Se o medo é uma coisa natural (e, em certo sentido, desculpável), já a cobardia não é. Sobretudo quando os amedrontados cedem, na prática, ao pensamento mágico e tentam justificar conscientemente o medo com a narrativa alheia que melhor lhes encobre a cobardia.
Por exemplo: o confinamento é que deu resultado (quando o vírus perdeu força com a chegada da Primavera e perante o ganho de imunidade pela população); temos de continuar escondidos em casa porque vem aí a "segunda vaga" (quando vão aparecendo mais "infetados" porque, havendo agora testes a mais, testa-se tudo o que está à mão).
É como as máscaras, agora transformadas em amuletos-placebo: se eu usar a máscara, já não serei "infetado".
Bem aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus.
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