sexta-feira, 4 de março de 2016

Quiseram, não foi? Agora não se queixem

Janeiro de 2015: o CDS/PP, o MVC e, à sua maneira, o PS 
passaram um cheque em branco ao PSD caldense

Foi em Janeiro do ano passado que, contentinhos da Silva, os representantes do CDS/PP e do MVC votaram a favor da "entrega" do património termal de Caldas da Rainha à respectiva câmara municipal.
Nessa reunião da Assembleia Municipal o PS absteve-se e o PCP votou contra. O PSD, maioritário, votou a favor e ganhou. O que neste concelho, em termos políticos, passa por "oposição" não se apercebeu do disparate do cheque em branco que deu à Câmara. (Mais pormenores aqui.)
Há pouco mais de um mês, um luzido grupo da dita oposição foi (pela primeira vez!) ver por dentro o hospital termal e os famosos pavilhões do parque. Ficaram boquiabertos e "indignados" com o que viram. Ou seja: compraram sem ver.
Há coisa de uma semana, o CDS/PP, o MVC e o PS e o PCP voltaram a indignar-se, desta vez porque o PSD recusou, na Assembleia Municipal, uma proposta de constituição de uma comissão de acompanhamento do património termal. Bem podem limpar as mãos à parede, no entanto.
O voto em branco que deram ao PSD caldense e à sua câmara municipal para ficarem com o património termal legitimou todos os comportamentos do grupo que dirige a Câmara.
É certo que um voto contra de toda essa oposição, nessa reunião da Assembleia Municipal, não teria impedido a coisa devido à maioria detida pelo PSD. Mas teria mostrado que a Câmara ficaria sozinha, mesmo que moralmente, a fazer as suas asneiras neste domínio.
Não acredito, até pelos montantes envolvidos, que a Câmara Municipal da "Nova Dinâmica" tenha algum projecto, plano, intenções, parceiro(s) para reabilitar o património termal. Pode fazer algumas flores no próximo ano, por conta da campanha eleitoral, mas não tem capacidade, engenho ou qualquer tipo de massa crítica para ir mais longe. E só pode ser esta a explicação para a recusa do PSD de uma comissão municipal. Nem era difícil de antever.
 
 
Milhões, milhões...
 
Só em medidas de curto prazo, travar a degradação só dos pavilhões do Parque exigirá obras entre os 400 e os 500 mil euros. Para uma intervenção de fundo já serão necessários 9,8 milhões de euros.
É a conta que começa a chegar, apresentada em projecto pela empresa A2P à Assembleia Municipal. O projecto (um "diagnóstico") custou 12 mil euros à Câmara.
Supõe-se que os partidos da oposição hão de ter engolido em seco e pensado, cada um com os seus botões, que felizmente nunca conseguirão chegar à gestão camarária.
O pior é o resto, claro, quando começarem, como todos nós, a receber a conta em casa. 
 

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