sábado, 30 de abril de 2022

Uma baleia deu à costa

A poucas centenas de metros da zona onde moro há um depósito considerável de seixos que sugerem ter o mar chegado a esse nível por cima das arribas da costa atlântica. 

Pode ter saído desse mar primitivo a baleia que hoje me abordou, regougando qualquer irrelevância que me pareceu miserável e miseravelmente estúpida.

Enfim, uma reminiscência da época em que consta que os animais falavam.







O melhor para os melhores

 


Num almoço de excelente companhia.

Mudar, mudámos. Mas foi para pior.

 

Mais de meio ano depois das eleições autárquicas, de Setembro de 2021, a situação no concelho de Caldas da Rainha mudou. E para muito pior.

O que estava por fazer ficou por fazer. O que devia ser feito não foi. Os serviços da Câmara Municipal parecem estar paralisados.

Mas o presidente tem tempo para tentar transformar o inútil movimento de cidadãos em que se estribou, numa espécie de embrião de partido político e inspirar e assinar artigos de opinião onde, na prática, mostra como o que se diz nada tem a ver com o que se faz.

O movimento "Vamos Mudar", de Vítor Marques, é um desastre e a sua eleição foi uma catástrofe para o município.

E eu não posso deixar de dizer que, tendo sido (e não deixando de ser) muito crítico do anterior presidente, Tinta Ferreira, estávamos bem melhor do que agora estamos. Porque, mal ou lentamente, o que devia ser feito ia sendo feito.

Mudámos para pior, ai de nós!


Sobreviverá Caldas da Rainha a isto até 2025?





segunda-feira, 25 de abril de 2022

25 de Abril: a celebração do jornalixo

 

SIC, 24.04.2022


25 de Abril: a celebração do pensamento único

Estamos em guerra; não pode haver dúvidas sobre o rumo estabelecido pelo Governo; o Governo não sabe, mas dispõe de pessoas que são "peritos", que valem mais do que os que conhecem realmente a matéria; a imprensa só dá a versão oficial, talvez para não perturbar a união nacional; ouve-se apenas um dos lados e os jornalistas tomam partido.

É isto, não é?

E estou a referir-me à crise ucraniana?

Sim e não.

Porque isto que aqui escrevi, recordem-se, já tinha começado há mais de dois anos com a "pandemia do novo coronavírus" (a epidemia do vírus SARS-CoV-2, que passou a pandemia e que evoluiu, naturalmente, para endemia com a sua doença designada por covid-19). 

Nessa altura, foi tudo apresentado como uma "guerra", valendo apenas as opiniões dos "peritos" que são matemáticos e geodésicos. 

Afastaram-se os epidemiologistas e os virologistas, os governos decretaram o fecho das várias sociedades e medidas de cariz medieval, promoveram vacinas que iriam eliminar o vírus e/ou a doença e que hoje arrastam um lastro de dúvidas (e talvez por isso pouco de fala delas). Tivemos pregadores a ditarem o comportamentos das massas. 

Ignorou-se a ciência em nome de uma "ciência" de cariz religioso (acreditar sem duvidar) e dogmático e as opiniões do "outro lado" foram ignoradas, desprezadas e combatidas... chegando-se ao ponto de perseguir os que chegaram a ser classificados como "negacionistas" (mesmo quando não negavam a existência da epidemia/pandemia/endemia) e a defender que nunca fossem tratados pelas estruturas de saúde.

O que hoje se passa, em torno da crise ucraniana, é o mesmo. E com contornos mais graves, na área de informação. 

Há duas barreiras que fecham grande parte dos circuitos informativos. Por um lado, os canais de informação/comunicação social russos estão bloqueados, por outro, a imprensa está concentrada num dos lados, o do governo ucraniano. E as informações que não são as que saem do terreno, recolhidas directa ou indirectamente pelos jornalistas que aí se encontram, são fornecidas pelas estruturas do governo ucraniano e pelo próprio presidente ucraniano. As que provêm do lado russo são filtradas pela própria linguagem, com os habituais "alegados" e "alegadamente". Não há jornalistas de "cá" na frente russa e não se sabe, porque não o disseram, se tentaram ir para lá. E há aqueles que, saltando de indignação a cada ousadia verbal do Chega, bebem as informações da organização militar neonazi ucraniana conhecida como Regimento Azov.

Quem não se posiciona, publicamente, ao lado do governo de Kiev (que tem sabido usar as artes da comunicação, a começar pelo endeusamento do seu presidente) é considerado "putinista" ou adepto da Rússia. E os verdadeiros conhecedores das realidades militares e das particularidades dessa parte do mundo são insultados e caluniados publicamente.

Chegou-se, mais uma vez, ao "quem não é por nós é contra nós", a um fascismo opinativo que também se filia no politicamente correcto e no que pode ser designado por pensamento único: tudo o que se diz tem de estar sujeito a uma doutrina quase religiosa que só aceita uma única perspectiva, um pensamento de sentido único.

É por isso, com uma sensação agravada pela sujeição deste pobre povo aos ditames pseudocientíficos e às verdadeiras campanhas da comunicação social, que olho com alguma mágoa para o 25 de Abril, que hoje se comemora. 

Serviu para quê, essa conquista da "liberdade"? 

A Inquisição esteve activa em Portugal entre 1536 e 1821. Matou na fogueira 1379 pessoas e, nas masmorras, largas centenas. Foram perseguidas e condenadas mais de 19 mil pessoas. Os 285 anos de acção da Inquisição tiveram uma repercussão mais vasta do que parece, no domínio do pensamento e da liberdade de expressão, e os 48 anos (de 1926 a 1974) de um regime político autoritário que se definiu como Estado Novo deixaram uma influência muito negativa na capacidade de pensar da população portuguesa. 

Neste quadro, o 25 de Abril acaba por ser uma celebração do pensamento único: quem não é por nós é contra nós...





quinta-feira, 21 de abril de 2022

Acabou, finalmente!

 

Terminou hoje, com a aprovação, promulgação e publicação do Decreto-Lei n.º 30-E/2022, de 21 de Abril, a obrigatoriedade do uso das fraldas faciais. 

Muita gente continuará a usá-las, o que dirá muito sobre o estado psicológico delas (tolhido por mais de dois anos de uma campanha de medo) e da população (amedrontada e acobardada). Mas eu não. 

Na fase inicial da pandemia do SARS-CoV-2 acreditei, por pouco tempo, que podiam ser úteis na prevenção do que era apresentado como uma terrível doença capaz de exterminar milhões de pessoas. Quando vi como elas eram usadas, e como estavam em contacto com tudo, sem que andassem pessoas a morrer pelas ruas, e à medida que fui lendo e pesquisando sobre pandemias (e pelos dois livros que traduzi sobre este tema), percebi que de nada serviam.

Evitei-as sempre e várias vezes me chatearam, nos supermercados, para tapar o nariz. Tapava e destapava. Preciso de respirar, sempre precisei. 

Nos últimos tempos percebi que a situação era insustentável. 

Havia menos pessoas a usar a coisa, a par de uma imensa quantidade de brutos a usarem-na dentro dos seus próprios carros e de janelas fechadas. A gravidade da doença reduziu-se. A imunidade natural de grupo consolidou-se (mesmo à margem das vacinas, que mais me pareceram um negócio do que outra coisa). Os outros países começaram a largá-las. E nas escolas... a brutalidade homicida que fizeram cair sobre as crianças já começava a suscitar dúvidas mesmo entre os "especialistas" da treta que serviram de fralda aos políticos cobardes. E depois a perspectiva de concentrações de rua a 25 de Abril com milhares sem a dita fralda, e as fotografias oficiais dos políticos sem ela... Tudo ajudou. Inclusivamente, a certeza de que haverá milhares de zombies ainda apegados ao trapo.

Mas agora acabou. É natural que os políticos queiram, mais tarde ou mais cedo, tentar impô-las outra vez, sob qualquer outro pretexto. Mas pode ser que seja mais difícil...






domingo, 17 de abril de 2022

Ler jornais já não é saber mais (141): puns

 Muito gosta a imprensa do "disparar".

Só que não são tiros. São apenas puns.






































"Killing Eve": o gelado e as gargalhadas

"Killing Eve" (série que pode ser vista na HBO Max na totalidade das suas cinco temporadas) tem altos e baixos, oscilando entre o muito bom e o assim-assim. Mas tem dois trunfos admiráveis: um é Jodie Comer (Villanelle, a estranha heroína da série) e o outro é Kim Bodnia (Konstantin, uma personagem determinante mas enigmática).

Jodie Comer é perfeita e o arranque da série, logo no primeiro episódio, em que se vira de pernas para o ar o pressuposto terno de uma criança a comer um gelado, estabelece o tom bem-humorado de todo o conjunto. Uma parte pode ser vista aqui:




E Konstantin, uma figura maior do que a vida, tem as gargalhadas mais divertidas que tenho visto na televisão e no cinema, como aqui se pode ver na representação do também admirável Kim Bodnia:



São espantosas, estas sequências!




sexta-feira, 15 de abril de 2022

Apanhado em flagrante


Dez minutos de bicicleta, treino personalizado em força (num intervalo regular do plano de treino), Pilates e depois... apanhado em flagrante pela Cláudia Vieira, a extraordinária profissional e "personal trainer" que desde 2014 me acompanha nestas andanças no Balance Club. 





quinta-feira, 14 de abril de 2022

Na minha aula de Pilates há umas criaturas assim

 





MEO/Altice: além do mais, são malcriados

Já falei da avaria, que a MEO/Altice, se mostrou incapaz de resolver satisfatoriamente; já falei da tentativa de suborno; já falei da incapacidade de falarem com os seus clientes.

Só falta acrescentar a má-criação, traduzida na ausência de resposta a um simples pedido: o fim antecipado do contrato fidelizado sem penalização. O assunto foi objecto de carta registada com aviso de recepção e até podia, como pode, ter uma resposta negativa. Mas devia, e deve, resposta. Só que não teve.

A isto chama-se má-criação.

É mais um motivo, esta falta de transparência e de cortesia comercial, para uma reclamação mais formal à Anacom.

Quanto ao resto, nada muda: o contrato, para cujo fim faltam poucos meses, não será renovado e continuarei a fazer tudo para que a MEO/Altice perca clientes e não ganhe novos.





domingo, 10 de abril de 2022

Regresso ao Alentejo "beirão"

A paisagem do Norte alentejano vista do castelo de Marvão


Do Alentejo, onde há quase trinta anos procurei segunda habitação antes de me interessar de vez pelo Oeste, gosto mais da sua zona norte, a que tem uma ligação directa com as Beiras. A paisagem é mais acidentada e agreste, os vinhos são mais poderosos e a gastronomia parece beneficiar dessa ligação beirã. E foi a ela que regressei, muitos anos depois. 

Deslumbrante, a paisagem (e é vê-la, na sua imensidade, do alto do castelo de Marvão, para a perceber), apareceu-me ainda mais imponente, graças, também, ao alojamento que fui encontrar no Airbnb. Com a designação de Casa do Meio, fica numa espécie de vale em que de um lado está a visão de uma parede de rocha e, do outro, da sua vertente frondosa. A casa revelou-se simpática e bem decorada e equipada, numa quinta sossegada e com um pátio fechado, ideal para cães (e crianças).


A fachada, convidativa, da Casa do Meio



Uma colina da Serra de São Mamede vista do pátio da casa do Meio



Nuvens e serra vistas da quinta onde fica a Casa do Meio


 

Em quatro dias fui a Marvão (quase deserta e bem cuidada), Castelo de Vide e Portalegre. Falhou a deslocação a Espanha, a San Pedro de Alcantara, onde o restaurante El Convento, de boa memória. E de Portalegre não guardo grande memória, porque a cidade, tendo crescido, alargou-se e pareceu-me confusa. Mas valeu-me a Adega Cooperativa de Portalegre, com atendimento amável e correcto e preços jeitosos. As provas ficam para depois.

E se é visível a ausência de lojas, daquelas pequenas lojas onde se compram "souvenirs", produtos regionais ou curiosidades, talvez vítimas irrecuperáveis dos estúpidos confinamentos, não falharam os restaurantes. 

Fui duas vezes ao Sever Grill (o restaurante do hotel do mesmo nome, em Portagem, fica para a próxima), onde comi bochechas grelhadas e Migas de Batata com Carne do Alguidar, tudo muito bom como uma entrada de cogumelos com ovos mexidos, e com um vinho tinto exclusivo, e igualmente bom, do enólogo Rui Reguinga. Fui ao discreto Ammaia, junto das ruínas romanas com o mesmo nome, em Santo António das Areias, e comi um bela Bacalhau Alourado no Azeite com um excelente vinho a jarro da Casa da Urra. Em Marvão comi tapas interessantes no restaurante Pirolito, que precisa de uma segunda visita para melhor apreciação.


Cogumelos no Sever Grill

O belo tinto "da casa" do Sever Grill



O interior do Pirolito, em Marvão


O interior do restaurante Ammaia e a sua comida são um segredo de bom gosto
 por trás de uma fachada pouco reveladora



E vi sombras, claro: as lojas que desapareceram (talvez tivessem tido de fechar para sempre, perdida a capacidade de funcionarem), o campo de golfe ao abandono e o friso de casas abandonadas numa colina cuja história, triste, me contaram noutros tempos. E as repugnantes máscaras, usadas de forma militante na rua, e de todas as maneiras: vi, à minha frente, um porcalhão espirrar e assoar-se ao nojento acessório, que nem sequer afastou do focinho.


Paranoia




quinta-feira, 7 de abril de 2022

Esta batalha já foi perdida pela Rússia





A Rússia já perdeu uma batalha fundamental na crise ucraniana: a da comunicação e, muito em especial, a da comunicação audiovisual.

A tradição cinematográfica russa (onde o génio de S. M. Eisenstein não criou raízes) não teve, nem tem, a rapidez do saber televisivo da elite ucraniana.

O que também mostra como o cinema clássico vai sucumbindo perante a criação televisiva.



terça-feira, 5 de abril de 2022

"A Balada de Hill Street" + "A Balada de Nova Iorque" + "Departamento de Homicídios" + "The Wire" = "Bosch"

Jamie Hector e Titus Welliver em "Bosch"

No tempo em que, sem a Netflix, sem a HBO e sem a Prime Video, procurava novas séries de televisão em DVD, deparei-me com uma simplesmente intitulada "Bosch", lançada pela Amazon na sua incursão pela produção audiovisual (e acho que ainda sem a Prime Video).

Houve qualquer coisa que li, a seu respeito, e de que não gostei e que me pareceu estar relacionada com os poderes paranormais que um polícia de nome Hyeronymus Bosch (ainda por cima...) teria. Do autor das histórias com esta personagem, Michael Connelly, pouco lera e a ideia de associar o "thriller" a temáticas fantásticas nunca me agradou, com excepção de "Falling Angel", (1978), de William Hjortsberg, que deu origem ao filme "Angel Heart - Nas Portas do Inferno" (1987).

E por isso passei-lhe ao lado. Há pouco tempo, por qualquer motivo, fui espreitar a série (sete temporadas, 2014 - 2021), disponível na Prime Video... e fiquei fã. "Bosch" é um regresso magnífico às grandes séries de ficção policial da televisão americana e como seu criador e produtor está Eric Ellis Overmyer, que foi produtor e guionista de "Departamento de Homicídios" e de "The Wire" (e de "Treme"). 

"Bosch" é, nos ambientes e nos diálogos, uma síntese brilhante de todas as tendências inovadoras que se revelaram nestas duas séries e, ainda, em "Balada de Hill Street" (1981 - 1987) e "Balada de Nova Iorque" (1993 - 2005). Inteligentemente construída, com interpretações poderosas e diálogos que se entrecruzam, com tempo e ritmo, numa rede de silêncios significativos, "Bosch" é do melhor que há e, depois dos seus 68 episódios, só se pode ansiar pela continuação, que é "Bosch: Legacy", em Maio.

Há uma cena, na sétima temporada, em que uma das personagens descreve uma criminosa "latina" como "Stringer Bell com saias, de 'The Wire'». E Jamie Hector, o detective parceiro de Bosch, replica qualquer coisa como "Sei o que é. Vi a série sem interrupções". Jamie Hector foi, em "The Wire", o chefe criminoso Marlo Stanfeld. Merecidamente citada, "The Wire" dá também a "Bosch" uma das suas personagens mais emblemáticas: o chefe da Polícia, Irv Irving, interpretado por Lance Reddick. 


"Goliath" e "The Looming Tower"




Cliente mais recente da Prime Video, foi nesta televisão que também descobri duas outras grandes séries: "Goliath" e "The Looming Tower". Ambas, como "Bosch", confirmam as grandes virtualidades da televisão contemporânea e o seu papel de rival directa do cinema e em todos os aspectos.

"Goliath" (2016 - 2021) tem Billy Bob Thornton na pele de um advogado caído em desgraça que acaba por atacar os mais poderosos. Num ambiente "noir" soberbamente construído, "Goliath" tem uma galeria de alto nível em matéria de interpretações onde figuram grandes nomes como William Hurt, Bruce Dern, J. K. Simmons, Dennis Quaid, Beau Bridges, e o estilo "cool" do advogado Billy McBride (Thornton) consegue avivar todas as emoções.

"The Loooming Tower" (2018) é, por seu turno, uma mini-série muito especial. Conta como a rivalidade entre o FBI e a CIA abriu algumas portas aos atentados do 11 de Setembro e nela quem sobretudo se destaca é Jeff Daniels, perfeito na recriação de um chefe do FBI caído em desgraça.




segunda-feira, 4 de abril de 2022

Só para não pensarem que desisti: MEO nunca mais!

Não confio, em nada, na MEO/Altice e, terminado o período de fidelização (que é em Novembro, se não aceitarem a rescisão do contrato sem penalização como propus), nunca mais vêem um cêntimo meu.

Detesto o serviço que prestam, a sua incapacidade em dialogarem com os clientes, a arrogância cabrona de quem acha que já tem clientes a mais.

E continuarei a dizê-lo, esperando poder contribuir para que percam clientes.



sábado, 2 de abril de 2022

A palhaçada das máscaras

 



Viu-se na posse do actual governo e no dia de inauguração da nova legislatura que os dirigentes políticos e os deputados andavam todos bem comportados, com a fralda facial. 

Mas depois olha-se para o que, por exemplo, tem feito o Presidente da República (que deu posse ao Governo com a dita fralda), prescindindo do trapo em numerosas ocasiões.

É uma palhaçada incoerente, que só fica por punir porque o povo é estúpido e medroso.










Clientes

 

... do meu "pronto-a-comer" para aves: um pintarroxo, de dois que são muito assíduos, e um periquito azul que é de presença mais esporádica.