quarta-feira, 12 de junho de 2019

Degradação





Tem toda a razão Paulo Lemos naquilo que escreve ("A banalidade do feio?") na "Gazeta das Caldas": 


Sei que é um sucesso em termos de procura (que caravanista não gostaria de estacionar a uns metros da lagoa por meia dúzia de Euros?) e uma fonte de receitas para a Junta de Freguesia, mas a Lagoa merece melhor. É lamentável que quem termine o percurso pedonal junto à Lagoa tenha depois de passar pela areia e testemunhar tudo o que se passa nas referidas autocaravanas.
Durante o Verão, nas traseiras do parque de caravanas, funciona um parque de estacionamento sem o mínimo de condições que também dá uma péssima imagem da Lagoa a quem nos visita. (…) Para completar o roteiro da falta de gosto temos a zona de “comes e bebes” junto à depuradora da Foz. Existe há muitos anos sem que, aparentemente, ninguém se importe que um cenário típico de um estádio de futebol antes de um jogo se tenha instalado, com carácter de permanência, numa zona nobre da Lagoa.



A margem da Lagoa de Óbidos que é responsabilidade do município de Caldas da Rainha está hoje numa situação de degradação absoluta, da própria lagoa à zona da Foz do Arelho.
É o assoreamento que está a matar a lagoa; é a ocupação selvagem por caravanistas que aí estacionam à borla (demonstrando serem mais espertos do que os outros que vão para o parque de caravanas a pagar); é esta versão chique de bairro de lata bem descrita pelo autor (e aqui por mim ilustrada); são as barracas de vendas de algum marisco (ao sol) e de frutos secos, cujas cascas acabam sempre atiradas para o chão; é o estacionamento completamente desordenado no largo entre a lagoa e a praia.
E esta má impressão é inevitavelmente agravada pelo que já sabemos o que a casa gasta: a Câmara Municipal de Caldas da Rainha é incapaz de intervir e a Junta de Freguesia da Foz do Arelho parece tolhida pela sua lamentável situação administrativa e financeira e perdeu o ímpeto renovador que chegou a ter.

















Sem comentários: