21 de Novembro |
Mário Soares (como primeiro-ministro e Presidente da República vencedor de eleições, e candidato derrotado a Presidente da República), Jorge Sampaio (como Presidente da República eleito), António Guterres (como primeiro-ministro vencedor de eleições) e José Sócrates (primeiro-ministro vencedor de eleições) governaram mas acabaram, em grande medida, por gerar as suas próprias derrotas.
É um padrão que caracteriza o PS quando chega ao poder, que sabe bem usar para seu próprio proveito.
Esperamos que alguma derrota por motivos próprios vitime também António Costa (primeiro-ministro por um golpe de Estado parlamentar depois de ter sido derrotado em eleições), que esta capa, que se supõe ter sido concebida para ser elogiosa, retrata na perfeição: um tipo arrogante, sem ideias de fundo, tornado importante e influenciador apenas por ter chegado ao poder e que não sabe "estar" (o destaque dado ao pernil é um mimo), representado como se fosse uma madame de uma casa de alterne, para quem (imagina-se...) os eleitores são prostitutas e prostitutos.
"Visão", 15.12.2022 |
Pode ser que ele leve, ou carregue, a legislatura até ao fim e que o governo a que preside não caia antes. Será uma tragédia a todos os níveis, naturalmente.
Mas talvez haja uma surpresa, ou um percalço. Ou um acaso incontrolável...
Não me lembro da última vez em que tinha visto esta publicação, o que também significa que tenho vivido, e viverei, bem sem ela. Aliás, nem me lembrava dela. E nem havia motivo para que me lembrasse.
A coisa parece ser uma espécie de epístola para as elites das elites. As manifestações culturais (ou "culturais"?) que nela figuram sugerem cruzamentos endogâmicos de círculos elitistas de Lisboa, de criaturas que ali foram parar por teias sexuais de pessoas que vivem em círculo fechado e que se reproduzem entre si. A incursão por entre os seus variados artigos não é ilustrativa, não me interessou, não me deixou memória dos minutos que gastei com ela.
Com uma excepção: a matéria sobre a reabertura do cinema Batalha, no Porto. Parece que a iniciativa, da respectiva Câmara Municipal, é importante e, a propósito dela, a publicação recolhe declarações intimistas de pessoas que devem pertencer a alguma delegação nortenha do "Público". Fica tudo, mais uma vez, em círculo fechado e, lá está, não há uma única palavra sobre a cooperativa cultural que, num percurso de vinte anos, fez do Porto uma referência para o cinema: a cooperativa Cinema Novo, organizadora do Festival Internacional de Cinema do Porto/Fantasporto, e os seus dirigentes Beatriz Pacheco Pereira e Mário Dorminsky.
O "Público" foi uma das peças de uma campanha jornalística e política que visou a destruição de Beatriz Pacheco Pereira e de Mário Dorminsky. Ignorando-os, nesta matéria, mostra uma das faces piores da pior endogamia: o ódio, fascista, aos que não pertencem ao grupo.
Ao elitismo exacerbado que predomina nesta publicação junta-se um dos pecados mais estúpidos da imprensa, de toda ela: se não fizermos notícia, o assunto não existe.
Mas o Fantasporto de Beatriz Pacheco Pereira e de Mário Dorminsky existem. E não precisam do dinheiro que sai das receitas de uma cadeia de supermercados para continuarem a existir e a sobreviverem. Os que fazem a coisa chamada "Ipsilon" é que precisam do dinheiro miúdo dessas receitas, para fazer sobreviver o seu minimercado.
É deprimente perceber, em concreto, como a campanha de medo lançada no início de 2020, assente numa perspectiva de ficção científica de um vírus respiratório natural que percorreu todas as etapas naturais de uma afecção vírica (epidemia - pandemia - endemia), foi tão eficaz e ainda hoje se faz sentir.
A campanha misturou médicos e académicos transformados em "pop stars", políticos timoratos e outros ansiosos por se notabilizarem a todo o custo, ambições legítimas de empresas farmacêuticas legítimas que ultrapassaram todas as fronteiras da legitimidade, jornalistas transformados em porta-vozes de entidades políticas e económicas, cientistas apressados e sedentos de fama e mais uma vara de idiotas dos mais variados sectores.
Quem o fez, quem manipulou mentes e informações, devia ser julgado por tribunais especiais, com uma escala de penas abrangentes e, nos casos mais graves, bem pesadas. E, em geral, os danos causados em todos os sectores (saúde pública, economia, organização política dos Estados) podem ser devidamente avaliados.
Pode ser que, um dia, se abra este caminho...
A contabilização das mortes por covid-19 devidamente explicada, em Abril de 2020, por quem incentivou a campanha do medo |
*
E se me leram até ao fim e discordam, podem chamar-me o que quiserem. E, de seguida, podem ir bardamerda.
O jornalismo tinha regras. O jornalixo não tem.
Há todo um jardim zoológico de "especialistas" da treta, de "pop stars" que têm orgasmos nos palcos do jornalixo, de falsos especialistas em epidemiologia que não têm a honestidade intelectual nem o pudor cívico para confessarem que se enganaram, se não o fizeram de propósito, quando contribuíram para aterrorizar milhões de pessoas e destruir a economia.
Este é um deles, no pasquim "i", que parece um decalque rasca do "Jornal do Incrível".
... e por isso não encontrou o caminho para as casas das pessoas e para os candeeiros de iluminação (?) pública, o que fez com que tivesse havido um apagão às 15h02.
Não foi esta a explicação que me deram, da EDP/e-Redes, mas não me custa a crer que a pudessem ter dado se eu tivesse perguntado, com insistência, o porquê do apagão.
Como sempre, nunca há explicações (depois de um tempo em que todas elas eram imbecis...). Mas a luz continua sempre a desaparecer.
Há, diz-se, jornalistas (?) de "causas" neste país. O poder político e o poder do futebol parecem tê-los amordaçado. Ou subornado.
O que explica que a imprensa portuguesa tenha decretado, desde o primeiro momento, que o que caiu na Polónia eram mísseis russos?
Começou, como aqui contei, com a distribuição da Rádio Popular. Apareceram dois sujeitos com ar de quem não sabiam o que andavam a fazer.
Voltou a acontecer
com uma entrega de La Redoute: eram três, todos com aspecto que, numa noite
escura de uma cidade menos conhecida, nos faria mudar de passeio. Não chegou a
acontecer agora com uma entrega da Decathlon... porque o homem que estaria ao
volante do veículo, com a minha encomenda, foi parar a 6 quilómetros de
distância e... desistiu. GPS? Nada consta...
É possível que
a expansão das compras à distância, com o aumento deste tipo de comércio, tenha
levado à proliferação de empresas, nascidas do nada ou porque sim, que depois
contratam pessoas que não têm qualquer tipo de qualificação para fazerem este
trabalho. Mal falam português e não têm apresentação. Nem inspiram confiança.
Fica aqui um
exemplo bem concreto e um alerta -- um alerta primordial (e já perceberão a
piada) -- deste tipo de situação, em que empresas sérias e clientes que nelas
acreditam são objecto de um verdadeiro ludíbrio, que pode ir... até onde?
Eis o caso da Paack.
Com um conselho: se a encomenda lhes cair nas unhas, é melhor dizer adeus à
encomenda!
Vamos ao que
aconteceu, e que diz tudo.
No passado dia
6 de Novembro de 2022 fiz, e paguei, uma encomenda na Decathlon Online.
No dia 10 de
Novembro, um dia depois de me ter sido prometida a entrega da encomenda pela
transportadora Paack, recebi às 15h23 um telefonema do número 937561771, de uma
voz masculina que não se identificou e que me disse ter uma encomenda da
Decathlon para entregar. Disse-me que estava na Rua Vasco da Gama, ao pé da MRF
Construções, na zona industrial de Caldas da Rainha.
Eu respondi-lhe
que a Rua Vasco da Gama indicada para a entrega é nos arredores da cidade de
Caldas da Rainha e que podia chegara ao meu endereço pelo GPS. Ele pediu-me indicações.
Talvez esperasse algo como "vire à direita e depois à esquerda", etc.
Perguntei-lhe se não tinha GPS e ele disse que sim. Portanto, chegaria.
Às 16h07 do
mesmo dia recebi esta informação da transportadora: não conseguiam encontrar a
morada e devolviam a encomenda à Decathlon!
Mas a Paack, ou quem a representava, estava a 6-7
quilómetros da morada da entrega, e a distância seria percorrida em 9 a 11
minutos, como se pode ver pelo Google Maps:
Depois de muito
procurar, encontrei um endereço de e-mail da dita empresa (?) Paack, por onde
pedi informações e de onde me "despacharam" para a Decathlon, porque
já não tinham nada a ver com o assunto.
Nesse mesmo
dia, 10 de Novembro, reclamei desta estranha situação e pedi à Decathlon Online
que me informasse quando seria entregue a encomenda, porque tinha necessidade
urgente de a receber. Até este momento não recebi resposta.
Tendo procurado
mais informações sobre a Paack, encontrei um nome que o Livro de Reclamações
Electrónico não reconheceu: Paack Yswd Portugal, Unipessoal, Lda.
A empresa
estará a operar legalmente em Portugal? Não sei.
Segundo um
portal de informação empresarial, a Paack Yswd Portugal, Unipessoal, Lda é
isto:
Era uma empresa
chamada, imagine-se, Alerta Primordial e deve ter comprado a representação da
Paack original, criada no Dubai. O capital social é de € 850 845.32. Mas o dinheiro, por muito que seja, não chega para se ser competente.
É de calcular que possam estar a tentar seduzir as empresas vendedoras com preços mais baixos (provavelmente conseguidos por pagarem ao seu pessoal ou de maneira informal). Mas, depois, o resultado é desastroso.
Ou seja, é isto:
Esta notícia da Lusa/"Público", dada na véspera de mais uma das missas negras dos "especialistas"-bruxos do Infarmed, revela duas coisas:
Ainda pensei que a prestimosa entidade que dá pelo nome de "Jornal das Caldas" se fosse referir ao Plano de Pormenor da Estrada Atlântica... mas mais depressa verei extraterrestres a voarem por aqui do que verei a imprensa do município de Caldas da Rainha a referir-se à corrupção local.
Ou têm visão a menos ou recompensas a mais, pelo silêncio que praticam.
380 932 euros.
Este quadro indica o valor recebido pelo médico Filipe Froes de 22 empresas farmacêuticas e do sector clínico, ao longo de 9 anos. [A informação está publicada, com indicação das respectivas fontes, pelo jornal online independente "Página Um" em três textos fundamentais: "Guimarães & Froes, Lda., delegados de propaganda médica da 6ª vaga dos lucros das farmacêuticas", "Do nojo e da desvergonha: os fretes da Visão Saúde e o mercantilismo de Filipe Froes" e "Remdesivirgate: um negócio de 20 milhões de euros e de lobbies associados à Ordem dos Médicos".]
Poderá o leitor mais complacente dizer que 380 932 euros não é muito. Mas bastaria 1 euro, que fosse, para cobrir de vergonha alguém que fosse honesto. Porque, note-se, algumas das empresas citadas fabricaram vacinas ditas para a covid, que o médico Froes recomendou, e medicamentos ditos para a covid, que o médico Froes recomendou.
É este médico que, na semana passada, apareceu no "Diário de Notícias", a proferir uma afirmação espantosa: que íamos ter uma "pandemia tripla".
"Diário da Notícias", 4.11.22 |
Note-se que as pandemias não são quando um homem quer.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), independentemente dos seus desvarios relativos ao vírus da pandemia, o SARS-CoV-2, é que as define.
Não cabe a um médico ou a uma diretora de jornal dizer o que é "pandemia", nem mesmo definir "pandemias triplas". Com o SARS-CoV-2/covid já endémico (a fase posterior à fase de pandemia), a OMS não decretou a gripe (a "influenza") como pandemia nem, tão, o vírus sincicial respiratório. (Que, note-se, parece ter ressurgido graças às perdas de imunidade causadas pelo uso de máscaras faciais pelas crianças.)
Esta afirmação, glosada depois, é de uma absoluta inexactidão científica.
Não se viu que a ciência fosse particularmente respeitada pelos influenciadores sanitaristas disfarçados de "epidemiologistas", mas convenhamos que não é preciso manifestar um tão grande desprezo pela ciência desta maneira tão despudorada.
Só se a ideia é meter medo, é relançar o pânico. E encontrar um estribo para reforçar a propaganda das vacinas salvadoras. Note-se que entre as empresas que deram dinheiro a Froes estão a Pfizer, a AstraZeneca, a Bayer e a Janssen, que fabricaram vacinas covid. E remédios, recomendados pelo médico Froes.
A promoção de um médico que recomenda produtos farmacêuticos produzidos por quem lhe dá dinheiro já é mais do que suspeita e o facto de haver um processo instaurado contra o médico Froes pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde mostra como a situação é pouco transparente.
Com esta atitude, e tendo em conta outros casos que se vão conhecendo (a começar pelo bastonário da Ordem dos Médicos, como revela o "Página Um"), os médicos, em geral, ficam mal vistos.
.E um jornal, como o "Diário de Notícias", ainda fica pior. Antes do 25 de Abril, quando era o jornal preferido do Governo, depois do 25 de Abril, onde o PCP foi determinante, mais tarde e até fechar a edição em papel (para a reabrir agora, com novo proprietário), o "Diário de Notícias" nunca deixou de ter a fama de, em geral, servir o poder vigente. Mas com seriedade. Mas agora... serve uma farmacêutica? E uma das farmacêuticas que dão dinheiro a Froes?!
A edição do que parece ser uma colectânea dos textículos publicados por Froes e pela sua companheira é patrocinada pela farmacêutica Bial. O "Diário de Notícias" já teve uma editora de livros, que agora já não tem, e a coisa é a primeira edição de um livro que este jornal faz.
Quem é que ganha, nesta ocasião tão espectacularmente promovida?
Froes e a Bial. E um candidato à Presidência da República.
Famoso por ter ido organizar o que estava desorganizado (o sistema de vacinação covid, nessa altura visto como a panaceia para a pandemia que ia matar milhares de milhões de pessoas...), o militar Gouveia e Melo, que chegou a proclamar a imunidade de grupo só por obra e graça das vacinas, tem deixado criar a ideia de que vai ser candidato à Presidência da República, nas eleições de 2026, e tudo indica que já tem pessoas e meios a apoiarem-no directamente para alcançar esse objectivo. Hoje, nesta sessão comercial, vai mostrar qual é o tipo de rectidão que tem.
Uma farmacêutica, um médico que recebe dinheiro das farmacêuticas, um jornal que já faz publicidade disfarçada sem problemas de consciência, um candidato à Presidência da República que faz de conta que não é... é esta caldeirada que alimenta a iniciativa tipo publireportagem de um jornal que já foi respeitável e que, neste caso, se transformou numa rameira sem honra..