segunda-feira, 19 de junho de 2017

Uma atitude abjecta




O caso da Junta de Freguesia da Foz do Arelho não expõe só o descontrolo das contas numa estrutura do Estado, cujas responsabilidades, espera-se, serão apuradas nas instâncias judiciais (conforme será natural, depois da decisão de remeter a auditoria para o Ministério Público).
Ele expõe também a atitude abjecta do grupo de independentes que, organizados no Movimento Viver o Concelho (MVC), foi uma surpresa nas eleições autárquicas em Caldas da Rainha em 2013, conseguindo eleger o seu candidato... na Foz do Arelho.
É agora este candidato, a quem deram confiança e que foi sempre muito acarinhado, que se apressam a arrasar, num comunicado onde se pode ler: "O conteúdo do relatório [da auditoria] é absolutamente demolidor no que concerne à competência, isenção e honorabilidade dos membros da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, sendo particularmente gravoso para as pessoas do presidente e da secretária do executivo" e "não podemos deixar de manifestar o nosso repúdio, moral e político, pelos atos alegadamente praticados por aqueles que não foram capazes de estar à altura da confiança que os eleitores neles depositaram".
Nada justifica esta atitude do MVC relativamente ao lamentável "caso" da Foz do Arelho.
Nem a pressa em se distanciarem do caso, a pensarem que vão continuar a ganhar votos (se, por acaso, ainda aparecerem nas eleições deste ano).
Nem a defesa de pruridos que agora se revelam ocos de significado.
Mas ela também serve de aviso para outra coisa: que tenham cuidado os que forem na conversa deste tipo de associações que reivindicam um estatuto de "independentes" como se isso fosse uma garantia de santidade.
À menor contrariedade, suspeita ou indício de erro ou procedimento doloso, podem ser atirados para a lama e espezinhados. Mantenham-se à distância!

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