sábado, 18 de junho de 2016

Os "marchantes" do Estado do "tempo novo"

Agora já não há manifestações, só há "marchas"







Não se nota que a entidade ou noção "escola pública" esteja em risco.
O Governo, que tem uma agenda ideológica conivente e coincidente com o BE e o PCP, conseguiu impor, com alguma demagogia, que os "colégios" são maus e a "escola pública", agindo em conformidade em termos orçamentais.
Percebe-se mal, por isso, esta manifestação ("Marcha pela Escola Pública") que personalidades do arco governativo PS-BE-PCP, sindicalistas do PCP e agora o próprio PCP organizam hoje.
Só há, para a coisa, duas explicações:
(a) a manifestação dos "colégios" foi maior do que poderá ter parecido e era necessário contrapor-lhe qualquer coisa nas ruas;
(b) não querendo beliscar o governo do "tempo novo", o PCP e os seus companheiros de caminho precisam de todos os pretextos para fazer manifestações ou, como agora lhe chamam, "marchas".
Se em Portugal houvesse uma imprensa forte e livre, saberíamos ainda hoje, e com dados bem objectivos, também duas coisas:
(a) quantas pessoas participaram em cada uma das manifestações;
(b) quem é que pagou os meios de transporte empregues pelos organizadores das duas manifestações (autocarros, por exemplo) para levar manifestantes (ou "marchantes") a Lisboa e qual foi o custo global em cada um dos casos.
Infelizmente, não o saberemos.

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Hoje, domingo, o "Público" faz a notícia da manifestação, partindo do que, afinal, parece ser o mais importante: quantas pessoas?
Os números são díspares, estranhamente díspares.
A Fenprof garante que foram 80 mil os participantes na coisa e a PSP baixa o número para 15 mil. A dos "colégios", em Lisboa, terá tido 40 mil.
A PSP, por motivos operacionais, costuma fazer estas contas (mas a sua divulgação já suscitou problemas) e não se vê motivo, mais a mais sendo uma manifestação favorável ao governo em funções, para que a sua avaliação pudesse ter sido adulterada.
Os 80 mil da Fenprof são, com toda a certeza, um número inflacionado porque conviria apresentar algarismos de fácil comparação com a outra manifestação. Neste caso, "o dobro" é fácil de alardear mas muito difícil de acreditar.

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