sexta-feira, 25 de setembro de 2020

A propósito, a "gripe espanhola"

Há quem goste de comparar esta epidemia do covid com a gripe dita “espanhola” de 1918. Parece, até, que é uma comparação que inspira os ideólogos e os cães-de-fila da DGS e que, de certa forma, também os excita.

Só que quem o faz não sabe (ou sabendo, ilude) que há cem anos não havia meios de tratamento imediato (ainda nem havia antibióticos, por exemplo), que a população inicialmente afectada foi a dos soldados, mal nutridos, mal alojados (amontoados nos navios de transporte de tropas, onde não havia medicamentos adequados, e nas bases e aquartelamentos), e de saúde débil.

E é também “esquecido” que, durante muito tempo, e inutilmente, os médicos e os cientistas andaram à toa a trabalhar sobre a hipótese de a gripe ser causada por um bacilo, designado em 1892 como “Bacillus influenzae” pelo médico alemão Richard Pfeiffer.

Que estava errado, porque o agente patogénico era um vírus.

E este vírus, ao contrário dos bacilos, atravessava o tecido das máscaras que, também nessa altura, começaram a ser ilusoriamente usadas.

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