Um recinto e muitas barraquinhas de comes e bebes, com uma lógica de restaurante, geridas por associações e entidades diversas - é esta a lógica da tasquinha. Dá dinheiro a essas entidades e associações e fornece um panorama gastronómico e culinário que pode ser interessante.
Este regime esgota-se, no entanto, no seu próprio tempo. Uma associação pode mobilizar cozinheiros amadores (ou profissionais?) do melhor que há e apresentar petiscos surpreendentes mas o seu conhecimento nunca passará do certame das tasquinhas em que participa.
Caldas da Rainha tem todos os anos em Agosto a sua própria feira de tasquinhas num pavilhão mal ventilado, com alguns "stands" de actividades locais a enfeitar a coisa e sem qualquer tipo de coerência em termos de promoção do concelho.
As tasquinhas, que não passam de uma festa de Verão popular, têm algum mérito e um limite de permanência que pouco passa dos 60 minutos. A partir daí é grande o risco de o visitante trazer consigo uma variedade bem representativa de cheiros de cozinha, dos fritos aos guisados.
Esta iniciativa, ao contrário do que já vi defendido por pessoas desadequadamente pagas e promovidas para promover o turismo português, não serve para a promoção turística de visitantes estrangeiros e nacionais que querem contactar com o património cultural, histórico, paisagístico, desportivo, artístico, gastronónico ou vinícola de qualquer região.
As tasquinhas não são, nem podem ser, um padrão. Não servem para tudo. Não podem funcionar em todo o lado.
Mas, infelizmente, esta lógica já chegou ao Mercado Medieval de Óbidos, onde este ano se multiplicaram este tipo de barraquinhas de comes e bebes (em formato de "franchising" de frango assado e de crepes) e os espaços vazios onde já não se vêem outras actividades meritórias, inclusivamente comerciais.
Seria mais apropriado chamar a este certame que já foi famoso, e que hoje vive sobretudo à conta da fama de outros anos, Tasquinhas Medievais de Óbidos.
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