Se a "nomenklatura" do concelho de Caldas da Rainha não fosse tão xenófoba e chauvinista, o chef António Flores, que tem dois restaurantes e uma garrafeira em Salir do Porto, já teria recebido pelo menos uma das muitas medalhas que são distribuídas todos os anos a indivíduos e entidades colectivas. Mas António Flores não é de Caldas da Rainha.
Nos primeiros tempo do novo Naco na Pedra |
Em Salir do Porto pegou num restaurante quase esquecido que já então se chamava Naco na Pedra e começou a alterá-lo, quer no ambiente quer na cozinha.
Dedicado às carnes, com uma garrafeira exemplar e um serviço de excepção, o Naco na Pedra é hoje um dos melhores restaurantes de Caldas da Rainha e arredores, se não mesmo o melhor. Sabe-o quem lá vai com regularidade. Mas tem um problema; não está na cidade de Caldas da Rainha. Portanto, para a elite urbana não existe, Aliás, é gente que talvez até desconheça Salir do Porto.
Depois do Naco na Pedra, António Flores abriu outro restaurante em Salir do Porto, o De Mar em Mar, dedicado a peixes, com outro ambiente e com a mesma cozinha excepcional.
Mas não se ficou por aí: abriu, também em Salir do Porto, uma garrafeira (Bottle Store), onde se reflectem as suas opções de vinhos para os dois restaurantes. Só que a um preço "de mercado" e não de restaurante, com a mesma variedade e qualidade. E com uma oferta muito ampla, com uma boa percentagem de vinhos menos conhecidos.
Com isto, António Flores deu um destaque diferente a Salir do Porto e criou empregos. Como têm feito tantos outros, estrangeiros e "estrangeiros" (portugueses, mas de outras paragens).
Só que, para a "nomenklatura" caldense, habituada a contemplar o próprio umbigo com a cabeça enfiada no próprio rabo, estas pessoas não interessam, como, aliás, a generalidade dos que vêm de fora.
É por essas e por outras que Caldas da Rainha, de certo modo, não existe.
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