Em cerca de 20 minutos, passando por quatro canais de televisão com telejornais em simultâneo, ouvi o "alegado" e o "alegadamente" usados uma boa dúzia de vezes. As duas palavras são também vulgares nos textos escritos. É um disparate.
O "alegado" é importado do inglês e, de uso comum no "jornalês" de língua inglesa, serve para dizer algo como "diz-se que que fez".
Por exemplo: "os alegados pagamentos ao ex-ministro Pinho". Mas nada impede, a não ser a falta de familiaridade com a língua portuguesa, uma expressão como "os pagamentos que terão sido feito ao ex-ministro Pinho".
A utilização do "alegado" tornou-se tão imbecilmente absurda que, numa peça televisiva sobre um homem que matou a mulher com um tijolo e se foi, ensanguentado, entregar à GNR (onde se supõe que terá dito o que fez, porque não saiu em liberdade), ouvi ontem a jornalista (?) de serviço falar em "alegado homicida". Quem é que "alegou" que o homicida era homicida? O próprio homicida?!
Só um alegado jornalismo feito por criaturas alegadamente jornalistas, é que pode espraiar-se nestes disparates.
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