdadeiro PREC ao sabor das perturbações empresariais vingativas decorrentes da sua precária situação económica. Aliás, a greve parece ter sido feita em função do "Diário de Notícias", o que é uma triste ironia político-jornalística: o jornal diário mais querido do Estado Novo transformou-se num cadáver sucessivamente adiado cinquenta anos depois do 25 de Abril.
Mais do que a greve, esta ou outra, os jornalistas deviam dedicar os seus esforços a tentarem compreender o buraco financeiro e profissional em que se foram deixando enfiar.
A crise da imprensa, real e insanável mesmo no recurso ao dinheiro dos nossos impostos, ainda pode ser ultrapassada se os seus protagonistas perceberem como o mundo mudou (e, com ele, os mecanismos de formação da opinião da população). A começar pelos jornalistas.
quinta-feira, 14 de março de 2024
terça-feira, 12 de março de 2024
Fantasporto, 44 anos: notas de uma visita a um grande festival escondido
O Batalha, lá ao fundo |
Mas é aí que, depois do Auditório Nacional de Carlos Alberto, o seu berço histórico, e do Rivoli (muito mais central e muito mais aprazível), esteve realmente a funcionar a 44.ª edição do Fantasporto, que deve ser o mais antigo festival de cinema a sério que ainda existe em Portugal.
O Batalha é da Câmara Municipal do Porto, parece, mas esta entidade nem sequer publicita uma mostra internacional que oferece ao Porto uma visibilidade extraordinária.
Nesta cidade de novos hotéis de luxo e de fluxos incansáveis de turistas, as entidades oficiais parecem olhar com desprezo para o impressionante desfile de personalidades estrangeiras que vêm acompanhar os seus filmes e a não menos impressionante, e extensa, cobertura noticiosa da comunicação social estrangeira. A desatenção é de estranhar.
O sítio escolhido parece, a quem vem de fora, quase clandestino. O Batalha fica numa espécie de uma colina, sem transportes públicas e com uma pouco convidativa "sopa dos pobres" à beira. As duas salas de cinema estão bem equipadas, tecnicamente, mas o bar funciona de forma irregular. E a legião de adolescentes fardados a negro e de seguranças, todos sem jeito nem formação para lidar com o público, não ajuda.
Talvez estas circunstâncias e a chuva que ia castigando quem andasse a pé expliquem a impressão que, por vezes, tive de que o público não parecia tão interessado. Mas é inegável que o Fantasporto continua a ser um festival de cinema com duas, ou três, coisas essenciais: filmes (e já estive em festivais de cinema onde não havia nada para ver...), público e qualidade.
Os seus directores, Beatriz Pacheco Pereira e Mário Dorminsky, podiam ter desistido do festival que criaram, mas não o fizeram. A escassez de interesse da miserável imprensa nacional e o desprezo objectivo das entidades oficiais a isso convidaria. Mas eles não desistiram. Melhores são por isso.
Conheço este festival, e outros, desde 1983 e tenho-o acompanhado, embora nos últimos anos com alguma irregularidade. Nesta jornada portuense, em que vi cerca de 40 filmes, sem conseguir acompanhar toda a programação e as suas várias secções, regressei também ao mundo de cinema (onde resido, no concelho de Caldas da Rainha, não há salas de cinema dignas).
E desse regresso ficam aqui alguns destaques, com dois apontamentos.
Se houve cinema de grande qualidade, houve dois pormenores menos interessantes. Por um lado, encontrei diversas longas-metragens e curtas-metragens cujos autores pareceram mais interessados em expressar inquietações esotéricas em exercícios formalistas quase sem história. E o cinema, como a literatura, precisa de histórias, de ficção com princípio, meio e fim (mesmo que em aberto). Por outro lado, também passaram pelo Porto os ventos do "wokismo" (que levaram a que uma actriz fosse premiada por ser índia, representar uma mulher maltratada pelo marido e ter tendência para a obesidade...).
Do que vi, os meus destaques vão para as seguintes obras:
"Clawfoot", de Michael Day, é uma obra modesta de crime e de engano(s) que começa com obras numa casa de banho e acaba numa orgia de sangue. A história está bem construída, até ao ponto em que não é possível brincar mais com a boa fé do espectador, que também é bem enganado, e a sua actriz principal, Francesca Eastwood (filha de Clint Eastwood) é a personagem com quem os espectadores mais se identificarão, revendo-se nos seus olhos luminosos e na expressão corporal com que tenta navegar por entre os desejos violentos que nem conseguimos adivinhar e os homens ameaçadores de quem quer vingar-se. Não há personagem feminina mais forte nesta selecção de obras.
"Bayan the Assassin, MD", por agora com dois filmes no que parece ser uma série japonesa, traz-nos um assassino profissional na época dos samurais que é médico (de acupunctura) e que mata com agulhas as suas vítimas. O actor Toyokawa Etsushi, que já não é novo, interpreta esta figura perturbada com uma "gravitas" soberana. A realização é de Shunsaku Kawake.
"The Last Ashes", de Loïc Tanson, foi também uma surpresa. É um filme do Luxemburgo, com uma história de obscurantismo religioso e opressão familiar no quadro histórico das convulsões políticas do século XIX. É uma história épica com uma mulher vingadora em luta contra uma tribo familiar. As facilidades narrativas em que por vezes cai não o prejudicam.
Finalmente, a curta-metragem "Stabat Mater", de Hadrien Maton, Quentin Wittevrongel, Arnaud Mege, Coline Thelliez, William Defrance, é um elogio angustiado a uma das mais difíceis expressões culturais, a escultura, combinando a exemplaridade visual com a música, que sustenta adequadamente a narrativa.
A informação sobre o Fantasporto 2024 e sobre os filmes exibidos está toda aqui. |