quinta-feira, 16 de novembro de 2023

A sós no mundo



Às seis e meia havia uma promessa de sol. Às nove e meia o céu foi, todo ele, conquistado pelas nuvens. Não de chuva, parece-me, mas de simples humidade, cuja concentração pode ter sido favorecida pela temperatura amena que às vezes se faz notar.

Toda a região que consigo ver no passeio que dou, durante cerca de quarenta minutos, está coberta por este espesso manto acinzentado, transformando-se noutra, quase desprovida de vida.

É uma hora a que já há poucos carros em movimento, depois de terem sido levadas as crianças à escola ou feita a deslocação para o emprego, e em que já deram os seus passeios as poucas formas de vida inteligentes que aqui residem e que passeiam os seus cães. É um sossego absoluto em que também são poucas as aves que se fazem ouvir, porque estas mudanças de tempo parecem, muitas vezes, silenciá-las.

É como se estivesse sozinho neste mundo, mas felizmente apenas na boa companhia da Elsa, que é agora a chefe da minha reduzida matilha. É um dos encantos deste meu agradável e afortunado exílio do mundo.



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