Rua Maria Matos, n.º 2 (?), Serra do Bouro, Caldas da Rainha. Chamam-lhe, parece, Arya. É uma chow chow que ainda tem uma bela pelagem e uma expressão bonita. Não quis ficar sozinha no pátio de uma casa que quase nem é habitada e andou fugida, com um jovem cão macho das redondezas. Voltou e ficou acorrentada.
Não tem cama, quase não pode mexer-se, há um balde preto que talvez tenha água, tem comida uma vez por dia (se tiver…). É jovem, não foi esterilizada e é provável que já esteja grávida.
No mesmo local, ao Deus dará, há mais um cão, ou cadela, nas mesmas condições mas, pelo menos, sem estar acorrentado.
Interpelei hoje as criaturas humanas que são responsáveis por esta situação miserável, que facilmente se pode ver da rua. O que me disseram foi "Chame a Polícia"!
A Polícia (PSP) não tem aqui jurisdição mas a GNR tem e a denúncia foi apresentada ao SEPNA, com estas mesmas fotografias, onde ficou registada com a referência "Linha SOS n.º 80487/2019", nestes termos:
1. No passado dia 13 de Dezembro de 2018 estiveram neste local da freguesia da Serra do Bouro (Caldas da Rainha) dois agentes do SEPNA. Estavam, segundo me disseram, a fazer uma "acção de fiscalização" na região.
No meu caso, e bem, quiseram verificar os chips de identificação dos meus cães, os respectivos boletins de vacina e o pagamento das taxas, o que puderam fazer. Declinaram ver, em pormenor, as respectivas camas e as respectivas rações e em que condições estariam alojados (em casa, devo acrescentar).
2. Espero que tenham procedido com idêntico rigor nos numerosos casos, que se ouvem e se podem ver e entrever, de cães acorrentados, ou não, em quintais, que nunca parecem ter saído para uma simples acção de vacinação.
Esses cães continuam nas suas vidas (?) desgraçadas, mas terão decerto sido fiscalizados.
3. Nessa altura indiquei aos dois agentes a existência de um pequeno cão branco, de pelo emaranhado e sujo, que é deixado pelos donos (?) no quintal de uma casa raramente habitada na Rua Maria Matos, n.º 2, Cabeço da Vela, 2500-714 Serra do Bouro (Caldas da Rainha), aqui mesmo ao lado. Nunca o vi ausente do quintal, o que seria natural se alguma vez tivesse ido a um veterinário…
Mas terá, seguramente, sido "fiscalizado" pelos dois agentes.
4. Acontece, no entanto, que a este juntou-se há semanas uma cadela de médio porte da raça chow-chow. Andou fugida e agora está acorrentada, em condições miseráveis, sem cama que a proteja das lajes frias e húmidas e onde o sol nunca chega.
O casal que faz de "donos" (e que aqui vem, quando vem, entre as 16h30 e as 17h30, sensivelmente - podem encontrá-lo, portanto) lava o chão, deixa comida, água (?) num balde e vai-se embora. A cadela não está esterilizada, já passou vários dias em companhia de um cão macho que costuma andar por esta zona e, se não está já grávida, facilmente estará, quando tiver o cio e atrair outros cães. Porque ela nem sequer lhes poderá fugir.
Desde que ela para aqui veio, antes de andar fugida e agora acorrentada, não a vi ausente uma única vez. Aliás, as criaturas humanas nem sequer a libertam da corrente quando aqui vêm.
5. Esta é uma situação que, como decerto compreenderão, não pode senão despertar a ira de quem tem um mínimo de sensibilidade.
Espero que a vossa intervenção fiscalizadora possa ajudar a resolvê-la.