domingo, 30 de agosto de 2020

Ler jornais já não é saber mais (92): "disparar" tanto não cansa?

A crise sanitária, e o seu condicionamento político, alterou elementos da vida quotidiana e os valores numéricos que os expressam também se alteraram e, muitas vezes, de forma inusitada. Só que isto não é motivo para o cansativo lugar-comum do "disparar".

Houve um tempo em que o jornalismo e a imprensa se caracterizavam pela criatividade. Esse tempo acabou. Por chato que seja, só consigo chamar "jornalixo" a isto.

















































































sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Notas de prova



Serras de Grândola — Tinto 2018 Private Selection Vinho Regional Península de Setúbal
Touriga Nacional, Aragonez e Castelão
Monte da Serenada, Grândola
13,5% vol.
Bom.

Notas de prova

 


Serra Brava — Tinto 2016 Colheita Seleccionada Vinho Regional Península de Setúbal
Alicante Bouschet (50%) e Syrah (50%)
Herdade Canal Caveira, Grândola
14% vol.
Bom!

Notas de prova

 


Vinha Morena — Tinto 2016  Vinho Regional Península de Setúbal
Touriga Nacional e Alfrocheiro
Herdade Canal Caveira, Grândola
13% vol.
Bom!

Lições para os tempos que correm

 




terça-feira, 25 de agosto de 2020

Podridão




Mas também se deverá dizer que foram muitos os profissionais da Saúde que se puseram a jeito ao darem força à narrativa oficial do medo, entrincheirando-se nas suas protecções e nunca deixando de desfilar, à distância, pelas televisões e pelos jornais, em opiniões sempre favoráveis ao confinamento. E depois...


segunda-feira, 24 de agosto de 2020

"Le Club de Macao": Vive la France! (II)

 Só elogios!...



Le Figaro (Sébastien Lapaque)

Un roman noir glaçant, inspiré d’une affaire contemporaine, le réseau de notables pédophiles de la Casa Pia. 

Publicado em 24.06.2020

https://sfrpresse.sfr.fr/article/f2a3df22-f6c9-4900-b7f9-46d2bcf7a300

 

France Inter (Michel Abescat, "Le polar sonne toujours deux fois")

Pedro Garcia Rosado met en scène un Etat aux mains d’une caste, miné de l’intérieur, où l’ensemble des pouvoirs, politique, économique et médiatique sont intimement liés, où police et justice sont d’abord au service des intérêts de cette caste.

Son roman date de 2007, et s’inspire d’une affaire de pédophilie qui faisait alors grand bruit, celle de la Casa Pia (la Maison Pieuse), une vieille institution caritative, dédiée à l’éducation de jeunes orphelins et d’enfants défavorisés. Des notables de tous bords étaient accusés d’avoir abusé des pensionnaires de cette institution des années durant.

Les personnages du roman sont tous suspects, aucun n’est innocent. Le juge est d’une noirceur absolue et le policier qui le poursuit cherche d’abord à se venger. L’ensemble est ainsi très sombre, servi par une écriture épurée, comportementale. Le lecteur est tenu à distance et en même temps au plus près des personnages et de leurs actes. C’est à l’évidence l’oeuvre d’un véritable écrivain.

https://www.franceinter.fr/emissions/le-polar-sonne-toujours-2-fois/le-polar-sonne-toujours-2-fois-25-juin-2020

 

Pascal Didier

«C'est une très belle découverte que cet écrivain portugais qui s'appelle Pedro Garcia Rosado. J'avais adoré son Mort sur le Tage, j''ai souvent pensé à ce livre en marchant plus tard au bord de ce fleuve, traversant le soir les rues de Lisboa et j'attendais avec impatience un nouveau roman de cet auteur.

Le Club de Macao est en librairie depuis quelques jours. Il est aussi captivant, efficace et sombre que son premier livre traduit. C'est également un grand roman politique écrit à l'encre noire. Et qui déménage.

C'est publié par les Éditions Chandeigne - maison de littérature lusophone - et je vous le recommande.» 

https://www.facebook.com/Chandeigneditions/posts/3604298086251711

 

C’est à une violente partie d’échec que l’on assiste alors, où chaque pion à sa part d’ombre, et de laquelle personne ne sortira vainqueur. Pedro Garcia Rosado s’est inspiré d’un fait réel pour tisser habilement un superbe roman noir qui ne cache pas son mépris pour les puissants et les pourris. Une réussite.

Livraria Ombres Blanches (Yoan)

 

Il n'y a aucun personnage sympa dans ce roman, tous sont des salopards patentés, tous poursuivent leurs objectifs et chacun a ses arguments qu'il pense meilleurs que ceux des autres.

Et c'est en cela que Pedro Garcia Rosado réussi son roman qui pourrait bien être un de ces polars-de-l'été qu'on aime tant.» 

Livraria 47 degrés Nord (Arnaud Chepfe)

 

«Une super découverte un excellent polar portugais. Le polar parfait à l'approche des vacances très loin des grosses machines de guerres qui se préparent sur les tables des libraires dans les prochaines semaines.

La couverture est belle. La mise en page est parfaite. Une intrigue passionnante, qui se déroule sur 20 ans.

(...) Une super enquête vengeance et ambitions dévastatrices sont les ingrédients de cette histoire inspirée d'une histoire vraie... Plaisir de lecture 9/10» 

Maison de la presse de Royan (Guillaume Raynaud)

 

«La narration a un bon rythme, la chasse a l'homme et les changements de certains personnages sont intéressants, notamment pour quelqu'un dont je ne citerai pas le nom pour ne pas vous dévoiler l'intrigue : très confiant, lucide et réfléchi, la tête froide, il perd ensuite peu à peu contenance, tout lui échappe et il finit par agir par impulsion et voit son monde s'effondrer.»

Livraria Le Phénix (Florine)

 



domingo, 23 de agosto de 2020

Ler jornais já não é saber mais (91): a desinformação em estado puro

 

No "Expresso" deste sábado: um escrito desonesto e manipulador 

Não concordando com o uso generalizado das máscaras, tal como está estupidamente a ser feito, sou neste texto incluído na categoria de "negacionista" (ninguém explica o que é isto), de "extrema-direita", de fã de Bolsonaro e de Trump. Ou seja, em termos práticos (e no que toca aos meus valores), sou insultado, como todas as pessoas que criticam o uso generalizado das máscaras. Como tal, e em primeiro lugar, vai a nota pessoal: o gajo que escreveu esta merda é um filho da puta.

Em segundo lugar, vai a nota mais abrangente: o gajo que escreveu esta merda praticou um claríssimo acto de desinformação. Não ouviu a outra parte. Não ouviu os especialistas (como cientistas e juristas que têm tido intervenção nesta matéria), não ouviu os "anónimos", ignorou os movimentos de profissionais (médicos de Espanha) que se formaram para combater o que é visto como medidas autoritaristas e repressivas à pala de uma "pandemia" que já não parece sê-lo e produziu um texto que tem só o ponto de vista de uma das várias partes.

Em terceiro lugar... ainda pensei em falar de deontologia e de ética jornalísticas. Mas... será que elas ainda existem?



segunda-feira, 17 de agosto de 2020

É que não saímos mesmo disto

Um vizinho mais diligente contactou com a Junta de Freguesia para esta entidade o ajudar no corte de arvoredo que está demasiado perto da sua casa e que em Outubro de 2017 também viu as chamas do incêndio que ia dando cabo da Serra do Bouro.

Da Junta de Freguesia disseram-lhe que sim. Faltava uma máquina, que veio tratar das partes mais altas de uma árvore. A máquina chegou, andou a raspar arbustos e... e depois o seu operador pô-la a raspar o chão. Achei estranho e perguntei ao funcionário da Junta o que andavam a fazer e ele respondeu-me, jocoso: "É para plantar cebolo!"

Deve ter percebido que estava a ser estúpido, ou a fazer-se, e apressou-se a esclarecer que era para alargar a rua.

Poucas horas depois já a máquina seguia viagem. A tal árvore ainda ali continua, demasiado perto da casa dos meus vizinhos.

Não há segredos para ninguém...

 

A desorientada "Gazeta das Caldas" prometia, na sua edição da passada sexta-feira, uma "lista de algumas das praias mais secretas do Oeste" na página 15. 

Mas não há segredos para ninguém: na página 15 o que aparece é a conversa de chacha das férias dos presidentes das câmara municipais!


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Netflix à portuguesa?

 A Netflix deu umas massas ao Instituto do Cinema e do Audiovisual para apoiar produções audiovisuais (cinema e séries televisivas) que poderão ser, ou não, compradas por essa empresa para serem depois exibidas. 

O resultado deste concurso, de muitas centenas de candidaturas que tiveram de ser apreciadas por um júri nacional de reputadíssimos intelectuais e aparentados em cerca de dois meses, saiu hoje e é curioso: salvo um ou outro caso, a maioria dos "premiados" nada parece ter a ver com o perfil estimável da Netflix, preferindo o júri a "arte e ensaio" que vive dos subsídios à "arte e porrada" de qualidade que é predominante neste canal.

E, sim, entrou no concurso o projecto de adaptação de "Morte nas Trevas" (que existe e está em boas mãos). É claro que não foi contemplado. O "thriller" português não deixa de incomodar os imaculados bem-pensantes.



"Le club de Macau" como livro recomendado para o Verão


O meu "Le club de Macao" está, com mais 24 romances, na lista de recomendações do magazine cultural on line Quatre Sans Quatre para as leituras deste verão. Nesta lista não há mais nenhum português. As recomendações podem ser lidas aqui.

A propósito, também aqui a opinião do Quatre Sans Quatre sobre "Le club de Macao", que termina, entusiasticamente, do seguinte modo: "Puissant et beau roman, d’une noirceur absolue. Crimes pédophiles, notables et châtiments, entre Macao et Lisbonne, vingt ans après, de la grande littérature!"


sexta-feira, 7 de agosto de 2020

É óbvio que isto é uma questão muito complexa, que requer uma abordagem muito complexa...

 


A Câmara Municipal de Caldas da Rainha, como muitas outras, tem, ao que consta, um elevado prejuízo com as fugas de água que nascem de redes de canalização mais do que degradadas. 
Seria natural que houvesse alguma preocupação em encontrá-las e proceder às reparações necessárias com urgência. Ou, mais do que isso, substituir as condutas de água rebentadas porque... se a água sai, também as porcarias entram. E pôr um funcionário a percorrer o concelho de carro, episodicamente, seria um passo fundamental para que isso pudesse acontecer.
O que se passa na Rua da Eira, na Serra do Bouro, é mais um desses casos: há rupturas frequentes na canalização e a água vai escorrendo, dias a fio. 
Mas já sabemos qual é a doutrina dos Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha: "Refuta-se completamente a forma como descreve a abordagem técnica que é feita à reparação de ruturas na rede de abastecimento de água. As mesmas são abordadas conforme recomendações técnicas superiormente aprovadas, sendo que uma têm abordagens mais complexas do que outras, atendendo ao local, á dimensão da conduta entre outros fatores permanentemente tidos em conta". 
Portanto, mais uma vez, não nos admiremos porque ficamos à espera das "abordagens complexas", já que o problema deve ser muito difícil de resolver...

Figuras tristes

 

O comandante-chefe das Forças Armadas que se escondeu em casa durante 15 dias quando o covid começou a aparecer por cá, o constitucionalista que parece ter-se esquecido da Constituição, o primeiro Presidente da República que a cada dia que passa dá a ideia de estar refém do PS e do seu governo, o Chefe de Estado que diz sempre que é preciso "apurar" tudo sem que nada se "apure", o populista que só pensa na sua reeleição, o ex-entertainer televisivo que acarinha a imprensa submissa... Agora quer que andemos de açaime?! E para quê? Para perdermos a liberdade de o criticar?


Não seja racista...

 ... e faça como a Michonne e adopte um zombie. Ou dois.




quinta-feira, 6 de agosto de 2020

"Negacionismo"


Como, provavelmente, toda a gente capaz de pensar, também tive medo nos primeiros dias de Março perante a ameaça de um vírus oriundo do Oriente que parecia ser capaz de matar o mundo inteiro. 
Vi com alguma perplexidade e inquietação os avanços e recuos dos poderes políticos, visivelmente inspirados pelo "fecho" da China pelo seu regime ditatorial e apercebi-me do delírio das televisões e de como "o novo coronavírus" engordava as aberturas dos telejornais.
Mas, ao mesmo tempo, fui assistindo a um espectáculo bizarro: semanalmente, quando ia ao supermercado, ia vendo as pessoas e as coreografias das suas máscaras (que pareciam ser a melhor protecção contra a coisa, ao taparem nariz e boca). 
As máscaras viajavam (e viajam) por todo o lado, do corpo de quem as tinha aos tabliers dos carros em que se transportavam. O meu raciocínio, à medida que o tempo ia passando, foi simples: há milhares (ou milhões) de pessoas, só neste país, que levam para o nariz e para a boca toda a espécie de organismos vivos e mortos que andam no ar e nas superfícies palpáveis; e se a coisa se transmite pelo ar, há milhares (ou milhões) de pessoas que andam pelos espaços públicos sem máscara... e não morrem.
Fui ouvindo o divulgador André Dias com a sua lógica estatística de ferro e, fora da imprensa nacional (a que recebeu 15 000 000€ para divulgar a propaganda sanitária do Governo), fui encontrando muitas outras informações.
E agora não acredito na perigosidade apocalíptica do "novo coronavírus". Aliás, se alguma vez acreditei nessa mentira (ou mentirola) no início, deixei rapidamente de acreditar.
Quando manifestei este meu pensamento a uma pessoa que muito estimo, ela atirou-me com referências a Trump e a Bolsonaro. Achei estranha a escorregadela política do tema e disse-lhe que não metia a política no assunto. O clima entre nós não ficou turvo, mas vejo um bizarro afã da imprensa (a tal a que não consigo deixar de chamar "jornalixo") em transferir, como se outros argumentos não tivesse, a polémica do "novo coronavírus"(e sim, há uma polémica e é mundial) para o domínio político. Mesmo sem que se perceba. Um exemplo recente é o de uma manifestação na Alemanha, bem participada, contra as restrições político-sanitárias. Os manifestantes seriam (só podiam ser, para o jornalixo) "de extrema-direita".
As pessoas que não acreditam na narrativa oficial do medo são, criticamente, apelidadas de "negacionistas". Ou seja, negam. 
Mas negam o quê? 
O apocalipse que, afinal, nunca existiu? A pandemia que pôs os líderes políticos a reprimirem as liberdades individuais? A destruíram economias e empresas? A empobrecer o povo? A sequestrar pessoas e, sobretudo, os idosos que perderam toda a pouca liberdade que ainda tinham? 
E em nome de quê? De uma mortalidade que não é superior à mortalidade habitual das gripes com que anualmente convivemos?
Combater isto é ser-se "negacionista"? Ou é lutar pela verdade?
O que vale é começam a ouvir-se mais vozes que pensam o mesmo e este artigo do psiquiatra José Gameiro, na sua coluna do "Expresso" (1.08.2020) é exemplar. Será que ele também é "negacionista"?...


Ler jornais já não é saber mais (90): a arte perdida da escrita

Língua de pau: "colocar" por tudo e por nada e "negócios" por empresas ou actividades (económicas). As duas palavras parecem ter sido importadas da versão brasileira da língua portuguesa, a segunda a partir do inglês ("businesses"). 

É o que dá a falta de leitura.