Recapitulemos: quando, anteontem, caiu uma avioneta nas imediações do aeródromo de Tires (Cascais), o Presidente da República foi a correr para lá. Não fez declarações públicas e, pouco tempo depois, desapareceu. Referimo-nos a este estranho caso aqui.
Ontem, um dia depois, o Presidente da República explicou-se: Estava próximo e as notícias que tinha eram, felizmente, porque depois não se confirmou, muito piores", porque teriam sido atingidas casas.
Mais valia estar calado. Porque a explicação é reveladora de grande insensatez.
O Presidente da República não pode fazer de mirone aventureiro e querer ir para o local de um acidente... fazer o que pensa que devia fazer.
Se a situação fosse tão grave como sugeriu que poderia ter sido, seria impensável estar a obrigar as forças no terreno a deixarem de procurar acudir às pessoas e evitar danos maiores para se concentrarem na proteção (obrigatória do Chefe do Estado). Se não era... vai passar a acorrer a todos os acidentes (um choque em cadeia numa autoestrada, um incêndio florestal...)?
O Presidente da República pode ter dezenas de motivos de ordem pessoal para acorrer à queda fatal de uma avioneta.
Mas, institucionalmente, tem de esperar no seu posto que lhe cheguem as informações mais fiáveis e adequar a sua intervenção à dimensão ao acontecido.
E não foi isto que aconteceu.
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