A explicação para o triste derriço do PCP pela Coreia do Norte reside, em grande parte, no estado de orfandade geopolítica deste partido e na falta de um país que possa ser apontado aos seus fiéis como o paraíso político na Terra.
Para se distinguirem dos utopistas e sobreviverem ao trauma da destruição do Muro de Berlim, pelos próprios habitantes dos antigos "países socialistas" que deixaram de querer ser "defendidos" por essa versão europeia da Muralha da China, os comunistas portugueses precisam de um país em que possam dizer que (ainda) existe o "socialismo real". O capitalismo chinês já se nota tanto que se tornou um problema e a Coreia do Norte acaba por ser o melhor que se pode arranjar. Com a vantagem de estar longe.
Enquanto acreditarem que ainda há um paraíso ao virar da esquina, os comunistas portugueses e os seus aspirantes a "querido líder" manterão a sua fé religiosa nos "amanhãs que cantam" e a fé, como se sabe, é essencial à sobreviência de qualquer liturgia e de qualquer igreja.
Acredito que o problema se resolveria com psicoterapia mas o "Serviço Nacional de Saúde" já anda pela hora da morte...
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