... Porque, pela primeira vez, mesmo contando a época em que ainda não podia votar por não ter idade para isso (ainda antes de 1974), estou absolutamente desinteressado do assunto.
Não gostei deste governo do PSD e do CDS. Achei-o demasiado fraco, demasiado parecido com um governo típico do PS (com a sua distribuição direccionada de benefícios remuneratórios), com os mesmos tiques de todos os governos do PS.
Em especial, não gostei do modo como terminou, com o chefe do Governo a recusar explicações sobre assuntos privados que se tornaram, obviamente, assuntos públicos, a tomar o Governo como refém e a atirar-se para eleições, na esperança de poder reforçar a sua posição. Nem tão pouco gostei do esparvoado alinhamento com as posições mais belicistas da camarilha dirigente da União Europeia, coisa que me enojou suficientemente para nem ir votar nas eleições europeias.
O meu voto poderia ir para o PSD (ou para o PSD com o CDS). Mas não vai, porque isso seria aceitar a estratégia do chefe do Governo. Mais remotamente, o meu voto até poderia ir para a Iniciativa Liberal, não fosse a tendência pouco liberal que transforma este partido no BE do PSD. Mas da IL já desisti há muito. Nenhuma outra agremiação poderá ter o meu voto.
Ao mesmo tempo, o processo eleitoral volta a ser contaminado por um modelo absolutamente cretino de debates televisivos. Ter dois políticos obrigados a "debater" política durante meia hora, com o destaque depois dado a uma brigada de "comentadores" que aparecem como mais importantes do que esses políticos é estúpido. Ninguém fica a saber nada e os "comentadores" podem dizer as alarvidades que quiserem. Para mim, é um modelo repelente.
Portanto, alheado e desinteressado, não irei votar no dia 18.
E talvez o resultado das eleições possa ajudar a clarificar a situação político-partidária a vários níveis...
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