... um presidente de Câmara Municipal tão amigo de (algumas) empresas.
sexta-feira, 29 de setembro de 2023
quinta-feira, 28 de setembro de 2023
"Vamos Mudar"... e entregar tudo a pessoas que não sabem o que andam a fazer (5)
Já aqui me referi à estranha situação da Rua da Escola (na Serra do Bouro, em Caldas da Rainha): o pavimento, depois de obras da duvidosa Cimalha, foi cedendo e começou a dar de si numa extensão das bermas que dão para um terreno mais baixo.
Durante 9 anos (desde 2014), a rua não teve qualquer tipo de obras. E de repente, em Abril, a lamentável União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, que gere (é como quem diz...) a Serra do Bouro, anunciou e executou obras que pareciam promissoras: blocos de pedra para consolidar a berma.
As pedras lá foram postas, numa situação de novo bizarra. Foi em Abril deste ano.
Quase seis meses depois, a rua mantém-se por alcatroar e as pedras ficaram por cortar, imperfeitas, parecendo o aproveitamento de restos mal trabalhados com o aspeto de remendos deficientemente executados.
Esta gente, na União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, alcandorou-se à coisa com o grande argumento de "vamos mudar". E, realmente, mudaram. Para muito pior!
terça-feira, 26 de setembro de 2023
Dois anos depois (2): Dr. Fernando Costa, regresse à Câmara de Caldas da Rainha, sff!
Fernando Costa: um dos melhores presidentes da Câmara Municipal de Caldas da Rainha |
Se bastaram dois
anos para ficar bem visível o desastre que é a gestão municipal do empresário Vítor
Marques e do seu “Vamos Mudar”, como será com mais dois anos disto?
A reeleição de
Vítor Marques para presidente da Câmara nas eleições municipais que deverão realizar-se
no Outono de 2025, seria, na prática, uma recompensa para a pior de todas as
gestões municipais dos últimos vinte anos e a continuação do rumo de destruição
de Caldas da Rainha.
E o facto de as
eleições só se realizarem dentro de dois anos não quer dizer que elas não
comecem desde já a ser preparadas. Chegou o momento de ser lançada uma
alternativa concreta e ela só poderá sair do PSD local.
No quadro político
local, a maioria dos restantes partidos – BE, CDS, Chega!, IL, PCP e PS – têm
uma expressão minoritária. O PS, sem rumo, não quer nem sabe ser oposição. Foi,
num primeiro momento, cúmplice do grupo de Vítor Marques e, se isso não for
esquecido, deverá ser castigado por ser o partido do Governo que tomou a
decisão sobre o novo hospital (situação de que também é responsável o grupo no
poder).
O PSD tem sido o
partido maioritário em Caldas da Rainha e compete-lhe, agora, assumir a
responsabilidade de se afirmar, com toda a clareza, como oposição e
alternativa. Aliás, já o começa a fazer, como se notou pela recente tomada de
posição sobre a feira “Frutos”.
O PSD é o único
partido que tem dois candidatos potenciais com uma grande ligação ao concelho
que podem, e devem, fazer frente a Vítor Marques e ganhar as eleições: Fernando
Costa, que já foi presidente de Caldas da Rainha, e Hugo Oliveira, que já foi
vice-presidente da Câmara Municipal e que, neste momento, é deputado na
Assembleia da República. Os dois devem encabeçar a oposição a Vítor Marques,
figurando Fernando Costa em primeiro lugar, como candidato à presidência da
Câmara, e Hugo Oliveira em segundo lugar.
Fernando Costa já não tem à frente do PSD de Caldas da Rainha o homem por quem se sentiu traído e, sem nunca ter saído de cena, está numa boa posição para vencer as eleições. Pode fazer os mandatos que o eleitorado e a saúde lhe permitirem e, nos próximos anos, abrir o caminho para o mais jovem Hugo Oliveira.
E o PSD local e o eleitorado mais consciente deverá dizer-lhe isso mesmo: Dr. Fernando Costa, regresse à Câmara de Caldas da Rainha, sff!
domingo, 24 de setembro de 2023
Uma "crise" esconde as outras
O lugar-comum da "crise climática" é bom para disfarçar a crise social e económica causada pelos confinamentos e pela paralisação das economias em 2020 e em 2021 e pelo financiamento do governo da Ucrânia em 2022 e em 2023 por parte dos EUA e da liderança da UE.
sexta-feira, 22 de setembro de 2023
Dois anos depois (1): uma catástrofe chamada Vítor Marques
Há dois anos, um
obscuro presidente de junta e discreto empresário chamado Vítor Marques foi
eleito presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, a cavalo num movimento
inorgânico que criou e a que chamou “Vamos Mudar”. O eleitorado queria mudar,
depois de uma gestão prolongada, desastrada e polémica do PSD em duas versões,
e deu-lhe a presidência da câmara.
Vítor Marques
mostrou que queria uma coisa e não evitou que qualquer pessoa de bom senso
pensasse que também queria outra coisa.
A primeira era ter
um trunfo político para se destacar e ganhar, de novo, as eleições autárquicas,
as de 2025. A segunda será ampliar e reforçar a sua influência e o seu poder de
empresário com dinheiro. A política, em geral, não enriquece.
O trunfo político
era a instalação do anunciado novo hospital do Oeste em Caldas da Rainha. O
actual Centro Hospitalar Oeste Norte (o hospital de Caldas da Rainha) está
esgotado e, tal como existe, precisa de ser substituído, ou ampliado a sério (o
que, na prática, parece ser impossível). Vítor Marques desenvolveu a sua acção
pública de presidente camarário em torno, exclusivamente, desse objectivo:
garantir a “posse” do novo hospital.
Percebe-se que Vítor Marques, como empresário, é hábil. Mas, como político, é de uma inabilidade extrema.
Podia ter atraído outros municípios para uma estratégia comum, negociando o seu apoio para conquistar o hospital para o seu próprio concelho.
Podia ter tentado negociar com o Governo em vez de berrar e barafustar.
Podia – se não fosse politicamente inábil – ter percebido que o
Governo, como qualquer governo, usaria o novo hospital como ele queria fazer:
para ganhar votos. (Já o expliquei aqui: o PS “ofereceu” o novo hospital ao
Bombarral para ganhar as eleições num concelho onde ainda o pode conseguir sem
grandes riscos.)
Quando, há três
meses, o Governo anunciou que Caldas da Rainha não seria o município escolhido,
Vítor Marques barafustou ainda mais. Bateu com o pé. Decretou “luto”. Ameaçou
com “luta”. Angariou o apoio dos militantes das causas perdidas (da Linha do
Oeste e do hospital).
Três meses depois,
vê-se: há uns postais (!) de protesto para serem enviados aos órgãos de poder.
O resto são apoios camarários a festas e festarolas (circo sem pão…). A “luta”
do hospital nem chegou a ser perdida, porque nem sequer foi iniciada. E o
Governo que lhe fez a desfeita até é recebido com todas as honras.
Dois anos depois,
a gestão municipal de Vítor Marques não passa disto: a sucessão de erros que
foi o processo do novo hospital, dinheiro injectado em festas para distrair a
população, rumores não explicados nem contraditados de que há contratações a
mais para a Câmara Municipal, actos de gestão financeira no mínimo duvidosos
(já aqui dei dois exemplos, a partir da observação directa do que se passa na
Serra do Bouro, zona tutelada pela União de Freguesias de Santo Onofre e Serra
do Bouro) e incapacidade absoluta de fazer obras de melhoria, manutenção e
reparação das infraestruturas públicas.
A organização “Vamos
Mudar” e o seu dono são uma catástrofe.
Como vai ser daqui
a dois anos?
"Mudar"?! Tudo o que mudou foi para pior! |
quarta-feira, 20 de setembro de 2023
sexta-feira, 15 de setembro de 2023
quinta-feira, 14 de setembro de 2023
"Vamos Mudar"... e entregar tudo a pessoas que não sabem o que andam a fazer (4)
A reparação foi feita em Setembro de 2019. E o buraco nunca foi tapado, nem a rua foi asfaltada.
Quatro anos depois disto, e já com um anterior presidente de junta passado e com o actual, e a respeito de outro assunto, perguntei ao presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro:
"Tendo em atenção que na mesma rua existe há vários anos um
buraco (assim deixado por uma intervenção dos mesmos serviços, a poucos metros
do local desta intervenção, por que motivo é que esse buraco não foi ainda
tapado e o local alcatroado?"
A resposta foi, textualmente, esta:
"Em relação a intervenções anteriores que menciona, essas obras não foram da responsabilidade da Junta de Freguesia e por isso não temos qualquer comentário a fazer".
Ou seja: a União de Freguesias está-se completamente nas tintas para os problemas existentes porque, enfim, esses problemas não são da sua responsabilidade; e se forem... a mesma coisa, claro.
Ele é o presidente da junta, mas não é deste mundo |
quarta-feira, 13 de setembro de 2023
Ler jornais já não é saber mais (192): Burisma
Facciosa e falsa, a CNN tuga justifica a coisa com Trump "à mercê da Justiça", como se fosse uma vingançazinha, e mete a Rússia nos negócios do filho do Presidente dos EUA... quando o que está, sobretudo, em causa na "cultura de corrupção" dos Biden são os negócios do filho com uma empresa ucraniana chamada Burisma. Num quadro que também pode explicar porque é que este presidente se sente obrigado a atirar para a Ucrânia tudo o que os EUA têm e já não têm.
terça-feira, 12 de setembro de 2023
"Vamos Mudar"... e entregar tudo a pessoas que não sabem o que andam a fazer! (3)
Isto é uma rua, na Serra do Bouro, com placa toponímica bem tapada pela folhagem:
E isto é um desastre:
segunda-feira, 11 de setembro de 2023
"Vamos Mudar"... e entregar tudo a pessoas que não sabem o que andam a fazer! (2)
Que vá "sonhar" para casa, porque, na realidade, não serve para a função. E que não se "aproxime", porque só estraga.
sábado, 9 de setembro de 2023
quinta-feira, 7 de setembro de 2023
terça-feira, 5 de setembro de 2023
"Vamos Mudar"... e entregar tudo a pessoas que não sabem o que andam a fazer! (1)
1. A CHUVA
No dia 1 de Janeiro deste ano choveu muito, e durante muito tempo, e com mais força do que eu alguma vez vi nesta zona rural onde moro há mais de vinte anos (Serra do Bouro, Caldas da Rainha).
A lei da gravidade, a burrice humana e a pouca permeabilidade dos solos argilosos aqui existentes deram origem a isto: a água da chuva escorreu por todos os desníveis que ia encontrando e arrastou terras e pedras.
O resultado foi este:
Esta via, que não passava de um carreiro, tinha sido alargada artificialmente e coberta com pedras soltas. A enxurrada que dela desceu fez concentrar na via de baixo (que até tem nome de rua: Rua Maria Matos) uma enorme quantidade de pedras e terra.
Passado algum tempo, a via foi desimpedida. Em circunstâncias normais, com uma gestão normal e minimamente competente, a Rua Maria Matos seria reparada e a via (sem nome) por onde desceu a água da chuva seria também reparada.
Note-se que isto aconteceu há oito meses. E até hoje, depois de meses de tempo seco, nada foi feito para impedir outro incidente se chover tanto como choveu em 1 de Janeiro.
Ou, melhor, foi feito. Mas da maneira mais estúpida, mais desastrada e mais incompetente que imaginar se possa.
2. AS MANILHAS DA TRETA
Num sábado, dia 18 de Março, houve no local uma assinalável movimentação de máquinas e homens, tudo pertencente aos Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha.
E o resultado da movimentação foi este: manilhas enfiadas na berma. Foi uma coisa bem obrada, realmente!
Fiquei a pensar que a instalação das manilhas pudesse estar relacionada com qualquer obra a fazer no local e que, sendo o trabalho executado num sábado, em regime de "horas extraordinárias", a obra seria urgente.
Mas não era.
3. O GRANDE ESPECIALISTA
No dia 7 de Agosto fiz as seguintes perguntas, por e-mail, ao vereador que tem o pelouro dos Serviços Municipalizados e ao presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro:
Tendo em atenção que este trabalho foi feito num
sábado, como se fosse urgente, pergunto:
-- A obra já se encontra concluída ou está apenas
interrompida?
-- Qual é o objectivo desta intervenção?
-- A que projecto de engenharia e de urbanização
corresponde?
-- Qual foi o motivo que levou à sua realização num sábado?
-- Quanto custou esta intervenção, em remunerações devidas pelo trabalho em regime de horas extraordinárias por ser feita num sábado?
No próprio dia 7.08.2023, José Manuel Moura, director-delegado dos Serviços Municipalizados, respondeu-me (textualmente) da seguinte forma:
Os quesitos colocados aos SMAS não se aplicam, atendendo que não
realizamos, não planeamos, não executamos a obra a que se refere, pelo que
agradecemos que para futuro possa fazer uma identificação adequada do pessoal a
operar nas diferentes frentes de obra da nossa responsabilidade. Tanto quanto
foi possível apurar tratou-se de uma intervenção da União de Freguesias de Santo
Onofre/Serra do Bouro e/ou da Câmara Municipal, que julgo oportunamente não
deixarão de responder às dúvidas suscitadas por V.Exª.
Também no mesmo dia, respondeu-me (textualmente) a União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro da seguinte forma:
Seis vezes por ano/freguesia a Câmara Municipal disponibiliza a
suas máquinas para realizar trabalhos no território de cada freguesia, a essa
operação chamamos frota. A Junta de Freguesia paga as horas aos funcionários da
Câmara Municipal e paga os materiais utilizados para a realização da obra, não
tendo qualquer custo com as máquinas utilizadas, o que representa uma
considerável redução de custos no preço final da obra.
Quanto à obra, em si, e ao dia da semana em que a coisa foi feita:
A obra que menciona que foi realizada no dia 18 de março, não se realizou a um sábado por ser urgente, mas sim porque é aos sábados que a frota funciona.
E qual o motivo para a instalação das manilhas, enfiadas a trouxe-mouxe na valeta?! Responde o presidente da União de Freguesias:
A obra foi feita porque, devido às grandes chuvas da altura, as valetas e o escoamento das águas pluviais ficaram danificadas e foi necessário colocar as manilhas para a água drenar paraum aqueduto mais abaixo.
Para este tipo de obra não foi necessário qualquer projeto de engenharia
A resposta é reveladora: o presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro não sabe o que anda a fazer, ou o que manda fazer, e muito menos conhece o terreno da freguesia que, desgraçadamente, o elegeu para a função.
Porque, se conhecesse, saberia que há zonas da Serra do Bouro cujo solo é muito argiloso e onde a água da chuva não é facilmente absorvida e, em muitos casos, só desaparece quando seca. E que, apesar disso, não escorre por planos inclinados a ponto de causar danos como os que causou no dia 1 de Janeiro.
Desconhecendo esta sua freguesia, o presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro poderia ter tentado informar-se. Mas ele não precisa. Seja de arte escultórica, seja de escoamentos de água, sabe tudo. É omnisciente como qualquer deus.
É assim que o presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro presta contas aos seus eleitores. |
4. A ESTRANHA GESTÃO DOS DINHEIROS PÚBLICOS
Omnisciente em matéria de drenagens de terrenos, o presidente da União de Freguesias parece sê-lo também em matéria de dinheiros públicos... embora oculte a sua sabedoria. É uma arte...
Porque, o que temos, para começar, são funcionários da Câmara Municipal de Caldas da Rainha a serem pagos (também) pela União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro. O que me parece ser bastante irregular.
Daí as perguntas que fiz, no passado dia 21 de Agosto, ao presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro e também ao director-delegado dos Serviços Municipalizados:
Como é que é feito o pagamento das "horas" aos
"funcionários da Câmara Municipal"?
É com as remunerações certas e permanentes da Câmara
Municipal/Serviços Municipalizados e feitas pelos serviços da Câmara
Municipal/Serviços Municipalizados, com uma eventual transferência das
respectivas verbas da União de Freguesias para os serviços da Câmara
Municipal/Serviços Municipalizados?
Ou o pagamento das "horas" é feito directamente
pela União de Freguesias?
Se é feito directamente pela União de Freguesias, qual é o
meio empregue? Transferência bancária? Depósito em conta? Cheque? Entrega
directa em dinheiro vivo?
Os receptores do pagamento das "horas" emitem o
respectivo recibo, se o pagamento é feito directamente pela União de
Freguesias, e qual é o tipo de recibo?
Qual foi o montante das "horas" pagas na citada
intervenção de 18 de Março e qual a forma de pagamento?
Se é verdade o que me comunica a União de Freguesias (…), qual
foi o valor global do pagamento das "horas" feitos por esta união de freguesias e pelas freguesias do
concelho de Caldas da Rainha aos "funcionários da Câmara Municipal"
no ano de 2022 e qual é o procedimento associado a esse pagamento?
Estas perguntas ficaram sem resposta.
Por isso, estando em causa a gestão, em circunstâncias que me parecem estranhas, dos dinheiros públicos, fiz já a respectiva denúncia à Inspecção-Geral de Finanças.
O morticínio da verdade e o nosso silêncio
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse hoje que, no conflito da Ucrânia, a "contraofensiva" militar do governo da Ucrânia já custara, em três meses, a morte de 66 mil soldados ucranianos e a destruição de 7600 unidades de armamento. Além disso, a defesa aérea russa já tinha abatido 159 rockets HIMARS, mais de mil veículos aéreos não tripulados e 13 mísseis de cruzeiro. A informação está na agência noticiosa russa Sputnik (aqui).
Estes números são fornecidos pelo governo russo e podem não ser verdadeiros e estar inflacionados. Aliás, e a propósito, o governo russo não fornece informações sobre as suas próprias baixas.
Mas convém ter presente que o equipamento militar perdido pela parte russa não é pago por nós, como acontece com grande parte do equipamento militar oferecido pelos dirigentes dos EUA e da União Europeia e que, neste quadro, o mínimo que devemos exigir é que nos prestem contas do que fazem com o nosso dinheiro
E, já agora, também seria importante saber ao certo quantos mortos ucranianos já houve na "contraofensiva" porque, note-se, são as armas pagas por nós que estão a alimentar, e a incentivar, os ataques ucranianos perfeitamente suicidas contra uma linha defensiva de mais de mil quilómetros que os russos puderam estar a solidificar consolidar durante cerca de nove meses.
A responsabilidade dessas mortes também é nossa, de todos nós. E, pelo silêncio, somos cúmplices do morticínio.
sexta-feira, 1 de setembro de 2023
O fascismo do arquitecto Saraiva
Já aqui me referi ao que é possível, e racional, designar por "pensamento único" e que se traduz pela imposição, entusiasticamente transmitida pela maior parte da imprensa, dos modelos de pensamento e de opinião decretados por uma autoridade única com o respectivo condicionamento da opinião pública.
Se a aplicação de medidas coercivas à população eventualmente desobediente é um passo dessa imposição, a limitação da expressão de opiniões contrárias ao pensamento único é uma decisão política que os Estados podem tomar e que vai contra tudo o que é a definição de democracia tal como ela é concebida na União Europeia. E se a limitação das opiniões não for suficiente, o melhor é metê-los na cadeia. É o corolário lógico.
À partida, não se esperaria que a imprensa fosse tão longe no apelo e no apoio à repressão das ideias. Mas hoje já há quem o faça.
José António Saraiva, arquitecto de formação e jornalista quase por acaso, dá hoje esse passo no jornal "Nascer do Sol", acusando três oficiais-generais de seguirem a mesma "cartilha", "cartilha" essa que é o regime de Vladimir Putin.
Dois deles (Agostinho Costa e Carlos Branco) são ódios de estimação do arquitecto, que não os deixa pensarem, e dizerem, que, como tantas vezes acontece, pode haver outros suspeitos, além de Putin, se o chefe do grupo Wagner tiver sido assassinado. E afirma (adeus, jornalismo, que ele já sabe tudo...) que Putin foi mesmo o assassino. Pelo caminho, ataca também um terceiro oficial (Mendes Dias), que também não se livra de ser acusado de ser favorável a Putin... apesar do que disse na entrevista que concedeu ao próprio "Nascer do Sol" em Agosto do ano passado.
Já apreciei a independência de raciocínio de José António Saraiva e muito do que tinha escrito no "Sol", que é agora "Nascer do Sol". Mas o que agora faz é exactamente igual ao que faziam as estruturas repressivas do Estado Novo, acusando os dissidentes do regime de serem "comunistas" e, com isso, e sempre que possível, entregando-os à PIDE/DGS.
Para José António Saraiva, Agostinho Costa, Carlos Branco e Mendes Dias não podem ter opiniões que divirjam do pensamento único e, se tiverem, numa primeira instância, devem ser condenados por delito de opinião e, depois, talvez presos.
Havemos de chegar a essa fase, provavelmente. Para começar, a este ponto já chegámos: o ataque, de puro recorte fascista, do ex-democrata Saraiva. Faz-lhe falta a PIDE/DGS para silenciar os terríveis "pró-russos".
Tenho sido, até agora, comprador, mais do que leitor, do "Sol/Nascer do Sol", agora acabou: não compro mais. Hão de ter, decerto, quem lhes dê mais dinheiro do que os 4€ que lhes tenho oferecido por semana, para ainda estarem no mercado...
Uma nota pessoal - Conheço, pessoalmente, o major-general Carlos Branco há cerca de quarenta anos. É um homem íntegro, inteligente, sabedor, conhecedor das circunstâncias da guerra e da paz e com quem é extremamente agradável conversar e debater. Não sei, para utilizar a terminologia do arquitecto, qual é a sua "cartilha", mas sei que, pela sua formação, Carlos Branco fundamenta bem o que diz e considero as suas intervenções televisivas esclarecedoras e bem informadas. E não vejo nelas, por todos os motivos, matéria de que, em geral, discorde.
Quando a sabujice deixa passar um pormenor fundamental
O "Jornal das Caldas" está temente e dependente perante o presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, o empresário Vítor Marques, e tem-lhe dado uma promoção reveladora (a que já aqui me referi). Neste caso, entusiasmado, o periódico dá-lhe em 32 páginas destaque em 7 (sete) fotografias.
E uma delas acompanha, até, uma pequena entrevista ao dito presidente e empresário. Onde, talvez para espanto de algum, não se lê uma referência que seja à "luta" pela instalação do novo hospital do Oeste que Vítor Marques deixou "perder", irremediavelmente, para o Bombarral.
Numa edição cheia de notícias sobre festas das mais variadas naturezas, o "Jornal das Caldas" confirma aquilo que já aqui escrevemos: derrotado, estrondosamente, na campanha que quis fazer pelo hospital, e sabendo como perderá votos por esse motivo, Vítor Marques vira-se para as festas. É aí, graças aos subsídios dados pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha, que ele poderá ir buscar votos. E o hospital? Adeus, que a "luta" já foi à vida.
Uma oportunidade para as oposições
PSD, PS, PCP, BE, IL e Chega (existirão por cá, ainda?): têm aqui uma oportunidade de ouro para começarem a preparar-se para as eleições autárquicas de 2025.
O "Jornal das Caldas" noticia, nesta edição, que "o executivo do Vamos Mudar está a preparar um balanço da sua actividade nestes dois primeiros anos à frente da Câmara" (26 de Setembro de 2021). O "balanço" vai ser, naturalmente, festivo, autoelogioso e entusiasmado.
E as oposições, que já sabem o que as esperam, deviam antecipar-se e fazer o seu próprio balanço do desastre que é a gestão municipal de Vítor Marques.
Se fizerem política a sério, é como devem agir, já a pensar em 2025. Mas... consegui-lo-ão?