sábado, 5 de novembro de 2022

Meo/Altice: bardamerda!

 



Até às 17 horas do dia 4 de Março deste ano, não tinha razão de queixa da empresa Meo/Altice e dos seu serviço de internet, tv, telemóveis e telefone fixo. 

As coisas funcionavam bem, as reparações eram feitas com diligência, o contacto telefónico com o "apoio ao cliente" parecia estar a ser feito com pessoas que queriam realmente apoiar os clientes, a ligação por fibra fora instalada há pouco tempo. Com o fim do período de fidelização num horizonte de oito meses (Novembro), não via motivos para mudar de operadora.

A realidade começou a impor-se, lentamente, nesse dia já por volta das 22 horas. Ainda não eram 17 horas quando o sistema de telecomunicações se foi abaixo. Um contacto telefónico deu-nos a indicação de que às 22 horas a avaria estaria resolvida. Saímos para jantar e à hora prevista a avaria continuava.

E continuou. Durante cinco dias, sendo o serviço reposto apenas por volta das 13 horas do dia 8 de Março.

Durante esses dias, o contacto com o "serviço de apoio" da Meo ia-se revelando cada vez mais difícil. 

Previsão para o fim da avaria e respectiva reparação? Nada. Qual era a avaria? Nada. Como é que podíamos ter qualquer compensação? Nada. As reclamações feitas no Livro de Reclamações Electrónicas davam origem a respostas-padrão que pareciam ser de puro gozo e nem parece, até agora, que a entidade reguladora, a Anacom, dê alguma atenção a este meio de protesto.

Esta avaria e a impossibilidade prática de falar com a Meo/Altice fez-me perder toda a confiança nesta empresa. 

Inclusivamente, levou-me a inquirir a empresa sobre o fim do contrato ainda durante o período de fidelização, por carta registada e com aviso de recepção enviada em 18 de Março. O fim do contrato, nestas condições, até poderia ser penalizado e a empresa ganharia alguns trocos com a rescisão antecipada. Resposta, no entanto, não houve.

A decisão de não renovar o contrato ficou tomada e havia que esperar oito meses, até à data de 4 de Novembro.

Cerca de um mês antes, e por telefone (um sistema complicado e quase inacessível no que toca ao "serviço de apoio" da Meo/Altice), perguntei qual era a forma de informar que o contrato não seria renovado. Por escrito? Numa das "lojas"? No respectivo site? Por telefone? Por telefone, garantiram-me, a ser feito cerca de quinze dias antes da data.

Só que não era assim. O cancelamento do contrato exigia uma carta formal para a Meo/Altice. E -- o que é espantoso, porque nada a isso obriga -- até devia apresentar o motivo que me levava a pôr fim ao contrato.

A carta lá seguiu para a Meo/Altice, e com tudo ao pormenor. Calculo que -- se sabem ler... -- que não tenham gostado. E o certo é que, de uma forma absolutamente inédita, houve um bombardeamento telefónico quase diário por parte da Meo/Altice, e em termos que roçavam a ofensa, a perguntar o porquê da mudança, a anunciar propostas que poderiam ser mais vantajosas, a perguntar qual a operadora a que iríamos aderir (espantoso!). E a própria qualidade do serviço, estranhamente, pareceu diminuir.

O que a Meo/Altice fez, com esse assédio, está, aliás, definido nos artigos 11.º e 12.º ("Práticas comerciais agressivas") do Decreto-Lei n.º 57/2008, de 26 de Março, e configura crime de contraordenação económica grave, punível nos termos do Regime Jurídico das Contraordenações Económicas (RJCE), do Decreto-Lei n.º 57/2008, de 26 de Março. Só que, para justificar uma denúncia, seria necessário ter a respectiva prova... e os telefonemas (dados como gravados, mas, a serem-no, na posse da empresa...) eram do tipo guerrilha, inesperados, às horas mais surpreendentes.

Esta semana, finalmente, na passada segunda-feira, o equipamento da Meo/Altice foi todo ele desligado e os números de telefone, mantidos por meio regime de portabilidade, passaram para a nova operadora. 

E a Meo/Altice foi -- não há outra forma de o dizer -- bardamerda. Merecidamente. E de vez.


*

E quem é que se lhe segue? A Nos. 

Até agora, o processo de transição da Meo para a Nos correu sem problemas. O equipamento é mais moderno. A Internet funciona. E o custo mensal, para um serviço que é desde logo melhor, baixou em quase 30€.

Espero que assim continue a ser.



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