Os meus vizinhos têm um cão, um pequeno podengo de pelo curto que pouco mais terá que um ano de idade. Não sei porque é que o têm.
Se é de guarda (como proclama um azulejo ao portão), nada ligam aos seus muitos ladrares. Se é para enfeitar, o certo é que ele nem sequer pode entrar em casa e anda pelo terreno vasto em redor da casa, que já provido de cerca reforçada. E anda sozinho. A dona brinca às vezes com ele, o dono nem por isso. Calculo que lhe dêem comida e água e que tenha qualquer tipo de tecto, embora muitas vezes o veja à porta de casa, deitado no tapete, com ar triste.
O cãozinho é simpático, brincalhão e brinca, e gosta de brincar, com as minhas. Não há hostilidade mas só o podem fazer quando, por qualquer motivo, ele se esgueira para o exterior.
De vez em quando, ausentam-se em fim-de-semana, de sexta-feira a domingo. Mas o cão fica. Sozinho. Com água ou comida para dois dias? Não sei. Só sei que, muita vezes, ladra desesperadamente. Mais do que quando os donos estão. Dentro da casa onde ele não entra.
É pena que o estatuto sócio-profissional e a formação não sejam, só por si, uma garantia de tratamento adequado e correcto dos cães. Ele é médico, ela é professora. Podem cuidar muito bem dos seres humanos com que têm de lidar todos os dias mas do próprio cão que quiserem ter é que não.
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