domingo, 30 de novembro de 2025

A realidade é uma coisa, a agenda deles é outra

 



Na Ucrânia há dois mundos: um país quase destruído a todos os títulos numa guerra para a qual foi empurrado pelos patrocinadores da sua elite política e uma agenda específica desses patrocinadores e da imprensa oficial que deles também depende.

Esta "notícia" da CNN nacional/Lusa é um exemplo perfeito: a Rússia não está nos "territórios" ucranianos por onde tem avançado, mas apenas diz que "ocupou" (por acaso, diz que os tem "libertado", aliás) ou "alega" ter "anexado". A realidade que é diariamente evacuada pela imprensa oficial é a de um mundo paralelo, de ficção, ou não fosse a política ocidental construída com lógicas de espectáculo audiovisual.




(Imagem de fonte aberta de acesso público.)

O fashionista das Caldas

 



Gloriosamente imparável, depois de ter ganho as eleições em Caldas da Rainha com 110 por cento dos votos com a ajuda do PS local, o empresário Vítor Marques está transformado num verdadeiro ícone da moda.

No certame de renome internacional Caldas Fashion, Marques desfilou, irrepreensível, no seu resplendoso fato de pele de tubarão, demonstrando uma invejável forma física.

No final ainda trauteou, com vibrato, o hino da candidatura presidencial de A. J. Seguro, "Música para Dormir Rápido e Relaxar Profundamente".

O público que ainda restava na sala aplaudiu-o muito.

O PS ainda não foi encontrado.






(Imagem de fonte aberta de acesso público.)



sábado, 29 de novembro de 2025

Ainda há marketeers? Não me parece...

 





Tive, em tempos, a possibilidade de conviver profissionalmente com um especialista de comunicação e marketing que era também professor num curso superior de Marketing. E, tendo visto de perto uma parte da formação e da actividade deste sector, até fiquei com boa impressão do que estava a ser feito nesta área.

Nos últimos tempos, porém, comecei a ter sérias dúvidas, mas não apenas como consumidor. Sou indiferente à publicidade que aparece na televisão generalista (que não frequento), não me deixo influenciar por campanhas e ainda vou suportando a publicidade que aparece nos sites da comunicação social (que os torna quase infrequentáveis). Já me custa mais aguentar os anúncios idiotas do YouTube, onde conseguem ser piores e mais miseráveis os anúncios das empresas que têm dinheiro para contratarem marketeers a sério.

É como destinatário directo que encontro exemplos de amadorismo, de falta de profissionalismo, de irracionalidade e de muitos outros disparates que só podem prejudicar as empresas de onde saem os e-mails reveladores que recebo.

Durante dez anos, e até 2021, fui sócio-gerente de uma micro-empresa criada com objectivos que cumpriu, e que encerrou a sua actividade de forma muito natural (beneficiando do apoio extraordinário de um contabilista certificado competentíssimo). O encerramento seguiu todos os trâmites legais e a empresa já não existe. 

Porém, como o meu endereço de e-mail lhe ficou associado, continuo a receber correspondência dirigida a essa empresa. De outras empresas que me querem vender as coisas mais extraordinárias e mais incompatíveis com a actividade da minha micro-empresa, que me aliciam para negócios decerto muito bons com fundos europeus e do Estado português, que me querem vender quantidades enormes de produtos que nem me interessam.

São, pelo que percebo, e-mails atirados à toa, sem qualquer tipo de trabalho de casa, tanto no que se refere aos produtos que me querem vender como na completa desadequação do destinatário. Porque estão a querer vender coisas a uma empresa que nem sequer percebem que está fechada e nem sequer se preocupam em tentar perceber, pelos códigos de actividade, que a empresa destinatária não poderia querer, por exemplo, paletes. 

Por exemplo:

















Não há muito tempo, uma empresa com sede no Alentejo quis vender-me cabazes de Natal com produtos alentejanos para eu depois oferecer a "colaboradores" e clientes e, no e-mail que me enviou, garantiu-me que a minha micro-empresa tinha, neste preciso momento, uma grande visibilidade e um grande êxito no concelho onde teve a sua sede. A coisa era completamente absurda porque a minha micro-empresa nunca teve nenhum cliente no concelho da sua sede, onde, no entanto, gastou dinheiro em bens e serviços e onde pagou todos os impostos devidos.

Um dos remetentes de uma coisa dessas reagiu ao meu e-mail padrão, com que respondo a essas propostas, que a informação sobre a minha empresa é a que existe on line e acho que me remeteu para um qualquer site dos que acumulam informações díspares sobre empresas.

Julgo que não é impossível encontrar um site estatal onde estejam as informações básicas sobre as empresas, cuja criação e extinção é controlada pelo próprio Estado. Mas foi em minutos que descobri um site de uma empresa que reúne dados sobre empresas (Racius). Nesse site, há duas informações contraditórias: a minha empresa é dada como estando a funcionar há 14 anos (quando, recordo, fechou em 2021) mas está registado que houve dissolução e liquidação. 

Suponho que qualquer actividade promoção de uma marca ou dos serviços e produtos de uma empresa requer um trabalho prévio de pesquisa e de recolha de informação. De qualquer modo, como é evidente, a pesquisa dá trabalho e enviar e-mais em massa é muito mais fácil. É o que fazem estes marketeers. Que haverá de errado na sua formação, ou na sua actividade profissional? Ou mesmo no seu raciocínio?





terça-feira, 25 de novembro de 2025

A caldeirada presidencial e a minha reiterada abstenção

Há, literalmente, dezenas de candidatos (ou pré-candidatos, porque só serão candidatos quando entregarem as assinaturas dos seus proponentes) à eleição presidencial de 18 de Janeiro do próximo ano. Mas, de certo modo, o sistema já escolheu e só resta saber qual destes quatro é que será Presidente da República.




Este fragmento da primeira página do "Público" de 22 de Novembro é claríssimo: o jornal falido que continua a ser "de referência", que é um brinquedo de um dos grandes grupos económicos portugueses (a Sonae), define quem é que deve ser Presidente da República, criando uma "short list" para o efeito. Não sei se o "Público" justificou a sua selecção, mas isso pouco importa.

Ou seja: é como se já tivesse havido uma espécie de primeira volta, de onde foram repescados quatro candidatos: Marques Mendes, dito "o profissional" (em primeiro lugar, como se fosse ele o escolhido), Seguro, dito "o 'sem-amarras'", Gouveia e Melo, dito "o mergulhador", e André Ventura, "o mini-Trump". É como os famigerados debates televisivos: os "especialistas" determinam quem são os melhores e os piores candidatos. Nem vale a pena ir votar!

Esta intervenção do "Público" na campanha presidencial mostra como a eleição está inquinada. Há um pequeno punhado de candidatos (e surpreende-me que o "Público" não inclua Cotrim de Figueiredo na sua "short list") de onde sairá o próximo Presidente da República, muito provavelmente numa segunda volta, e uma colecção deles dos quais nenhum conseguirá chegar ao almejado cargo. 

O pior, depois, é que nem o percurso nem a postura nem o currículo nem os princípios, programáticos ou outros, dos cinco (com Cotrim) do "Público" os mostra especialmente preparados para a função nem capazes de se diferenciarem entre si. 

É certo que a "preparação", em si, é uma ilusão. Dizia-de de Marcelo Rebelo de Sousa que estava "preparado" para a coisa. Viu-se o triste resultado. E em matéria de representação do Estado? Alinham todos, coitados, pelos postulados belicistas da liderança da União Europeia. E isso, aliás, basta-me para os rejeitar, não sabendo, verdadeiramente, ao que vêm e não tendo grande apreço político por nenhum. 

Não votei nas eleições europeias porque as principais candidaturas eram todas fiéis seguidoras da "madam" Fond of Lying. Repeti-lo-ei nesta eleição presidencial. E, perante cada um, não encontro outro que mereça o sacrifício do meu "voto útil".

Quantos aos outros todos, mesmo saídos de partidos de reduzida representação parlamentar, podem ter discursos muito acertados mas nunca serão eleitos. O voto neles é um verdadeiro voto inútil e, pela participação no acto, uma aceitação desta caldeirada política.

E a minha abstenção não é só válida para a primeira volta, mas também para a segunda. Nenhum deles me serve como Presidente da República, nem os da Sonae nem os outros.





(Imagem de fonte aberta de acesso público.)

domingo, 23 de novembro de 2025

Patadas na língua, patadas no jornalismo (9)


Os disparates que aqui se recolhem não são muitos, não sendo a sua recolha fruto de uma análise exaustiva da imprensa nacional. Mas aquilo que expõem é assustador e preocupante: há um nível elevado de verdadeiro analfabetismo funcional na comunicação social.

Vamos aos exemplos:

Frases à balda


Há frases cuja construção não parece obedecer a qualquer lógica. Ou que ninguém parece ter a preocupação de as ler, pelo menos, mais uma vez. Ou, pior ainda, elas até podem ser lidas antes de saírem para o domínio público… sem que ninguém dê pelas confusões e pelos erros que as tolhem.




"Água pelos pés"?! O contexto não está bem definido, mas ter "água pelos pés" é motivo para alarme? Na CNN tuga.






"Causou ferimentos em quatro feridos". Extraordinário. Na CNN tuga.




"Invasão à Rússia?! Na CNN tuga.






Se é certo que nem todos os militares são oficiais, já será mais verdade
que todos os oficiais são militares. Na CNN tuga.




Sempre pensei que fosse "ordenar que" e não "ordenar a". Na CNN tuga. 






Eis uma das frases que deviam ser lidas e relidadas antes de serem publicadas. Não ficaria melhor "Reserva de água nas barragens a 80% depois da depressão..."? No "Jornal Económico".



Erros de tradução ou falta de conhecimentos?


Há palavras e expressões que significam uma coisa numa língua e outra coisa noutra língua. Há muita gente que o sabe. Os tradutores profissionais sabem-no. Os jornalistas... pois. 




Em português diz-se "exemplares", no que toca a livros. Em inglês usa-se "copies" (o singular é "copy"). "Cópias" em português é isso mesmo: cópias, como fotocópias, por exemplo. A ideia é essa, nesta entrevista publicada no "Expresso"?





Imagina-se: Trump a correr atrás de Maduro, ou atrás de Maduro numa fila em movimento. É, apenas, o inglês "to go after" ("atacar", por exemplo).
E fica tão bem o "ele (tu) vais"! Na CNN tuga, claro.




A gramática é uma chatice

A gramática não serve para nada, aprendê-la é uma maçada muito e se os professores ainda castigavam os "burros" com más notas... nem, na imprensa, tudo se pode fazer. Evitando a chatice que a gramática é, bem entendido. 


"Recusas (...) aumenta". No Observador.





José Sócrates pediu "concelhos". Quais teriam sido? Lisboa? Porto? Leiria?... Na CNN tuga.





Juntaram-se "ódio" e "intolerância" e "redes sociais". Mas a CNN tuga escreveu "juntou-se", alheada da regra do plural. Ou terá sido mesmo o que esta "pop star" disse?






"Os únicos culpados são". CNN tuga, outra vez.






Quem valoriza, valoriza alguma coisa. Ou então valoriza-se. 
A CNN tuga não gosta dos verbos reflexivos.




Imagino o preço dos combustíveis, escondido não sei onde, a querer mexer... onde? Em quem? A CNN tuga não revela.



(Imagens de fonte aberta de acesso público.)



sábado, 22 de novembro de 2025

Racionalidade e loucura

O vice-presidente dos EUA expressou, finalmente, uma opinião absolutamente realista e pragmática. E só falta perguntar para que serviram o equipamento militar e os milhões de dólares e de euros que têm sido atirados para a Ucrânia.

O presidente de Portugal expressa, como sempre, uma opinião absolutamente incompatível com a realidade dos factos e inquinada por uma ilusão (estranha, em pessoas racionais...) que pode ser, e talvez ainda bem, mortífera para a União Europeia. E é pena que quem assim pensa não se dê como voluntário para o campo de batalha.












(Imagem de fonte aberta de acesso público.)

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

A guerra que engrandece


Não vejo um único candidato em quem queira ir votar. e não tenciono ver os "debates" nem, muito menos, os comentadores que debatem sobre os "debates".

Mas posso fazer já uma previsão: o candidato Ventura vai "perder" todos os "debates", seja com o manso candidato Seguro, seja com qualquer um dos outros.

A imprensa não percebe que a sua guerra irracional contra André Ventura (repito: em quem não vou votar) ajuda a engrandecer André Ventura. Na prática: quantos mais ataques, mais votos.

Depois, admiram-se...





(Imagem de fonte aberta de acesso público.)

sábado, 15 de novembro de 2025

À espera...

 


Continuamos todos à espera de podermos saber mais, na imprensa em geral, sobre este caso, segundo o "Observador" (rival da CNN tuga), do director que é "acusado de discriminar por orientação sexual". Ele há sempre tantas notícias sobre discriminação sexual e agora... nicles?...







(Imagem de fonte aberta de acesso público.)

sábado, 8 de novembro de 2025

Que tristeza de primeiro-ministro...





Como primeiro-ministro, assim, ele não é, realmente, grande coisa.

Qualquer pessoa que, doente ou a sentir-se doente, vá a um hospital, a um centro de saúde ou a uma consulta médica, e saia de lá medicada, tratada, aliviada ou psicologicamente mais confortável, elogia quem a recebeu e apoiou. Sempre assim foi, sempre assim será.

Usar isto para justificar decisões políticas é quase imoral...






(Imagem de fonte aberta de acesso público.)





quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Catástrofe em Lisboa!

Pior do que um sismo, um tsunami, uma tempestade tropical ou a 999.ª variante da covid, foi isto: caiu uma árvore "no centro" de Lisboa, que... causou feridos ou mortos? Não. "Prendeu" três carros, segundo a notícia.

E a árvore estaria já condenada, por doença ou tratamento impróprio dos serviços municipais ou por causa da poluição?

Ou das famosas alterações climáticas?

Não, claro que foi o "mau tempo". Ou terá sido o mau jornalismo?









(Imagem de fonte aberta de acesso público.)


segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Tenham medo, tenham medo, tenham medo...


As "previsões" da CNN tuga não se confirmaram na semana passada (e algumas câmaras municipais deviam explicar por que motivo é que, mais uma vez, não limparam as sarjetas...), mas não há que desistir: "Portugal inteiro" tem de tremer de medo com mais este Dilúvio anunciado.















(Imagens de fonte aberta de acesso público.)