Não é boa a imagem do "funcionário público", postado atrás de um balcão perante o qual se acumulam pessoas que esperam o favor de uma atenção, para exporem um problema e tentarem resolvê-lo.
É possível que a transferência de muitos procedimentos da administração pública para a internet tenha aliviado muitos serviços de atendimento público, mas não despega facilmente do imaginário colectivo a impressão deixada de que não têm vontade nenhuma de trabalhar e de que conseguem pôr em prática essa vontade. E há um bem argumento para isso: o grande patrão Estado (que faliu em 2011 e todos pagámos por isso) nunca pede muito aos seus funcionários. Nunca é exigente.
A bandeira das 35 horas de trabalho semanal para a função pública não é apenas uma ofensa ao país que trabalha, mais do que as 35 horas e todas aquelas que forem necessárias. E que paga, com os seus impostos, os salários da função pública.
A reivindicação das 35 horas foi a machadada definitiva dada pelos próprios, pelos sindicato e pela "esquerda" na imagem dos funcionários públicos e em qualquer resquício de ética profissional que talvez devessem procurar afirmar.
Um país dividido entre os que não querem trabalhar mais do que 35 horas por semana
e aqueles que têm de trabalhar
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