Referi-me aqui a uma apólice de um seguro que a respectiva seguradora me quis aumentar em 75 por cento. O aviso (a ameaça...) veio da Ocidental (BCP) e dizia respeito a um seguro para um dos meus cães. Achei o aumento estranho e pedi esclarecimentos. A resposta chegou e pode ser vista aqui:
A resposta da Ocidental é extraordinariamente esclarecedora. Vejamos...
1 - A Ocidental não sabe, claramente, o que está a fazer. Ao identificar dois "Animais/anuidades", erra. E não erra por mim, porque quer na "compra" do seguro quer em todos os pedidos de reembolso, a identificação foi sempre completa e referiu-se sempre ao mesmo animal. O que acontece é que a Joaninha aqui identificada já estava registada como "Marilu" pelo criador (sim, esta simpática cocker foi comprada) e, para efeitos legais, foi sempre identificada com os dois nomes, o primeiro com afixo e como está no LOP, e o segundo como nome que se lhe adequa e pelo qual dá. Estranhamente, a Ocidental contabiliza dois animais. Que falta de profissionalismo!
2 - Em segundo lugar, as contas. A Ocidental "queixa-se" de que a Joaninha lhe custou, em cinco anos, 483,97€. E até poderia ter custado mais se não houvesse uma franquia de 25€, que não se aplica nas consultas, que têm um preço inferior. Mas, por exemplo, em 2016 já não teve (até agora) que gastar nada. Vendo isto, poderia pensar-se que eu não lhes dei nada. Mas dei. O seguro custou-me anualmente 118,18€. Portanto, ao pagar nestes cinco anos 550,81€ à Ocidental, a seguradora ainda lucrou 66,84€. Recordando: a seguradora quis passar o valor anual do seguro de 118,81€ para 270,91€.
3 - Poderá haver quem argumente que as despesas da seguradora não se referem só aos actos clínicos. A Ocidental entregou a gestão da coisa a uma empresa de que já aqui falei e alguma coisa lhes há de ter pago e aos veterinários que, alegadamente, trabalham para ela. Mas talvez tenha sido dinheiro deitado à rua: a mesma empresa, como já contei, exigiu-me um exame clínico que a Joaninha nunca tinha feito e de que nunca apresentei factura, relatório clínico ou pedido de reembolso. E também deixou extraviar originais e trocou as pernas na interpretação de um relatório médico. Não me parece que a Ocidental tenha sido beneficiada. Mas talvez nem se importe.
O resultado disto foi o mais óbvio: anulei a apólice. E reprimo a vontade de os mandar ir roubar para a estrada. Porque seria, obviamente, uma indelicadeza.
Seguros para animais:
um beco sem saída
Tendo a Joaninha ficado sem seguro e com a segunda (Elsa, não comprada mas adotada e a que também aqui me referi) ainda sem seguro, comecei a procurar uma alternativa. Mas o certo é que, nas condições que quero, não há. Aliás, coincidentemente, a "Proteste" (a revista da Deco) também se refere ao assunto no seu mais recente número.
A totalidade dos seguros que encontrei (e os que são citados pela "Proteste") remete a assistência aos animais para a sua própria rede de prestadores, ou seja, clínicas veterinárias (e outros serviços) que têm um qualquer tipo de contrato com as seguradoras e que fazem preços mais baixos aos beneficiários dos seguros. Ou seja, não é possível escolher um serviço e pedir o reembolso.
E se não ponho em dúvida a capacidade, a dedicação, os conhecimentos e o saber-fazer dos médicos veterinários, em geral, o certo é que quero manter os meus cães nas boas mãos em que estão. E a clínica onde são assistidos (a Clínica Veterinária de São Martinho do Porto) não está em nenhuma rede de prestadores.
Portanto, um seguro desses não me serve nestas circunstâncias. Mesmo que tudo possa sair-me mais caro.
Portanto, um seguro desses não me serve nestas circunstâncias. Mesmo que tudo possa sair-me mais caro.
De qualquer modo, isto faz-me pensar que as seguradoras não estão interessadas em explorar esta área de negócio. Talvez por quem nelas manda não ter a noção de qual deve ser a atitude correcta a ter perante os animais de companhia. Ou nem sequer gostar de cães e/ou de gatos. Eles, se calhar como os próprios segurados humanos, são uma maçada e um obstáculo na acumulação de lucros.
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