quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Como o Governo quer controlar e prostituir a imprensa (1)

 

Semanalmente, compro dois jornais (e de um deles direi que ainda o compro). Mensalmente, compro duas revistas inglesas de cinema e uma revista portuguesa de vinhos (e não compro a outra, porque não confio nos seus critérios). 

Vejo, todos os dias, as primeiras páginas dos jornais num site que as mostra. Visito o site de uma televisão portuguesa e os títulos principais de um jornal on line, de que já fui assinante e onde agora me recuso a meter um cêntimo que seja. Também visito os sites de órgãos da imprensa estrangeira.

Nestes meus périplos diários, não encontro uma única primeira página na imprensa nacional que me atraia a comprar seja que jornal ou revista for. Nem notícia que ache fundamental pagar para ver na íntegra. E não frequento os telejornais, que me repugnam.

A minha curiosidade, enquanto cidadão e enquanto ex-profissional da comunicação, fica satisfeita com este mínimo informativo nacional. Nada existe que me esclareça mais em pormenor e nunca me senti prejudicado, ou menos esclarecido, por haver notícias de que só poderei ver os títulos (e alguns leads mal amanhados) se não pagar para ver o resto. 

O que mais vejo (textos mal escritos, sem informação objectiva, geralmente afectados por preconceitos e vieses inaceitáveis numa imprensa livre que está dominada pela espuma dos dias) não me leva a gastar mais dinheiro neste sector, mesmo podendo fazê-lo. 

Se eu procedo assim, imagino facilmente o que podem pensar os meus compatriotas que se bastam com os telejornais e com as suas notícias de poucos minutos, que poucos perceberão, e/ou que nem sequer espreitam as primeiras páginas da imprensa on line ou em papel.

Sendo isto assim, a culpa da crise da imprensa (onde me parece que já nem as receitas da publicidade compensam a inexistência de vendas) é deles? E minha?

Não, não é. 

Tomemos outra situação. Vivo no litoral, nos arredores de uma pequena cidade do interior a cem quilómetros de Lisboa. À cidade falta-lhe algum comércio. Mas pela internet consigo ter quase tudo aquilo que me poderia obrigar a ir a Lisboa (ou mais longe, como livros em edições inglesas ou americanas). É possível que as lojas diversas onde vou fazer compras on line não precisem deste comprador, mas o certo é que as compras são feitas, entregues e, na grande maioria dos casos, o processo até corre bem.

Não me compete (nem tenho informações para tal, nem paciência para o tentar fazer) descobrir qual a melhor maneira de a imprensa poder ter mais consumidores/clientes e, sobretudo, consumidores/clientes que paguem, mas há uma coisa que tenho como certa: não é por atirar dinheiro e algumas vantagens mais visíveis para a empresas do sector e alguns profissionais que esse objectivo se alcança.

Mas é isso que este governo, este lamentável governo, quer fazer com o seu mal alinhavado "plano de apoio" à imprensa. É uma estupidez, com uma intenção controleira malévola. Como a seguir demonstrarei.



segunda-feira, 14 de outubro de 2024

A imprensa do lugar-comum: "colocar", "disparar", "icónico" e... o querido Pedro Nuno

Houve uma época em que na imprensa se escrevia bem o português. Com criatividade, com imaginação, com estilo, com conhecimento da língua. Inovando, até. 

Tudo isso morreu. E hoje o que predomina é uma linguagem banalizada, estereotipada, com títulos sem rasgos de imaginação nem criatividade, uma "língua de pau" monocórdica e acrítica.

Os melhores exemplos acabam por ser o uso, imoderado e "fast food", de verbos e palavras que se repetem e reproduzem sem nexo e sem qualquer tipo de reflexão como os verbos "disparar" e "colocar" (o que aconteceu ao mais simples e mais directo "pôr"?!), o substantivo "icónico" e, até, a forma de tratamento de um político.

Na generalização de "Pedro Nuno" para designar o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ninguém parece incomodar-se com a banalidade que denota uma admiração, ou familiariedade, ou qualquer outro tipo de intimidade. Ninguém, dos muitos que nesta triste imprensa, recorrem ao familiar "Pedro Nuno", como se estivessem a falar de um parceiro de cama, se interroga sobre o que isto faria pensar se a imprensa tivesse um público crítico (mas não tem público, e o pouco que ainda tem nem parece ser crítico): porquê esta tão grande intimidade nas relações entre o poder político e os jornalistas?

É a esta imprensa que o lamentável governo que temos quer dar dinheiro dos nossos impostos. 




sábado, 12 de outubro de 2024

"Pode", "poderá", "deve manter-se": uma palhaçada que nos sai cara

 



Os gajos adoram estas coisas: a evocação das máscaras, chuva no Outono (e no Inverno, e calor no Verão) e uma caravana de variações do verbo "poder", com previsões do que se "esperava"... e que "acabou por não se verificar".

É a isto, este jornalixo, este jornalismo que deixou de ser jornalismo, que o Governo quer entregar o dinheiro dos nossos impostos.



sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Os presentes envenenados do PSD que gostaria de ser PS


Nada de novo, portanto.

É a mesma receita de sempre, aplicada invariavelmente pelo PS e pelo PSD que gostaria de ser PS: o Governo distribui dinheiro por quem esbraceja, por quem precisa e por quem pode votar nele e depois vai recuperá-lo nos combustíveis.

Este governo torna a fazer de quem anda de carro próprio (por necessidade, por gosto, porque não tem transportes públicos nem dinheiro para os milagrosos eléctricos) a vaca leiteira das contas públicas e dos seus objectivos privados.

Não gosto realmente deles.




quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Promoção

 

O presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha aparece 9 (nove) vezes no conjunto das fotografias publicadas nas 32 páginas da edição desta semana (9.10.2024) do "Jornal das Caldas".








terça-feira, 8 de outubro de 2024

Um mistério com nome

Não consigo perceber a lógica de "copy/paste" deste tipo de notícias alarmistas do "Observador" que, normalmente, dão mijarete e que, bem esprimidinhas, vão todas dar ao site de geógrafos que é o espanhol Meteored. Ou seja, na prática, é essa coisa a determinar o que escrevem, ou assinam, as duas criaturas do "Observador" e a agência Lusa que aparecem nisto.

E menos ainda percebo como é que uma directora-adjunta desse órgão de comunicação social (onde ainda mandam duas pessoas que exerceram o jornalismo com inteligência assinalável) assina, ou, pior ainda, escreve este tupo de incursões no domínio das profecias apocalípticas. Nunca pensei que pudesse existir uma jornalista especializada em "rios atmosféricos".

Mas, enfim, depois da "paixão" pela arqueologia, reparem no seu movimentado percurso profissional: que tipo de instabilidade é que a terá levado a estar tão pouco tempo em cada lugar? E será a mesma que a extasia na descrição delirante de um tempo que é normal para a época?












sábado, 5 de outubro de 2024

Não gosto deste governo, nem deste circo político-televisivo


Não gosto deste governo. Votei neles, na AD que o PSD e o CDS formaram sob a liderança de Luís Montenegro, mas não gosto deste conjunto de personalidades que parecem arrivistas políticos, sem ideias próprias e claramente embrenhados na opção, que tinha sido característica única do PS até agora, de dar dinheiro a toda a gente... e depois logo se vê.

Não gosto destas estranhas negociações entre os chefes do PSD e do PS (e o querido da imprensa, o "Pedro Nunes", é um desastre) sobre o Orçamento de Estado, feitas no palco das televisões, reduzidas a uma suave altercação de feira em torno de despesas mesquinhas.

Não gosto desta bandeira do "IRS Jovem", que é um simples acto demagógico e discriminatório, beneficiando (contra o resto do País) os jovens entre os 18 anos (e porque não 17? ou 19?!) e os 35 (e porque não 34? ou 36?!) anos.

Não gosto do circo político-televisivo em que o País se transformou, dos mais baixos escalões da política às eleições presidenciais.

Merecemos, claramente, uma catástrofe e será irónico que a venhamos a sofrer mais por efeito das crises externas do que pela nossa mesquinhez congénita.



Zero.