domingo, 15 de janeiro de 2017

Uma outra forma de abandono


Os cães não são objetos. Não são animais indiferentes aos seres humanos. Tenderão a gostar da companhia humana, sobretudo quando é dela que recebem os cuidados essenciais a poderem viver, mesmo quando esses cuidados incluem as dietas de supermercado nas suas piores versões.
Os cães têm calor e frio, precisam de exercício, beneficiam do exercício feito com os seus donos em termos de saúde e de disciplina.
Os exemplos que aqui ficam documentam o que de menos bom podem fazer os seres humanos aos seus cães, deixando-os soltos ou amarrados até em espaços exíguos ou completamente entregues à sua sorte em quintais maiores, indiferentes ao seu bem-estar, em atitudes que não têm explicação e onde se encontra um equilíbrio interessante: os mais boçais têm os cães estupidamente presos, com correntes ou em "celas"; os mais cultos não chegam a este regime de maldade mas não deixam o cão entrar em casa nem tão pouco o passeiam.
É uma outra forma de abandono.
E ela, como acontece com a pedofilia e a violência doméstica, não é exclusiva de pessoas sem posições sociais de relevo, sem escolaridade, sem profissão ou emprego. Parece um contra-senso mas é verdade: a nódoa que é esta forma de abandono cai, e não poucas vezes, no tecido de gente que poderíamos supor que seria mais informada, mais sensível ou mais atenta aos problemas do mundo.











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