quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Preço da água, Hospital Termal, obras e a desistência das oposições em Caldas da Rainha


1 - Há três anos houve um aumento nos preços do fornecimento de água praticados pelos Serviços Municipalizados da Câmara Municipal de Caldas da Rainha que, pelo efeito multiplicador das várias taxas, fez com que o custo pago pelos consumidores subisse para o dobro.
O mau serviço prestado pelos Serviços Municipalizados não melhorou. Alguns protestos e queixas individuais não tiveram eco na oposição ao PSD municipal: o PS, o CDS, o PCP, o que ainda restava do BE e, fora da Assembleia Municipal, o futuro MVC aceitaram os aumentos. Agora estão nas calhas mais aumentos e, segundo o PS, nada o justifica. Pelo contrário. Mas a maioria do PSD na Câmara e na Assembleia Municipais pode impor esses aumentos.
 

O aumento do preço da água não serviu para investir na rede de abastecimento



2 - Para a financeiramente pouco sólida Câmara de Caldas da Rainha, o ónus do atraso na ansiada entrega do Hospital Termal está agora no Tribunal de Contas, que lhe pediu "um conjunto de esclarecimentos".
Não se sabe se, entre esses esclarecimentos, está a certeza de que a câmara consegue evitar cair no buraco financeiro decorrente das responsabilidades com o Hospital Termal que quer levianamente assumir.
As oposições, que infelizmente se dividiram nesta matéria na Assembleia Municipal, deviam fazer-se ouvir. Mas não é o caso. Estão mudas e quedas. E, entretanto, vai avançando o processo das termas no concelho vizinho de Óbidos. Alguém sinceramente acredita que, com termas já em funcionamento mesmo ao lado, um hospital termal na cidade de Caldas da Rainha tem alguma hipótese?!




"Gazeta das Caldas", 28.08.15




3 - Numa das entradas da capital do concelho (que talvez seja a entrada principal para quem se desloca pela A8) há obras interrompidas há várias semanas. O trânsito faz-se com dificuldade, o aspecto é ofensivo. Mas impera o silêncio.
 


Obras paradas: nada de novo neste concelho


Estes três temas não esgotam a crítica que se esperaria que fosse feita à gestão PSD da Câmara Municipal de Caldas da Rainha por uma oposição de que eu (e se calhar não só eu) esperava muito mais: mais resistência, mais intervenção, menos complacência e menos passividade. E um pouco mais de cultura política.
À excepção do PS (e, mesmo assim, em regime de "serviços mínimos"), a oposição caldense desistiu, cansou-se, ou distraiu-se do seu papel. Ou foi de férias. Ou mudou-se.
Em termos partidários, o PS e o CDS têm feito as suas provas de vida embora o CDS, coligado com o PSD a nível nacional, tenha optado por hostilizar pouco o PSD a nível local.  O MVC (Movimento Viver o Concelho), cuja intervenção me iludiu, e o PCP andam entretidos com as eleições nacionais.
Nada disto, no entanto, serve de desculpa para a falta de comparência das oposições. O pedido dos votos aos eleitores pressupõe um compromisso de intervenção política regular, persistente, coerente e pública. Não é o que se vê em Caldas da Rainha.
E se o PSD caldense fosse suficientemente arguto e inteligente para ter sentido de humor, bem podia começar a escolher os principais dirigentes oposicionistas  para os condecorar no próximo 15 de Maio pelos relevantes contributos que andam a dar para a glória das extraordinárias criaturas da "nova dinâmica". 

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