Depois dos soldados norte-coreanos, os chineses: quando uma narrativa falha, ou perde força, rapidamente se arranja outra. Não é nada de novo em matéria de comunicação política, em que o governo de Kiev é mestre (ou em que tem bons especialistas a soldo em vários países).
A coisa começou assim, com a imprensa a amplificar de imediato a proclamação do presidente comediante. Estes chineses de Kiev, que até andam a combater com cartões bancários, são logo dados como enviados da China. Mesmo quando se coinhece a posição militarmente neutra do governo chinês, a quem Zelensky chegou a pedir apoio, com alguma insistência, que foi recusado.
A verdade, é claro, fica sempre em terreno nebuloso: a existirem, até podem ser de etnias asiáticas da própria Rússia (para Zelensky, se têm olhos em bico são só chineses ou norte-coreanos...) ou podem ser estrangeiros contratados por algum "private military contractor" russo (também as há na Rússia). O que, a ser o caso, justifica uma nota adicional: os combatentes estrangeiros contratados pelo governo de Kiev são anjos, os que a Rússia possa contratar são demónios.
À cautela, no entanto, ainda é agitado o espantalho dos norte-coreanos. Neste texto (da CNN tuga, tal como o título anterior) a a afirmação do título assenta num texto que, como habitualmente, tem por base o verbo "poder". É uma lógica fácil - tudo pode ser, como pode não ser - que serve para fazer títulos, para enganar pessoas que não querem (ou não sabem racicionar) e para pôr a trabalhar as pessoas que são pagas para o efeito.
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Especulação no texto, afirmação no título: vejam as diferenças aqui |