segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Ler jornais já não é saber mais (229): a IA bem podia fazer isto... e o resto

 

Sempre que vejo o monótono desfile do verbo "disparar" nos melancólicos títulos da imprensa nacional, fico a pensar que as empresas do sector bem podiam recorrer à IA para fazer os seus produtos, poupando em pessoal, instalações e bens de consumo. 

O que não poupariam!...
































































domingo, 17 de novembro de 2024

A adicção da burrice no "Diário de Notícias"

O "Diário de Notícias" (onde até se escrevia bem e onde existia uma competente e feroz secção de revisão) tem, na sua primeira página de hoje, domingo, esta vigorosa patada na língua portuguesa.





A palavra "adição" não significa o que parece estar implícito neste título feito com os pés: dependência ou vício. A palavra "adição" está bem explicada no dicionário on line Priberam:











O que se usa com esse sentido, e está de certa forma legitimado pelo Priberam e por outros dicionários e bem explicado pelo Ciberdúvidas da Língua Portuguesa (aqui), é "adicção":



Custa a perceber o que pode estar na origem desta manifestação de ignorância, de burrice, de incultura e de iliteracia por parte do vetusto "DN", e nem vale a pena estar a especular. Fica o registo, em toda a sua crueza. 

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

O jornalismo nacional está reduzido a isto

O jornalismo nacional está reduzido a isto, à exploração do medo e à promoção do alarme social. À transformação do mau tempo outonal em fenómenos ditos "extremos".

Vejam o título alarmista e, depois, o que sai do IPMA e da coisa a que chamam Protecção Civil:
















Donald Trump (4)

É estarrecedor o fascínio, absolutamente cego, que a imprensa "woke" nacional tem por Donald Trump: está bem patente na semelhança entre a primeira página do "Público" do passado dia 7 e a capa da revista do "Expresso" de hoje:








quinta-feira, 14 de novembro de 2024

O PSD ainda pode recuperar a Câmara Municipal de Caldas da Rainha (mesmo com um hospital novo)? (3)



... Não. 

Já não acredito que o possa fazer nas eleições autárquicas de 2025, nem com a "oferta" do novo hospital do Oeste ao concelho de Caldas da Rainha, e outros concelhos limítrofes como Rio Maior e Óbidos, que o actual governo poderá vir a fazer em breve.

A construção do novo hospital foi anunciada em Junho do ano passado pelo governo do PS no concelho do Bombarral, que era o único concelho onde o PS poderia, com esse "presente", ganhar facilmente as eleições de 2025. Os restantes concelhos do Oeste não gostaram e, no caso de Caldas da Rainha, o presidente da Câmara Municipal fez uma campanha errónea, demagógica e isolacionista para poder ficar com o hospital.

A situação poderia, agora, vir a ser invertida pelo governo do PSD, que usaria a mesma táctica: pondo o novo hospital (ou um segundo hospital) no concelho de Caldas da Rainha, ou muito perto, beneficiando mais directamente os concelhos de Óbidos e de Rio Maior (cujas câmaras são do PSD), poria o PSD de Caldas da Rainha a reivindicar como sua a "vitória". 

Deste modo, independentemente de quem fosse candidato à câmara, o PSD teria como garantida a vitória eleitoral e o regresso à Câmara Municipal de Caldas da Rainha perdida, sem honra nem glória, para o actual presidente, Vítor Marques, empresário e chefe do partido unipessoal Vamos Mudar.

Mas nisto o PSD tem dois problemas: um é o facto de estar atrasado em termos de calendário político. A vida política, em Caldas da Rainha, parece às vezes uma farsa, com os partidos interessados apenas em fazerem provas de vida nas eleições. Se nada há a esperar dos outros, quem vê na agenda política do empresário criador do Vamos Mudar o perigo que ele representa para a gestão e para o património só pode sentir-se estupefacto por o PSD não ter ainda anunciado quem e que programa propõe para 2025. Faltam, apenas, dez meses para as eleições.

O outro problema é a possibilidade de uma decisão destas oferecer a Vítor Marques a capacidade de reivindicar a eventual mudança de localização do futuro hospital como vitória sua e resultado da sua campanha de protesto. 

E, nessa situação, com os seus programas de festas e de anúncios grandiloquentes, o presidente da câmara partiria de uma posição ainda muito mais favorável do que a do PSD. Aliás, a sua campanha para ser reeleito começou logo a seguir às eleições de 2021, depois de algumas hesitações iniciais.

O que é pena.



Entre uma candidatura que é uma incógnita e um demagogo em campanha...
quem é que vai ganhar dentro de 10 meses?







terça-feira, 12 de novembro de 2024

Ravasqueira a vender "vinho da UE": por onde anda o vinho espanhol? (4)

 

Muito vinho estrangeiro há de a conceituada Ravasqueira ter importado, para continuar a vendê-lo, discretamente e recorrendo já a três marcas diferentes com que comercializa o seu "vinho da UE" em formato "bag-in-the-box"!

aqui contei, com pormenores sobre o óbvio excesso de importação de vinho espanhol, como encontrei as marcas "Cavalo Sagrado" e "Cerca Velha" num supermercado da cadeia Intermarché com a indicação de serem da empresa conhecida por  Ravasqueira. Agora, já aparece no Pingo Doce vinho da mesma origem com a marca "Monte do Ravasco".







Suponho que ninguém, na Ravasqueira, se lembrou de ir ver o significado do substantivo "varrasco", mas seria conveniente.

De qualquer modo, com mais esta nota, fica aqui uma certeza que tenho: nunca mais beberei vinho da Ravasqueira, porque pode ser muito difícil acreditar que estaria a beber vinho português.






domingo, 10 de novembro de 2024

Adeus, decência...

Folheia-se o sacrossanto "Expresso" e, entre os múltiplos artigos de opinião nas suas mais variadas formas sobre as eleições americanas, não se encontra um único que analise, perspective ou aborde o que poderá mudar na política interna e externa dos EUA com a vitória de Donald Trump.

Até parece que houve um concurso para seleccionar quem consegue escrever pior sobre o novo presidente, num campeonato de insultos que nunca seriam usados por cá, relativamente a políticos nacionais, porque ... o medo guarda a vinha e o respeito, a reverência e o temor (de, pelo menos, processos judiciais por calúnia e difamação) pesam muito. 

O clímax deste nervosismo agressivo está num escrito cheio de referências a outras pessoas com o título autodescritivo "Adeus decência, até depois". Este título é, aliás, a única coisa interessante, porque se aplica na perfeição ao tom geral do "Expresso" sobre a matéria abordada. 

"Liberdade para pensar"?! Nem liberdade, nem pensamento.





sábado, 9 de novembro de 2024

Notas de prova (vinhos de Lisboa e Tejo e Região Oeste)






Pancas — Tinto 2002 — Vinho Regional Estremadura
Castelão, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional e Aragonez
Quinta de Pancas, Alenquer 
13% vol.







Quinta do Espírito Santo — Tinto 2020 — Vinho Regional Lisbia
Sem indicação de castas
Casa Santos Limpa - Companhia das Vinhas, S.A., Merceana
15% vol.





Ninfa — Tinto 2017 — Vinho Regional Tejo
Touriga Nacional e Alfrocheiro
João M. Barbosa, Rio Maior
14% vol.
(Bebido no restaurante Taberna 1865, em Rio Maior.)





Vila Jardim — Tinto 2020 Colheita Selecionada — Vinho Regional Tejo
Merlot, Syrah e Touriga Nacional
Quinta Vale do Armo, Sardoal
14% vol.









Mata Redonda — Tinto sem data de colheita
Sem indicação de castas
Mapril Rego da Silva, Alguber, Cadaval
13% vol.




Quinta de Pancas — Tinto 2018 Reserva — Vinho Regional Lisboa
Touriga Nacional (40%), Cabernet Sauvignon (35%) e Alicante Bouschet (25%)
Quinta de Pancas, Alenquer
14,5% vol.







Cerejeiras — Tinto 2022 — Vinho Regional Lisboa
Castelão, Aragonez, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon
Companhia Agrícola do Sanguinhal, Lda., Bombarral
13% vol.
(Bebido no restaurante Tropicana, em Caldas da Rainha.)



Cortém — Tinto 2012 — Vinho Regional Lisboa
Tannat e Syrah
Vale de Cortém Vinhos Biológicos, Lda., Caldas da Rainha
13% vol.









sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Donald Trump (3)

Esta imagem é o essencial da primeira página do diário "Público" de ontem. A fotografia não apresenta um rosto que possa ser considerado simpático e a pergunta subjacente é, no mínimo, apocalíptica: "Como irá o mundo sobreviver a Trump?"




O indivíduo aqui fotografado já foi presidente dos EUA entre 2016 e 2020. Não consta que o mundo não lhe tenha sobrevivido, e sem grande esforço. 

Apetece dizer que o mundo até sobreviveu, embora económica e politicamente debilitado, ao que foi uma verdadeira ameaça em 2020: a pandemia mais sobrevalorizada de toda a história humana e a tentativa de políticos e empresários farmacêuticos de imporem um perigoso fascismo sanitário.

E o mundo também sobreviveu, até agora, ao acastelamento de vários perigos: uma guerra em ebulição lenta no Médio Oriente, um genocídio na Palestina pela mão de um Estado que tinha a obrigação de nunca o fazer, a ameaça de militarização da Europa e o risco muito real de um confronto militar directo (nuclear) entre a NATO e a Rússia em guerras na Europa e na Ásia com envolvimento directo dos EUA contra a China e a Coreia do Norte. 

Esta situação, desenvolvida ao longo dos últimos quatro anos, é, no seu conjunto, uma herança da actual presidência americana e da sua clique de "neoconservadores" ("neocons"), muito piores do que os conservadores tradicionais do Partido Republicano de Donald Trump. É curioso que o "Público" (cuja sobrevivência tem sido garantida pelos bolsos sem fundo da SONAE) nunca se tenha interrogado sobre se o mundo poderia sobreviver a esta agressiva globalização de conflitos militares.

Não sendo eleitor nos EUA, e votando (quando voto) em Portugal, não me sinto motivado para me pronunciar sobre as características pessoais e as opções políticas dos políticos estrangeiros, salvo quando as suas decisões têm impacto no meu país e na minha vida. [E, se o fizesse, nunca iria ao ponto do insulto directo. Quando trabalhei, como jornalista, no matutino partidariamente alinhado que era "o diário", nunca desci a esse nível. Nem era essa, aliás, a prática desse jornal.] 

Donald Trump está longe, Portugal tem diminuta relevância, a imprensa nacional não tem existência prática e quem, por exemplo, aqui chama "palhaço" ao presidente dos EUA, está a salvo de qualquer processo judicial por difamação. Mas vão lá fazê-lo aos políticos nacionais!...

O que agora interessa, no que se refere ao impacto global da reeleição (esmagadora, note-se, e conviria respeitar os eleitores americanos), e deixando de lado as questões económicas e orçamentais relevantes para os EUA, onde há um sistema de "checks and balances" mais saudável do que em Portugal, é saber se Trump consegue travar a generalização dos conflitos militares em curso. E já disse que o quer fazer, para começar no que se refere à crise ucraniana. 

Nessa perspectiva, convirá perceber que o Trump de 2024 está longe do Trump de 2016, que o novo presidente parece estar rodeado por pessoas de opiniões mais capazes e com opiniões mais firmes e que poderá vir a controlar realmente a administração do Estado, recorrendo a elementos da sua confiança e da sua equipa mais próxima, ao contrário do que aconteceu entre 2016 e 2020.

E é significativo que um destacado órgão da imprensa oficial, o "Wall Street Journal", tenha noticiado que já existe um plano da equipa de Trump para a Ucrânia, afastando o regime de Kiev da NATO durante vinte anos e criando o que poderia ser uma zona desmilitarizada entre o territorio do regime de Kiev e todo o território abrangido pela Operação Militar Especial da Rússia, no que seria uma espécie de "congelamento" do conflito militar. Não se sabe, na realidade, se esta ideia saiu de qualquer espécie de "núcleo duro" de Trump, ou de algum candidato a algum cargo nos Negócios Estrangeiros ou na Defesa no novo governo, mas é um sinal. Mas também se sabe que a Rússia dificilmente aceitaria uma solução desta natureza. No entanto, todas as negociações têm de partir de posições nem sempre convergentes e o essencial é dar um passo. E têm de ser os EUA de Trump, e não os EUA de Biden, a dar esse passo.

É fundamental pôr fim à guerra na Ucrânia e ter a noção de que o fim do conflito pode arrastar a liderança política da UE e de muitos dos seus Estados-membros, de vez, para o lamaçal político, económico e financeiro em que têm vindo a afundar-se depois de terem tentado tornar-se vassalos dos "neocons".

Se isso acontecer, o fim do conflito e o saneamento da UE, será fácil "sobreviver" aos quatro anos de presidência de Trump, mais fácil e em maior segurança do que aos quatro anos dos Biden da Burisma e dos "neocons" do Partido Democrático.


*


Convém, sobre a crise ucraniana, ter presentes dois aspectos:

1 - A negociação que possa ser feita é, agora, com um vencedor: a Rússia está a vencer, se é que na prática não venceu já, no campo de batalha e as condições que o presidente russo apresentou em Junho para pôr fim às hostilidades foram agora reforçadas com a exigência do fim das sanções. Qualquer negociação será sempre mais difícil à medida que o tempo vai passando.

2 - Foi o eixo anglo-americano, antes do desvario da liderança da UE, que impediu a concretização do acordo que ia ser assinado entre a Ucrânia e a Rússia em Abril de 2022 em Istambul, quando o então primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, articulado com os "neocons" americanos, foi a Kiev garantir que a Ucrânia esmagaria a Rússia com todo o apoio ocidental. Está à vista que não foi o que aconteceu. Caberá agora aos americanos (com o actual governo inglês prejudicado pelo apoio que quis dar à candidata derrotada) emendar a mão.




quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Donald Trump (2)

Para já, e pelo menos, a vitória já anunciada de Donald Trump serviu para demonstrar a irrelevância do discurso de ódio da imprensa oficial portuguesa, de que pode ficar para registo este repelente exemplo, "pescado" na pouco objectiva CNN tuga.