Nunca houve, verdadeiramente, um festival de cinema digno desse nome em Portugal além do Fantasporto e disso existe agora esta prova documental: uma meticulosa história dos 40 anos do Festival Internacional de Cinema do Porto, escrita e organizada pela sua co-directora, Beatriz Pacheco Pereira, que, com Mário Dorminsky, fez mais pelo cinema em Portugal e por Portugal lá fora do que muitas entidades oficiais.
E basta folhear este livro magnífico, que é também uma prestação de contas, e as suas mais de 600 páginas, para o perceber, num registo completo de filmes, cineastas, acontecimentos, convidados, num leque de pessoas que vão das que maior visibilidade têm (os realizadores com os seus filmes que mais tarde seriam justamente célebres) aos que, nos bastidores mais discretos (os projeccionistas do Carlos Alberto), permitiram que o festival se realizasse.
"Fantasporto - 40 anos - Uma História de Cinema" é um impressionante testemunho cultural e um panorama da história do cinema. Tem tudo o que deve ter, e que faz um festival, e não tem nada que não devesse ter.
Beatriz Pacheco Pereira e Mário Dorminsky foram, a certa altura, alvo de invejas, intrigas, sacanices, traições, vinganças mesquinhas e calúnias. Esta obra sumptuosa explica tudo: este triste país não merece ter gente da qualidade da Beatriz do Mário. E o Porto, onde sempre quiseram estar, se calhar também não. A honra e a glória são deles e não de quem os quis destruir.
 |
| 40 anos de história do cinema em Portugal |
2 comentários:
Obrigada, Pedro. Tu, como poucos , sabes o que passámos e como é cada vez mais difícil fazer o festival, sempre à mistura a luta contra interesses alheios ao cinema que temos de enfrentar diariamente... Obrigada pelas tuas palavras.
Nada a agradecer, Beatriz. É o que penso.
Enviar um comentário