Não há edição do desinteressante "Expresso" (que eu ainda vou comprando...) onde não exista uma espécie de competição para ver qual das pessoas que nele escreve escreve "colocar" ou "desenhar" o maior número de vezes.
"Colocar" e "desenhar" são verbos portugueses. Mas a forma como "colocar" (três sílabas) é usado, contra o "pôr" (uma sílaba), não só contraria uma das regras do jornalismo (a economia da palavra para facilitar a eficácia da comunicação) como aparece como uma demonstração tola de uso das chamadas "palavras caras". Não sei se vem do inglês se do português brasileiro mas o seu uso generalizou-se e já nauseia.
O "desenhar" vem do inglês "design" ("conceber") e é usado... dessa mesma maneira: ninguém faz ou concebe ou plano, mas "desenha-o".
Esta uniformização (o uso dos dois palavrões está hoje generalizado) dá origem a uma língua de pau: falam e escrevem (escrevinham...) todos da mesma maneira. Tendem a pensar todos da mesma maneira. A irem todos na mesma direcção.
São, mais do que um rebanho de ovelhas, uma manada de vacas.
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