sábado, 30 de setembro de 2017

E o voto electrónico, não pode ser?

O Estado, das Finanças aos mecanismos burocráticos menos complexos, já funciona "on line".
A comunicação com o Fisco é considerada segura, e tão segura que é imposto um mecanismo expedido de comunicação electrónica. O mesmo se passa com a Segurança Social.
A comunicação entre os bancos e os seus clientes é também considerada segura, numa escala que envolve desde dezenas de euros a muitos milhões. 
Por que carga de água é que não pode haver um voto electrónico validado por palavra-passe?
Decerto que a abstenção seria muito menor.


sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O meu voto no dia 1 é nacional


Pedro Passos Coelho: espero que ganhe em 2019

1. Não gosto da actual gestão do PSD de Caldas da Rainha na Câmara Municipal deste concelho e na freguesia em que sou eleitor.
Acho-a incompetente, opaca, mais preocupada com as aparências do que com a realidade, provinciana e (como a elite política local) virada para o seu próprio umbigo. Defendi, por isso, uma aliança de boas vontades dos sectores mais significativos da oposição que desse origem a uma candidatura capaz de vencer, ou de diminuir, o peso do PSD caldense na câmara.
Não foi isso que aconteceu.

2. As listas do PSD caldense (que eu nem sequer conheço na totalidade), e aquilo que propõem, e o rumo individualista das restantes candidaturas não justificam o meu voto neste domingo.
Decidi, por isso, não votar para a Câmara Municipal, nem para a Assembleia Municipal, muito menos para a Junta de Freguesia.

3. Entendo, aliás, que todos temos o direito de não votar, enquanto as leis (a começar pela Constituição) não tornarem o voto obrigatório.

4. Acontece que discordo (e ela repugna-me) da solução de Governo saída do golpe de Estado parlamentar e que rejeito o pior de todos os primeiros-ministros que eu conheci no meu país (mesmo considerando Marcelo Caetano e José Sócrates), estando preocupado com a alegre caminhada para o abismo que a tríade PS-BE-PCP nos quis impor e as suas desvairadas mas perigosíssimas tentações totalitárias.

5. Por isso decidi ir votar no dia 1.
E fá-lo-ei (como recomendou Álvaro Cunhal perante a candidatura de Mário Soares à Presidência da República, quando não havia alternativa para o PCP), tapando, em termos simbólicos, a cara do presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha e votando no PSD de Pedro Passos Coelho.

6. O País precisa de erguer uma oposição à tríade PS-BE-PCP. O PSD (com Pedro Passos Coelho na sua liderança) é o único partido capaz de o fazer e de dinamizar uma alternativa, o mais tardar em 2019.

7. Votando no PSD nacional, votarei (e muito me custa!) para a Câmara Municipal, que permite uma mais clara contagem de votos a nível nacional. Não porei os meus votos nas eleições da Assembleia Municipal e da Junta de Freguesia.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (18): um futuro presidente, se ele assim quiser















Gostei da campanha de Rui Gonçalves, o arquitecto que encabeça a candidatura do CDS à Câmara Municipal de Caldas da Rainha, e até sou levado a pensar que pode ser um bom presidente de câmara.
Rui Gonçalves soube aproveitar o seu espaço de opinião na "Gazeta das Caldas" e fez bem em reunir os seus textos em livro. Nunca deixou de aparecer em público. Teve uma forte intervenção inicial (os vídeos a que aqui me referi) na campanha eleitoral e percebeu-se que quis ir a todo o lado. Parece, no entanto, ter-lhe faltado tempo.
O programa, sólido e bem estruturado, que apresentou ficou disperso pelo Facebook e é de consulta menos fácil. E a insistência nos espectáculos foi um contraponto inteligente a uma das tácticas empregues pela actual presidência da Câmara: dar música de borla ao povo e às elites.


Uma candidatura digna, realmente para o futuro 

O problema, no entanto, é o óbvio: por referência às eleições de 2013, há mais de 7000 votos a separar a candidatura do PSD da candidatura do CDS. Mesmo que possa recolher os votos do extinto MVC e outros, pode disputar o segundo lugar com o PS mas não vejo que consiga chegar ao primeiro lugar.
Depois de domingo, Rui Gonçalves terá de decidir se fica em campo, continuando a sua intervenção, preparando-se para as próximas eleições e para um dia (2021? 2025?) ganhar a Câmara Municipal de Caldas da Rainha ou desaparecer, como tem sido a regra entre os que não conseguem ver.
Gostaria que não fosse esse o caso porque é necessário uma alternativa forte à actual liderança do PSD caldense. E Rui Gonçalves pode encabeçar essa alternativa.

EDP - A Crónica das Trevas (76): mais um...


... apagão às 18h15. Puta que os pariu!

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (17): o extraterrestre















O candidato do PS à presidência da Câmara Municipal de Caldas da Rainha em 2013 foi um professor chamado Rui Correia.
Durante quatro anos, Rui Correia e os vereadores eleitos pelo PS mantiveram um blogue intitulado "Começar o Futuro". Foram atentos e críticos, com uma intervenção quase constante. Mas, tendo "começado o futuro", deixaram as coisas a meio. O candidato do PS à presidência da Câmara Municipal de Caldas da Rainha em 2017 é um advogado chamado Luís Patacho.




As candidaturas autárquicas precisam de ter um elemento-chave: a proximidade. E a proximidade é, neste caso, a identificação. É o conhecimento pelo menos visual da pessoa. É a possibilidade de o candidato dizer: "há quatro anos já cá estava e desde então tenho mostrado qual é a minha alternativa a isto".
O PS local pode andar inebriado com o facto de estar no poder, no governo da nação (embora por um ardil pós-eleitoral e convém não esquecer que o PS perdeu as eleições legislativas de 2015), de pensar que está em lua-de-mel com uma versão da "maioria de esquerda" do PCP. Pode pensar que é tudo dele, como pensa o primeiro-ministro do PS. Mas depois o candidato é...?
Não é.
Luís Patacho pode ser uma excelente pessoa, um excelente pai de família, ter ideias brilhantes para o concelho (que talvez estejam enterradas no Facebook), mas é um "parvenu", um recém-chegado que não teve antes intervenção pública que se notasse e que terá sido um pouco ingénuo ao pensar que as fotografias dos seus encontros com empresas e associações, publicadas nos jornais regionais, servem para tudo. Não servem.
Na política autárquica caldense, Luís Patacho é uma espécie de extraterrestre. Veio de outro planeta com outras ideias. E o eleitorado local que vai votar já mostrou que prefere um bonzo burocrata na Câmara Municipal a um desconhecido, quanto mais não seja porque o primeiro o compra com empregos (directos e indirectos) e com festas. E o resto... é sempre a mesma coisa.
Se ficar em segundo lugar, se mantiver uma intervenção política directa e constante e se se candidatar de novo em 2021, Luís Patacho ainda pode vir, um dia, a ser presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha.
Embora, por ser do PS, não com o meu voto.



Nota: Hoje voltou a entrar-me na caixa do correio o folheto a que aqui aludi. É, se não veio com o correio, uma absurda duplicação de esforços.


A dinâmica das ilusões (16): queixem-se da abstenção, depois...














É possível que as candidaturas partidárias à Câmara Municipal, Assembleia de Freguesia e Juntas de Freguesia de Caldas da Rainha tenham posto todas as suas declarações de intenções e/ou programas na Internet, em especial no Facebook. Vi algumas e desisti. Não pelo conteúdo mas pela forma.
Não me parece que seja aesta  melhor maneira de divulgar programas eleitorais. Em circunstâncias normais (e estas não o são), os eleitores precisam de ter um papel que possam ler várias vezes, que os ajude a reflectir, que os motive a irem escolher, ou seja, votar. E quem diz programa, diz candidatos. Até este momento só encontrei um desses papéis, largado à beira da estrada e apenas por ir passear os cães.
De qualquer modo, também não sei, até hoje, quem são os candidatos todos aos dois órgãos centrais do concelho e à freguesia onde resido. E eu até tenho os recursos, embora não o tempo, para ir procurar essas informações. 
Este aspecto é, bem em concreto, um dos piores falhanços deste processo eleitoral. 
O outro é, sem dúvida, e a ele já me referi, a transformação das eleições autárquicas em prova de vida em formato de feira: durante quatro anos desaparecem do radar e depois regressam aos gritos e às buzinadelas.
Assim nem eles vão lá, nem os eleitores vão votar.





"O fraco rei faz fraca a forte gente" (Luís de Camões).


"Diário de Notícias", 19.09.2017



terça-feira, 26 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (15): irrelevância














Tive de apanhar do chão, quando andava a passear os cães, um papel A4 com o que parecem ser as intenções eleitorais do irrelevante grupo que se apresenta a estas eleições. 
O que está impresso é igualmente irrelevante: um "projeto de turismo cultural numa escola da Serra do Bouro" (só há uma, do 1.º ciclo), "paredes para grafitis", cinco "requalificações" (a palavra mágica) e "melhorar passeios" (numa zona rural onde eles são praticamente inexistentes).
Uns pensam em nós, eleitores, como sendo estúpidos; outros fazem de conta que existem de quatro em quatro anos; e estes gozam. 
E se fossem bardamerda?



São isto; valem isto.


segunda-feira, 25 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (14): desastres






Há qualquer coisa de obsceno no modo como o PCP e o BE se apresentam nestas eleições.
Vêm de quatro em quatro anos "picar o ponto", conseguem sempre dar maior atenção a problemas de política nacional em detrimento dos problemas locais e as suas intervenções trazem consigo um cansaço enfadado.
O que propõem, quando se consegue saber (nem sequer é ainda o caso a menos de uma semana do dia de voto e as entrevistas aos jornais locais não fazem lei nesta matéria), é um arrazoado de lugares-comuns para situações e locais que se percebe que conhecem mal. 
Como é que, com um mínimo de honestidade intelectual, podem vir pedir que se vote neles?


*


O grupo de independentes que há quatro anos se apresentou como MVC, e que este ano se esfumou sem uma única justificação dada aos seus eleitores de 2013, ainda se enfeitou discretamente com algum triunfalismo - tinham conseguido "quebrar a teia", argumentam.
O simbolismo é adequado, afinal: é como as teias de aranha que se limpam num dia num canto da casa e no dia seguinte já lá estão outra vez. Se não se matar a aranha, claro. Ou se as pessoas não mudarem de casa. Ou desistirem.
Na prática foi tudo ao que aconteceu ao MVC desde o seu pequeno e inglório triunfo de 2013. Cuja única herança é, muito objectivamente, a situação nebulosa da Junta de Freguesia da Foz do Arelho.
Paz à sua alma.



Notas de prova

Torre de Ferro — Tinto 2014 Dão DOC
Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen 
Global Wines, Carregal do Sal 
13% vol.
Medíocre

domingo, 24 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (13): não há programas mas há chavascal


Hoje passaram à minha porta dois carros com bandeiras do CDS. Buzinaram muito. Rapidamente desapareceram. Há dias foi um do PS, no mesmo modelo: muitas buzinadelas, nada de programa. 
Não sei se é desta maneira que o PS e o CDS querem ganhar votos na ruralidade interior de Caldas da Rainha mas a única coisa que conseguem é pôr os cães todos a ladrar.
E, já agora: à exceção da "lista de compras" demagógica do PSD local (e, mesmo assim, só soube por acaso), não chegou aqui nenhum programa eleitoral, de nenhuma das candidaturas; nem, muito menos, qualquer grupo de activistas de nenhum dos partidos em modo civilizado.

EDP - A Crónica das Trevas (75): apagões

Vários, a durarem pouco tempo mas daqueles que parecem meticulosamente concebidos para lixaram os electrodomésticos. Porquê? 

sábado, 23 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (12): devem pensar que somos todos estúpidos















Esqueceram-se, talvez pelas suas afinidades electivas, das questões do lixo, em geral


"Como todos sabemos, uma Junta de Freguesia não tem a capacidade financeira de, por si só, realizar obras avultadas (...) tendo como principal objetivo ajudar a melhorar a qualidade de vida de todos os que residem e trabalham em Santo Onofre e na Serra do Bouro, a candidatura do Partido Social Democrata compromete-se a tudo fazer para que sejam concretizados os seguintes projetos..."
É desta forma que a candidatura do PSD caldense no acasalamento das freguesias da Serra do Bouro e de Santo Onofre (que é encabeçada por Jorge Varela, professor do ensino politécnico em Leiria e advogado em Caldas da Rainha) começa o que parece ser o seu "programa". Diz que não pode fazer... mas apresenta coisas que entram em contradição com essa postura.
São 23 promessas exíguas que, apesar do aviso prévio, oferecem "reabilitação urbanística", várias "construções" (uma rotunda, um passeio, uma estrada e um centro de saúde) e "requalificações" diversas. A freguesia de Santo Onofre, no centro da capital do concelho, é a mais beneficiada pelas várias promessas.
Há duas promessas claramente demagógicas: a de uma estrada inútil (a que já aqui me referi) e a de uma "revisão geral de todos os caminhos agrícolas e florestais e criação de percursos pedonais, aproveitando antigos caminhos rurais" (formulação que nada diz e cujo ridículo pressuposto só não é percebido por quem não anda, nem nunca andou, por estes "caminhos").
E, finalmente, há a espantosa promessa de "estudar uma forma de limitar a velocidade automóvel" na Estrada Atlântica e noutros pontos. "Estudar"?! Deve ter havido alguém que se lembrou de, em regime de "encher chouriços", meter esta na lista.


Álvaro Baltazar, Jorge Varela e Abílio Camacho: tipo "o menino entre os doutores"?


O absurdo disto tudo é que Jorge Varela se apresenta rodeado por dois ex-presidentes de juntas de freguesia. E, a avaliar pelo que se tem visto, os seus graus académicos da Universidade de Coimbra e da Universidade Autónoma de Lisboa talvez valham pouco perante os "doutores" da vida político-partidária que são os seus antecessores... e talvez os seus tutores.
À sua direita, Jorge Varela, tem Álvaro Baltazar, presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro durante vários mandatos, e, à sua esquerda, Abílio Camacho, da Junta de Freguesia de Santo Onofre e, nos últimos quatro anos, presidente da duas freguesias.
Os dois homens que acompanham Jorge Varela podiam ter feito muito do que agora prometem fazer. Tiveram tempo, verbas, apoio político da Câmara Municipal e poder absoluto nas juntas e assembleias de freguesia. (E, no caso de Álvaro Baltazar, ainda houve tempo para, em acumulação, representar os investidores milionários que tinham 300 milhões de euros para o "elefante branco" do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, iniciativa que parece ter sido ser objeto de um pacto de silêncio de todos os partidos.)
Virem agora os candidatos do PSD local, como virgens impolutas, fazerem de conta que querem fazer tudo o que não quiseram fazer durante tantos mandatos é, no mínimo, demonstrar que não têm grande consideração pela capacidade intelectual dos eleitores.  
Pelo menos os da Serra do Bouro, porque os de Santo Onofre estão sempre bem salvaguardados pela sua situação no centro do poder político.
E o cabeça-de-lista Jorge Varela parece estar demasiado controlado por quem talvez realmente mande para poder fazer, ou pensar, outra coisa.


Abandono

Mal se vê mas a placa, escurecida e coberta de ferrugem, indica o nome de uma povoação do concelho de Caldas da Rainha: Campo.
Está num cruzamento com uma estrada principal (Tornada) e é emblemática do estado de abandono do interior deste concelho, aspecto ignorado pelas campanhas eleitorais.




sexta-feira, 22 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (11): e o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, já agora?














"Gazeta das Caldas", 22.09.17

Os candidatos do PSD caldense das freguesias da Serra do Bouro (/Santo Onofre, para respeitar o disparate) e da Foz do Arelho andam tão de cama e pucarinho que, não lhes bastando a girândola de promessas demagógicas em que se especializaram, até querem estender os passadiços da Foz do Arelho à Serra do Bouro.
Como a ideia, a ser concretizada, demorará decerto uma boa dúzia de anos, bem podiam, entretanto, dar explicações sobre o tal empreendimento de luxo de 275 hectares de terreno que valia um investimento de 300 milhões de euros e cujas obras iam começar... há quatro anos.
A coisa ocupava uma extensão de terreno das duas freguesias e, de importante que era, até obrigou a uma alteração do Plano Director Municipal de Caldas da Rainha e à criação do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica.
O tema, no entanto, morreu, envolto num pacto de silêncio que abrangeu todos os partidos locais. 
O PSD caldense, no entanto, estará perfeitamente à vontade para explicar este mistério, porque o então presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro era também o representante dos investidores, estando hoje a acompanhar o candidato do PSD caldense à Serra do Bouro (/Santo Onofre).
Os pormenores, bem picantes, estão (quase) todos aqui.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (10): sexo, mentiras e vídeo















A inovação tecnológica entrou na campanha eleitoral de Caldas da Rainha pela primeira vez com dois candidatos a recorrerem a vídeos, embora de sentido muito diferente.
O vídeo do presidente da Câmara Municipal e candidato de novo à presidência, Tinta Ferreira (PSD), é uma peça de descarada e banal propaganda, onde só falta dizer que o sol se levanta e se põe graças à intervenção magnânima do bonzo caldense. Enfadonho e irritante, pode ser visto aqui. Mas não o recomendo. 
Rui Gonçalves (candidato do CDS à presidência da Câmara Municipal), com três vídeos já divulgados, é necessariamente mais crítico e incisivo.
Os seus vídeos, para já muito concentrados na capital do concelho, abordam questões fundamentais como a limpeza, a desgraçada situação da zona industrial e as entradas da cidade. Podem ser vistos aqui e resumem bem aquilo que toda a gente vê: o estado de degradação generalizado da cidade de Caldas da Rainha. Com eles, Rui Gonçalves mostra duas coisas: que sabe o que diz e que tem soluções. Venham mais, com referências ao interior!


Rui Gonçalves: uma boa campanha que começou bem




Notas de prova



Andreza — Tinto 2013 Reserva DOC Douro
Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz
Lua Cheia em Vinhas Velhas, Ílhavo
13,5% vol.
Muito bom.

Notas de prova


Aspias — Tinto 2009 Vinho Regional Alentejano
Aragonês, Trincadeira e Alfrocheiro
Sociedade Agrícola de Pias, Pias
14% vol.
Bom!

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (9): pois eu sou o Pedro e o Bairro da Ponte não é aqui



Entrou-me hoje na caixa do correio, deixado por alguém numa motoreta fanhosa, um luxuoso folheto do PS a anunciar-me "Muito mais para esta União de Freguesias".
O programa é vago, e dá para tudo. Mas o mais significativo é o modo como se apresenta o candidato do PS à presidência da Junta de Freguesia:




... E a quem dá vontade de responder do seguinte modo: e eu sou o Pedro, não sou seu vizinho e (desde que para cá vim) sempre morei aqui, no Cabeço da Vela, na Serra do Bouro, e o Bairro da Ponte não é aqui.
Se a candidatura do PS não me convence, muito menos me convence esta espécie de neocolonialismo paternalista da freguesia urbana sobre a freguesia urbana. Bem podem poupar nas deslocações...

domingo, 17 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (8): brincadeiras de rapazes







Ainda pensei em ir a isto, mas a ideia de ir ver homens crescidos (porque não há mulheres nestas eleições) a brincarem às eleições não me convenceu. Não há aqui nada a fazer e só um debate a dois (Rui Gonçalves, do CDS, e Tinta Ferreira, do PSD) é que seria realmente interessante. O resto é uma brincadeira pegada.
Os resultados estão definidos à partida e devidamente controlados e a dúvida, neste caso, é só uma: o PSD ganha (e sem ter mérito para isso) e o segundo lugar poderá vir a ser do CDS e não do PS (os outros não interessam para nada). Disto falarei mais tarde.

A dinâmica das ilusões (7): a demagogia do candidato Varela








As freguesias do concelho de Caldas da Rainha foram acasaladas em 2012 de uma forma completamente idiota, sem consideração pelas semelhantes entre freguesias (litoral atlântico, carácter rural, carácter urbano), sem vantagens para ninguém (o interior ficou mais abandonado) a não ser, talvez, para as "nomenklaturas" partidárias locais.
Houve dois casos em que esta "agregação de freguesias" uniu duas com uma terceira pelo meio. É o caso (como se pode ver pelo mapa) das freguesias da Serra do Bouro (rural, no litoral atlântico) e de Santo Onofre (urbana, na capital do concelho). No meio ficaram as freguesias do Nadadouro e da Tornada, num gesto político completamente imbecil.



Nenhum dos partidos pôs em causa o acasalamento das freguesias, nem nas eleições de 2013 nem agora. É-lhes indiferente o interior rural. Até porque o desconhecem.
O que conhecem é a cidade de Caldas da Rainha, que consideram ser todo o concelho ("as Caldas", como dizem) e o caminho mais curto para se irem mostrar aos sábados à tarde nos cafés da Foz do Arelho.
Se o desconhecimento é mau, pior é a tentativa de inventar promessas eleitorais sobre a realidade que desconhecem.
Como o demonstra esta pérola do estreante Jorge Varela, o candidato do PSD caldense à presidência da junta de freguesia fundida da Serra do Bouro e de Santo Onofre:


"Gazeta das Caldas", 15/09/2017


Acontece, porém, que se a Serra do Bouro tem falta de várias coisas, não tem falta de acessos, reais e concretos e já existentes. 
São três, para quem não saiba e expressamente para o candidato Jorge Varela, as vias de acesso à cidade, numa distância média de 15 quilómetros e num tempo de percurso que pode ir dos 10 aos 20 minutos. A saber:

1 - A via mais longa é da Estrada Atlântica - Variante Atlântica. Aproveita a vista panorâmica da Estrada Atlântica em todo o seu esplendor e vai desembocar na (informalmente designada) Rotunda da Greenhill. Para a direita desce-se para a Foz do Arelho e para a esquerda pela via rápida (a Variante Atlântica) em direcção à cidade de Caldas da Rainha. E antes da cidade está a zona industrial. 


A Estrada Atlântica, na direção da Foz do Arelho

A "Rotunda da Greenhill". Para a esquerda fica a Estrada Atlântica e um acesso à Serra do Bouro.
Em frente é a via rápida que vai ter a Caldas da Rainha. Não tem sinalização.


2 - A segunda via de acesso vai também ter à via rápida, com passagem por uma povoação chamada Espinheira. Tem uma estrada recentemente asfaltada tipo via rápida (mas que parece estar por concluir). É um caminho relativamente mais curto que, por via da Circular Atlântica (a via rápida Caldas da Rainha - Foz do Arelho), conduz directamente à zona industrial.


A rotunda que liga o segundo acesso à via rápida, passando pela Espinheira.

E nesta rotunda até há um sinal a indicar Serra do Bouro.


3 - A terceira via de acesso é a mais curta se, como frequentemente acontece, houver pouco trânsito. Atravessa a povoação do Campo e é uma estrada secundária que, por acaso, nem é muito acidentada. Ao sair do Campo, ou antes de chegar à povoação, há duas estradas que vão ter à zona industrial. 


À esquerda fica a Serra do Bouro e à direita a via para a estrada secundária do Campo. É o fim da "autoestrada da Serra do Bouro".


Como pode ver, portanto, o senhor candidato Jorge Varela, a Serra do Bouro não tem falta de acessos.
Não precisa de mais nenhuma estrada. Precisa, sim, é de obras que melhorem as suas infraestruturas.
Mas a demagogia é mesmo assim: a realidade interessa pouco e o que cai bem são as promessas, por mais tontas que sejam.

EDP - A Crónica das Trevas (74): mais um


Apagão às 6h07. Porquê?

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (6): a campanha eleitoral escondida





Fazem-se entrevistas, debates, coisas públicas mas a realidade é esta: o actual presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, candidato de novo ao cargo pelo PSD local, tem direito a 12 (doze) fotografias no "Jornal das Caldas" (32 páginas) desta semana, à conta de um debate entre candidatos e das numerosas ações públicas em que se vai mostrando.
É tudo um jogo de ilusões, de viciação alegre e consentida das regras da democracia.
Quanto aos outros candidatos, aceitam a discriminação e nem sequer se manifestam. Pois, também não vale a pena.




Ler jornais já não é saber mais (32): assim, sim



O título é factual: "Verão com mais mortes".
A informação de suporte é simples e clara e também factual: "Vinte pessoas perderam a vida nas praias. No ano passado foram 14".
É assim, e sem ser aos gritos ("cada vez mais...", etc.), que deve ser feito


"JN", hoje

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Ler jornais já não é saber mais (31): português mal resolvido

O "Observador", que não precisava de ter estes pecadilhos de quem lida mal com português, espraia-se hoje com uma série de caneladas na língua:

- Em vez de "evacuação" (de pessoas) prefere "remoção";
- Insiste no já nauseante "É oficial";
- Em vez de correcto "insistir em", prefere "insistir com";
- E lá vai o estúpido "icónico" em vez do "emblemático" (mas isto não é para quem nem sabe ler...).

Talvez por esquecimento, não houve "alegado", "supostamente" e "resiliência".

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

LGGBDTTTIQQAAPP


Com esta mania de classificar tudo em função do sexo, já vamos na ridícula combinação de "LGGBDTTTIQQAAPP" para designar variantes, explicação que encontrei em inglês, parvoíce que nem me apetece estar a tentar traduzir: "Lesbian, Gay, Genderqueer, Bisexual, Demisexual, Transgender, Transsexual, Twospirit, Intersex, Queer, Questioning, Asexual, Allies, Pansexual, Polyamorous".
Com sorte, a coisa resolve-se pela aplicação de um código de barras a cada nascituro.

Notas de prova

Castelo do Sulco — Tinto Reserva 2015 Vinho Regional Lisboa
Touriga Nacional, Tinta Roriz e Syrah
Quinta do Gradil, Cadaval
13,5% vol.
Bom!

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (5): longe é que é bom





Um foi presidente da junta de freguesia durante anos demais, o outro foi presidente de junta de freguesia da cidade com a freguesia rural (ou que dela resta) durante tempo suficiente para dele se perceber que ignorava o interior da freguesia.
O que agora os vai substituir só queria "embelezar" os campos. 

Riem-se de quê? De terem a vitória garantida?
Pelo menos compreendam que ganham por falta de comparência dos adversários.

Até agora não se lhes notou a presença nesta parte da freguesia. Nem deles nem de outros. É o costume. Também... esforçarem-se para quê? Estes, lamentavelmente, já ganharam. Os outros estão-se nas tintas. 



domingo, 10 de setembro de 2017

Notas de prova




Plainas — Tinto 2016 Grande Escolha Vinho Verde DOC
Vinhão
Casa de Santa Eulália, Mondim de Basto
13% vol.
Bom!

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (4): serviços mínimos, comunicação da treta




Faltam pouco mais de três semanas e não vi, além das várias entrevistas dos candidatos aos dois jornais locais e uma intervenção pública tonta de um candidato de freguesia, um único programa, esboço programático ou linhas programáticas ou o que quer que seja, das candidaturas autárquicas em Caldas da Rainha.
É possível que haja qualquer coisa "on line" (e que eu até poderia encontrar se fosse à procura) mas ponho-me na pele dos eleitores que deviam, de uma forma ou de outra, ser contactados. E nada. Não há nada.
Num concelho onde o partido político hegemónico, que controla a Câmara Municipal e outras estruturas, quase nem precisa de se mexer para ganhar outra vez (e sem mérito nenhum), o trabalho político não se faz em três semanas, nem em quatro nem em dois meses.
Pensar que basta andar a pôr "outdoors" por aí, ou tentar dizer aquilo que durante quatro anos nunca se preocuparam em dizer, é fazer dos eleitores parvos. E revelador do que pensam sobre os eleitores, cuja abstenção talvez até, secretamente, desejam.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

A dinâmica das ilusões (3): quando o voto não serve








Quando hoje abri a caixa do correio vi um folheto com o emblema do PS e ainda pensei, com grande dose de ingenuidade, que poderiam ser as propostas eleitorais do PS de Caldas da Rainha para a minha freguesia e/ou para a Câmara Municipal. 
Mas não, era só um folheto... a apelar ao voto, em termos muito genérico.
É extraordinário: quanto mais pessoas votarem em Caldas da Rainha, mais reforçada estará a posição do PSD local e do seu candidato, que é presidente da Câmara Municipal desde 2013 e que a oposição não quis esforçar-se por derrubar.


Abandono com vasos secos e cagalhões viçosos


Na povoação de Cabeço da Vela, onde moro, na freguesia rural da Serra do Bouro do concelho de Caldas da Rainha, foram feitas obras em redor de uma antiga fonte em 2009. O espaço (denominado Fonte do Cabeço da Vela) até conseguiu ficar aprazível.
Oito anos depois está tudo votado a um miserável abandono. 
A placa que assinala a inauguração precisa de ser limpa, os bancos de madeira substituídos, a fonte reaberta (ainda haverá água?), os nojentos vasos de plástico substituídos, as flores renovadas.
O presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro que parece ter tido a ideia até está na lista que, infelizmente, pode ganhar as eleições para os órgãos desta freguesia. Mas já nem se lembra, ou então está-se nas tintas.
A propósito: na pouca relva existente no local havia hoje de manhã um cagalhão. Podia ser de cão ou de pessoa. O nível é este.