terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Lata




O ex-primeiro-ministro arguido só tem razão numa coisa: o Ministério Público habituou-se, desde há muitos anos, a atirar os seus suspeitos para a praça pública enquanto os investiga, com o segredo de justiça a valer zero nas sempre iguais e sempre diferentes combinações com a Imprensa.
Mas nem este ex-primeiro-ministro nem o ex-ministro da Justiça que lhe sucedeu alguma vez se preocuparam, enquanto governantes, em resolver o problema.
O resto, tudo o resto, é descaramento. Aproveitando esse outro pecado do Ministério Público que é a falta de pressa em certas circunstâncias, o ex-primeiro-ministro tentou destruir os fundamentos de uma acusação que tarda mas cujos fundamentos ele obviamente conhece.
O que dirá, no entanto, se aparecer uma acusação neste processo e outras acusações nos outros (que não podem deixar de aparecer) que, levando a uma ou várias condenações, vire do avesso tudo o que agora disse nesta orgia televisiva?

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