segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Notas em formato de "zapping": transições


The Affair - Devia ser a história de um caso amoroso mas lá conseguiu estender-se para ser uma história de (vários) namoros, tentando os produtores manter a chama do interesse televisivo acesa com um homicídio. Dominic West ("The Wire"), Maura Tierney ("ER") e Ruth Wilson não conseguem, só por si, sustentar uma série que (pelo menos a meio da segunda temporada) parece preferir o ambiente dramático de uma telenovela luso-mexicana e talvez se devesse intitular "Namoro". Mas já há terceira temporada encomendada, o que demonstra que o voyeurismo se vende bem (vista no canal TV Séries).
 
Arrow - A quarta temporada começou com algumas debilidades mas ao episódio 6 (na semana passada) já se notaram melhorias. É um jogo interessante ver como esta série se cruza com outras séries ("The Flash", a malograda "Constantine" e também a anunciada "Legends of Tomorrow") que nos trazem uma parte do universo de banda desenhada da DC, que bate a concorrente Marvel na televisão. Não se percebe é por que carga de água é que o AXN transforma o nome clássico de Arqueiro Verde (nome que ficou de certa forma fixado em língua portuguesa) em "Flecha Verde". Pode ser mais rigoroso relativamente ao original ("Green Arrow") mas com esta opção perdem-se algumas referências (vista no AXN).
 
Downton Abbey - Acabou, portanto, num episódio onde tudo se atamancou e se resolveu apressadamente, chegando ao fim com seis temporadas e desejos mal contidos de um filme de longa-metragem, que serviria não se sabe bem para quê. Foi uma boa ideia e de êxito seguro e duvida-se de que cansasse os seus espectadores mais entusiastas mas o mundo das séries de televisão tem regras de mercado que nem sempre parecem lógicas. E certas soluções encontradas para a história da família Crawley também não tiveram grande lógica, já agora. (vista no canal Fox Life). 

Engrenages - É uma das melhores séries policiais francesas contemporâneas e a sua quinta temporada passou quase clandestinamente na RTP2 no verão passado com o título "Um Crime, Um Castigo". Já aqui me referi a ela, pelas qualidades intrínsecas e pelo facto de poder ser um modelo para uma série portuguesa. Os elogios continuam a justificar-se (vista numa edição em DVD da BBC de 2014, legitimamente adquirida).
 
Fargo - Com a segunda temporada, "Fargo" revelou-se uma das melhores séries do momento, talvez melhor do que a primeira temporada e seguindo a lógica e o estilo do filme que lançou os irmãos Joel e Ethan Coen, "Sangue por Sangue". No modelo da história completa por temporada, bateu a segunda temporada de "True Detective", combinando um traço irónico com uma grande dose de violência explícita em jeito de retrato de época (vista no canal TV Séries).
 
The Flash - Apareceu depois de "Arrow", oriunda dos mesmos produtores, e conseguiu ser melhor do que essa série. A primeira temporada passou também clandestinamente na RTP mas da segunda nada se sabe, o que é pena.
 
The Knick - Um hospital no início do século XX em Nova Iorque, um actor bem conhecido (Clive Owen) e um realizador consagrado e inventivo (Steven Soderbergh): eis "The Knick", uma série que por enquanto se fica apenas pela segunda temporada. Foi um bom trabalho televisivo, que merecia outra atenção (vista no canal TV Séries).
 
 
 
Clive Owen em "The Knick": "ER" e "House" no princípio do século XX

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