O “Expresso” anunciou, com
pompa e circunstância, o lançamento de uma biografia de Estaline, distribuída
com o jornal. A biografia é da autoria de um historiador inglês, Simon Sebag
Montefiore, e foi editada em Portugal pela Aletheia, encontrando-se a edição
actualmente esgotada, segundo o site Wook.
Este lançamento teve um duplo
prefácio de Francisco Louçã e Paulo Portas (que não devem ter lido a edição
portuguesa), direcção editorial (do projecto) de Henrique Monteiro e da
Aletheia, gestão de projecto de Susana Freixo, edição e revisão de Gonçalo
Losada Rodrigues e tradução de Mário Dias Correia.
Comecei a ler o primeiro
volume e não gostei de duas ou três soluções da tradução.
Depois tive de me
munir de uma caneta vermelha para acompanhar a leitura e começar destacar
coisas como: “atravessando a raiga” (taiga?), “reitor indiscutido”, “retundo
jovem”, “arquivos recentemente desclassificados”, “a massa de trabalho é tão
enorme”, “moderno gestor macho”, “construção vandalística”, “exercia o seu
patronado”, “jogamos bowling e boliche”… até parar na página 178 quando se me
deparou uma nota de rodapé que termina em “voçês são todos ateus”.
Umas vezes parece que a tradução
foi feita pelo “tradutor” do Google, outras vezes (a maior parte delas) que
alguém envolvido na tarefa não sabe escrever em português ou que sofre de
iliteracia. Seja como for, o certo é que esta edição, a
avaliar pelas 178 páginas iniciais, é uma vergonha.
O livro na edição "Expresso"
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"Bowling" e boliche (versão brasileira) são uma e a mesma coisa
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Quando os arquivos ficam "declassified", significa que foram abertos à consulta pública.
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"Raiga" por "taiga"
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Onde "rotundo" passou a "retundo"
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"Tão enorme"?!
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"Construção vandalística"?!
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"Voçês"?! |
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