domingo, 6 de dezembro de 2015

Um desastre


O hospital termal de Caldas da Rainha, o respectivo balneário e o parque e mata anexos estão, ao que parece, nas mãos da Câmara Municipal de Caldas da Rainha desde o passado dia 2, tendo sido transferidos da tutela da administração central para a tutela camarária, num período que oscila entre os 70 anos (os dois primeiros) e os 50 anos.
Esta decisão, que foi uma bandeira da desastrada gestão municipal, não foi consensual.
Houve quem, fora da esfera de poder do grupo do PSD que está na câmara, que se entusiasmasse com o significado da ideia. Houve quem se lhe opusesse. 
Poucas, no entanto, foram as vozes que indicaram o óbvio: esta gestão municipal não tem competência nem dinheiro para fazer alguma coisa do património termal.
Esta gestão municipal foi a que deixou arrastar as obras pela capital do conselho meses a fio, transformando a cidade num estaleiro, indiferente ao grau de incumprimento de prazos pelas empresas contratadas.
Esta gestão municipal é a que transforma em "jóia da coroa" um parque de estacionamento subterrâneo.
Esta gestão municipal é a que deixou degradar-se o concelho em todas as suas vertentes.
Esta gestão municipal é a que já apregoa que vai abrir o hospital termal e o balneário em 2017 (ano de eleições) com obras de 600 mil euros (e há dinheiro?...) a lançar "em breve".
Esta gestão municipal é a que, no poder há dois anos, não tem "ideias claras e propostas clarividentes" no domínio termal e turístico. E esta citação, note-se, não é de nenhuma das oposições, mas da voluntarista coluna de opinião  "A Semana do Zé Povinho", do jornal "Gazeta das Caldas", que tem sido de uma extraordinária candura para com o presidente da Câmara, com quem talvez já se tenha dado melhor.
Tudo se conjuga para que a entrega do património termal à Câmara Municipal de Caldas da Rainha, na sua fase mais sombria, se transforme num desastre.
E isso só não acontecerá se a necessidade de ganhar as eleições de 2017 (mesmo contra uma oposição objetivamente cúmplice) corresponder a uma sensação de desespero ou de medo por terem consciência de que não conseguem fazer nada de jeito.


Não gostam deles (e com razão) mas ainda vão ajudar a reelegê-los.
Porque será?

 



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