terça-feira, 30 de junho de 2015

As musas da revolução portuguesa já estão a caminho da Grécia...






 
Parece que as musas da revolução portuguesa estão já a caminho de Atenas para encabeçarem, e inspirarem, manifestações públicas a favor do "não" do referendo e dos governantes sexy do Syriza.
Como se sabe, estas presenças ajudaram o povo português a expulsar a Troika de Portugal em 2012 e a eleger um governo provisório revolucionário PS-PCP-BE que arrancou Portugal às garras dos agiotas e do imperialismo e colocou o País na senda do progresso, da paz e do socialismo tipo syrizista avant la lettre.

domingo, 28 de junho de 2015

Só lá vai ver a bola...

 "Há um projecto de um empreendimento turístico para a Serra do Bouro. Desde que tomou posse houve algum desenvolvimento?", pergunta, com a sua inexcedível candura, a "Gazeta das Caldas" ao presidente da Junta de Freguesia de Santo Onofre, em Caldas da Rainha, que aumentou o seu domínio com a freguesia rural de Serra do Bouro no totoloto das freguesias, a propósito do projecto megalómano do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, que... data de 2011.
E responde o dito presidente com igual candura: "Não. Nem sequer fui contactado por alguém sobre isso. Mas também não é uma boa altura para estes projectos, até porque aqui na vizinhança temos empreendimentos que estão parados."
O presidente desta união de freguesias que (olhe para o mapa, leitor) une duas freguesias (Santo Onofre e Serra do Bouro) com duas pelo meio (Nadadouro e Tornada), é um homem que faz parte da "Nova Dinâmica" do PSD caldense, o grupo político que se julga "dono disto tudo". E que muito caracteristicamente diz: "O melhor que poderia acontecer à Serra do Bouro era a fusão com Santo Onofre e não com outras freguesias vizinhas. Se a fusão tivesse sido com Salir do Porto ou Foz do Arelho seria muito pior." E porquê? A "Gazeta" não o pergunta e ele também não se arrisca. Mas ele vai dizendo, como quem sacode a água do capote e como se não tivesse sido parte interessada: "No entanto, continuo a defender que esse processo de fusão de freguesias foi um erro."
Entretanto, a Serra do Bouro, como todas as freguesias do interior, está mais isolada, mais desprezada e mais abandonada. Mas que lhe interessa a ele, na sua freguesia do centro cidade? Como se costuma dizer: só lá foi ver a bola...



Deixado ao abandono





Este cão é um cão abandonado... lá dentro.
Dentro de um quintal, numa casota miserável, de onde nem se pode afastar, com sol ou chuva. Talvez nem vá a um veterinário, não parece ser objecto de quaisquer cuidados. Serve (pelos latidos de medo ou raiva ou aflição) de "cão de guarda".
Pode um dia ter sido cão de casa, talvez de crianças. Depois ficou. Puseram-no a um canto do quintal. É possível que lhe dêem de comer e que lhe dêem água. Mas nem se pode saber.
E não é por falta de meios dos "donos", que têm tecto, portas e janelas que os abrigam das intempéries, terrenos onde semeiam para comer e vender, galinhas e pombos.
E vários gatos que andam por ali, um dos quais com o que parece ser um tumor enorme numa coxa e a quem já vi darem comida. Mas sem qualquer outro tipo de preocupação.
 
 
 

 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Os problemas nacionais da política local

 
A coligação PSD/CDS até ganharia mais, em Caldas da Rainha,
se algumas criaturas não aparecessem a defendê-la...


Admito que Pedro Passos Coelho também pudesse ser um bom presidente de Câmara Municipal. Mas já não consigo ver o actual presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Tinta Ferreira, numa função no Governo e, muito menos, no cargo de primeiro-ministro.
Mas são ambos do mesmo partido, o PSD, que, nas eleições legislativas deste ano, vai a votos para saber se voltará de novo ao Governo, ou não, e coligado com o CDS.  
Isto significa que o voto no PSD (e na sua coligação com o CDS) nas eleições legislativas dos eleitores do concelho de Caldas da Rainha não é um voto em Tinta Ferreira mas em Pedro Passos Coelho. Ou seja: nas eleições legislativas, o PSD caldense não pode reivindicar como seu o voto recebido no PSD.
Isto significa também que um voto em Tinta Ferreira nas eleições autárquicas não foi, nem será, necessariamente, um voto no PSD nacional, embora o PSD nacional possa contabilizar, como todos os partidos, os votos dos eleitores deste concelho numa perspectiva nacional. 
O mesmo se aplica ao CDS e às segundas figuras do Governo e da Câmara Municipal de Caldas da Rainha.
Este factor está na base da pequena polémica surgida nos últimos dias entre o PSD e o CDS: os dois partidos estão coligados para as eleições legislativas e no actual Governo numa perspectiva nacional e os seus representantes locais fazem campanha pela coligação... mas depois não calam as suas diferenças relativamente aos assuntos do concelho caldense.
E acontece até que o PSD local (numa posição que só revela uma assinalável debilidade) nem gosta de ter o CDS local, que o critica, como aliado para as eleições nacionais e assim se manifestou. O representante do CDS local, porém, não parece ter ficado muito incomodado.
Por isso parece, e ainda bem, que, sobre os assuntos locais, os dois partidos da coligação governamental vão continuar como adversários e que o CDS vai continuar a ser, e bem, adversário político de Tinta Ferreira. Digamos que é de esperar que as vozes que ilustram estas "turras" (na expressão do "Jornal das Caldas") não cheguem ao céu.
Aliás, este distanciamento entre o plano nacional e o plano local não é novo e tem outras variantes que até são um pouco mais bizarras.
É o caso do PCP caldense, por exemplo, que neste concelho se tem mostrado mais preocupado com o "pacto de agressão" do que com os problemas locais e que defendeu um aumento de impostos que contraria o que diz em termos nacionais. E é ainda o caso, mais recente, do movimento independente MVC que resolveu trocar a sua intervenção local (objectivo com que se constituiu) pelo apoio a um candidato às eleições presidenciais.
O equilíbrio entre o nacional e o local é difícil mas será bom que os que se desequilibram não prejudiquem o eleitorado.





domingo, 21 de junho de 2015

Amor com amor se paga?

 
O presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha tem forçosamente de estar grato ao Rei da Demagogia por este ter conseguido desviar as atenções de alguns dos críticos mais persistentes do PSD caldense.


sábado, 20 de junho de 2015

Crianças (mal comportadas) ou então chantagistas

O "syrizismo", doença infantil do esquerdismo "pop"

A directora-geral do FMI, Christine Lagarde, até foi simpática quando disse há dias que as negociações com o governo grego deviam prosseguir "com adultos na sala", no que foi entendido como uma crítica aos representantes gregos.
Porque o comportamento do Syriza, o partido da esquerda radical (essa "doença infantil do comunismo", de que alguns decerto ainda estarão lembrados), só pode ser caracterizada de duas maneiras: uma brincadeira de crianças ou uma inadmissível posição de chantagem.
Nos cinco meses que já levam de governo em aliança com outro grupo do mesmo género mas de extrema-direita, os "syrizistas" não têm feito mais do que não querer pagar o muito que lhes foi emprestado (fora o que já foi perdoado) e querer que lhes emprestem ainda mais.
A posição que assumiram já não é só contra o FMI, o BCE e os dirigentes da União Europeia.
É contra todos os restantes europeus que poderão ter de pagar, e com língua de palmo, os desvarios gregos, os de outros tempos e os de agora.
E se a "esquerda" lusa não o percebe, talvez devesse começar por se chegar à frente e, passando das palavras aos actos, começar por quotizar-se para compensar os gregos pelo que vão perder com a provável saída do euro.
E depois ir para lá. Pode ser que sejam bem recebidos.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Um pormenor que falta

Resume o jornal "i": "As vagas da Rede Nacional de  Cuidados Continuados Integrados só chegam actualmente para 30% dos portugueses acamados que deveriam estar a beneficiar deste apoio do Serviço Nacional de Saúde. Um estudo incluído no relatório anual do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, que vai ser apresentado hoje na Fundação Calouste Gulbenkian, estima que existem cerca de 110 355 pessoas com algum tipo de dependência ao nível dos cuidados de higiene e saúde e destas 48 454 estão acamadas. No entanto, no final do primeiro semestre de 2014 só havia 13 624 camas e lugares na Rede Nacional de  Cuidados Continuados, o que significa que 70% estão a cargo de familiares sem apoio especializado da parte do Estado". E conclui: "Crise agravou saúde dos portugueses".
Faltaria acrescentar este pormenor:
5,8 milhões de utentes do Serviço Nacional de Saúde isentos de taxas moderadores, número que é superior em 1,5 milhões ao de isenções concedidas em 2014.
Tomando como certo este número de 5 800 000 isentos, significa que haverá 4 586 593 utentes do SNS (por referência ao número da Pordata) que pagam as taxas moderadoras. Ou seja, menos de metade dos utentes do SNS pagam directamente os serviços médicos que eles próprios procuram e os dos outros, desses 5,8 milhões.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Entrevista à revista do blogue Esmiuça o Livro

 
O blogue Esmiuça o Livro lançou uma revista digital e, para o seu primeiro número, entrevistou-me. As perguntas e as respostas estão aqui, link onde se pode ver o conteúdo da revista. 
Quem tem seguido o que tenho escrito pode encontrar mais pormenores interessantes.
Quem não tem, não fica a perder e pode conhecer-me um pouco melhor.
 
 
 
 

Segurança das escolas: só falta dizer que vem aí um golpe militar...

 
Ainda hão de dizer que eles vêm aí...
 
Segundo se lê no "Observador", os militares na reserva vão fazer vigilância nas escolas, no exterior e no interior, num "complemento" ao Programa Escola Segura (PSP/GNR), de acordo com uma decisão governamental.
Como era inevitável (junta-se a fome do preconceito político à vontade de comer do combate político), ergueram-se contra a decisão os habituais gritos de discórdia, unindo PCP, associações militares e directores de escolas.
Os argumentos são, generalizadamente, idiotas e chegam ao ponto de sugerir uma ameaça militar no domínio da segurança interna, ficando à beira (no que toca ao PCP) de uma referência ao risco de um golpe militar. Mas são idiotas, também, porque ignoram o que aconteceu há cerca de trinta anos e que, para contentamento de todos, veio a dar resultado.
A decisão de chamar militares na reserva e outros agentes de autoridade foi tomada em 1986, centrando as operações no que depois foi instituído como Gabinete de Segurança, no Ministério da Educação. O sistema, coordenado por um militar discreto mas eficaz (o agora coronel Jorge Parracho, que comandara a PSP em Macau), deu resultado.
Em 1992 foi assinado um protocolo entre os Ministérios da Educação e da Administração Interna que deu um carácter mais institucional a esta intervenção.
Em 1997, por pura propaganda e por desinteresse do Ministério da Educação, o Gabinete de Segurança foi transformado no Programa Escola Segura e entregue à PSP e à GNR, passando a dispor de carros devidamente pintados (que ainda vêem hoje a circular, usados para todo o serviço).
É possível que tenha melhorado em termos quantitativos mas, em termos qualitativos, não se sabe.
Em todas as suas modalidades, no entanto, o projecto idealizado pelo então major Jorge Parracho, nunca foi contestado. Nem em termos políticos nem em termos de eficácia. As escolas tornaram-se realmente mais seguras. Os sindicatos, sintomaticamente, nunca se fizeram ouvir a este respeito. O modelo, infelizmente, nunca foi avaliado como devia ter sido.
Faltam agora pormenores, sobre a articulação dos militares na reserva que podem ser envolvidos na segurança das escolas com as autoridades policiais e com as autoridades escolares, mas isso não autoriza a transferência de uma medida destinada a garantir a segurança dos alunos e dos professores para a demagogia que cada vez mais habita o quadro político.
É típico dos tempos que correm, onde a racionalidade e a responsabilidade já foram atiradas para o lixo pela "esquerda" tola.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Tinta Ferreira, Hugo Oliveira, Manuel Isaac, a Cabovisão e a Auto Júlio


O presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha já se tinha deixado fotografar aninhado no colo da Cabovisão no verão passado, num cenário de aparência doméstica e em óbvia boa companhia, com um "slogan" que não podia ser mais explícito.
Qual é a leitura que se pode fazer? Não é preciso pensar muito e deixo todas as hipóteses ao estimado leitor.


Verde cor de esperança para o senhor presidente...


Agora, sabe-se lá se para seguir o exemplo do seu chefe, é o vice-presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha que se deixa fotografar, e registar as suas opiniões, sobre um automóvel de uma marca de que é concessionária a empresa Auto Júlio.
 
 
... e vermelho revolucionário para o senhor vice-presidente.
 
O vice-presidente, porém, não se prestou apenas à publicidade visual mas também resolveu elogiar textualmente o veículo (na edição impressa do "Jornal das Caldas" e no seu site): “A viatura é muito confortável e está muito bem equipada. A prestação do motor, embora seja 1500 cavalos, tem força, não faz barulho e tem capacidade de resposta muito imediata”. 
Pode ser uma afirmação ingénua proferida pelo eternamente jovem autarca no calor da emoção automobilística mas não deixa de ser publicidade. Muito objectivamente. 
Se, muito objectivamente, tivemos o presidente a fazer publicidade à Cabovisão, temos agora o vice-presidente a fazer publicidade, também muito objectivamente, a uma empresa que vende automóveis e a uma das marcas que ela representa.
Além de, de igual modo objectivamente, a mulher de um dirigente político local que também deve ter sido convidado a ir dar a sua voltinha. Manuel Isaac, do CDS, o político convidado, fez-se de desentendido e mandou a mulher. Não serve. Ana Isaac não é só Ana Isaac. É "a esposa do deputado e presidente da comissão política distrital de Leiria do CDS-PP, Manuel Isaac", como salienta o "Jornal das Caldas".
Qual é a leitura que se pode fazer? Não é preciso pensar muito e deixo todas as hipóteses ao estimado leitor.

*
 
Neste estranho mundo de silêncio em que parece estar a mergulhar a política caldense (por causa das eleições nacionais, na melhor das hipóteses...) admira, apesar de tudo, o mutismo das oposições, e em especial, dos paladinos da "transparência" e da "luta anti-corrupção", que agora ambicionam pelo palco nacional.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

A destruição do Penedro Furado


Entre a Foz do Arelho e o Nadadouro, em Caldas da Rainha, existe um rochedo conhecido na região como "Penedo Furado", pela concavidade que apresenta.
Será, parece, do período jurássico e talvez tenha qualquer tipo de importância histórica. É, pelo menos, um vestígio do passado e uma visão que atrai a atenção de quem passa.
Podia ser um motivo turístico e estar, até, assinalado como tal. Mas não. É uma pedra grande, à beira da estrada, com o habitual contentor do lixo que a Câmara Municipal de Caldas da Rainha está a transformar em imagem de marca do concelho.


O Penedo Furado com a nova imagem de marca (o contentor de lixo) de Caldas da Rainha



No mês passado desmoronou-se uma parte do Penedo Furado. Houve uma pequena derrocada. O sucedido gerou algum alarme, a Câmara Municipal até se pronunciou.


A destruição bem à vista


Um mês depois está tudo na mesma. Ou pior.
Seria de esperar que as autoridades isolassem o local, que aí sem pusesse qualquer aviso. Não é impossível que o rochedo se desfaça ainda mais. Pode cair alguma coisa em cima de alguém.
As pedras, pela sua consistência e pela variedade dos seus tamanhos, não deixam de ser atraentes para levar para casa (ou para o quintal).
As oposições, como habitualmente, reparam pouco no que se passa fora dos muros da cidade. Ou continuam distraídas com outras coisas, daquelas que só dizem respeito ao interesse pessoal dos seus membros.


Pedras à borla para levar para o jardim


Na "Praça da Fruta", na capital do concelho, enterrou-se o que poderia ser, ou não, que não sabe, património arqueológico significativo e deliberadamente. Aqui deixa-se cair. Talvez deliberadamente, também.
Um monumento destes dá muito trabalho a conservar e este lote de terreno, uma vez desaparecida a pedra, até terá um bom valor de mercado. 

O Reich dos 1000 Anos de Caldas da Rainha

 
O problema do Hospital Termal de Caldas da Rainha parece ter deixado de ser um problema. 
A decisão da Câmara Municipal de ficar com a sua concessão (do hospital e de tudo o resto) resolveu tudo, claro.
Não está fechado o negócio (com o Governo), que parece ter deslumbrado as oposições; não se sabe onde é que a Câmara vai buscar o dinheiro para a coisa (aos nossos bolsos, pelo menos, irá); não se percebe como uma câmara municipal minada pela incompetência o conseguirá fazer). Mas parece que sim. Haverá de novo um hospital termal. A maior parte das pessoas, pelos vistos, parece acreditar nisto.
Talvez na tentativa de ser levado a sério, o PSD caldense que manda na Câmara encomendou a um amigo um estudo futurista, tendo o ano de 2035 como horizonte. Ano que não tem significado por aí além. Podia ser 2045 ou 2055. Ou 3015 até. Na mente de quem teve a ideia, há de ter pesado uma ambição legítima, inspirada num império de mil anos. Melhor: dado o modo como o PSD caldense consegue dominar consciências, fontes de rendimento e influências diversas, aplicar-se-á com maior rigor a noção do "Reich dos 1000 Anos".
Parece que a visão entre o futurista e a ficção científica dos governadores locais foi apresentada no sábado passado. O grupo de vereadores do PS já fez saber que adorou, numa declaração de êxtase quase orgiástico.
Fica-lhes bem esta manifestação de vassalagem, fica. Tal como o silêncio de outros. Depois queixem-se.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Muito gosta esta Câmara Municipal da porcaria! (5)

 
O lixo tem mesmo um lugar cativo no coração da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, como se pode ver por estas fotografias, tiradas hoje à tarde na Avenida 1.º de Maio, no centro da capital do concelho.


Um dos problemas destes maravilhosos contentores de que a Câmara tanto gosta
 é a sua tampa falível.
Ou talvez faça parte da estética.
 
 

O sistema subterrâneo parece não servir para nada.
E o garrafão terá o quê? Urina ou óleo?


O sistema de recolha de lixo subterrâneo (da segunda fotografia) foi instalado quando a avenida esteve em obras e de pouco serviu. De tal modo que, fechando os olhos ao lixo, os seus entusiastas na Câmara resolveram recuperar os jeitosos contentores verdes, de que tanto gostam, que chegaram a instalar numa espécie de "ninho colorido".
O resultado, mais uma vez, está à vista: os contentores têm tampas que podem ficar completamente escancaradas (óptimo para a disseminação do cheiro, da porcaria e das moscas) e há coisas que continuam a ser simplesmente largadas ao lado dos outros contentores.
Se esta Câmara Municipal fosse capaz de perceber que o lixo é uma porcaria e tem de ser adequadamente tratado, não facilitaria a vida a quem também gosta da porcaria (e assim se sente incentivado a fazê-la) e juntaria a fiscalização à pedagogia.
E, já agora, se as oposições fossem um pouco mais atentas estariam, depois de uns balbucios quando o "ninho" foi construído, a verificar se a brilhante solução camarária tem alguma utilidade. Mas devem andar distraídas.
(Já agora: é assim que se faz oposição. Se precisarem, posso explicar com mais pormenores.)

Como a dependência é a perda da inocência dos "independentes"


Como a polémica, relativamente discreta, não terminou (e até há quem me acuse de querer que os "independentes" sejam "submissos"...), é conveniente retomar a minha crítica ao Movimento Viver o Concelho (MVC), a associação de "independentes" que, tendo tido uma boa estreia eleitoral em Setembro de 2013, se arrisca a nem sequer chegar às eleições de 2017.

A saber:
 
1 - O PCP tem uma estrutura partidária em Caldas da Rainha. A capacidade de intervir deste partido devia facilitar a obrigação dos seus militantes de intervirem a nível nacional mas também a nível local.
Ou seja: o PCP é obviamente livre de promover as suas campanhas (o "pacto de agressão", etc) no concelho de Caldas da Rainha as não devia descurar a crítica ao seu "inimigo principal" (a formulação leninista), que é a Câmara Municipal, do PSD. Mas enquanto faz uma coisa não faz a outra. 
O que está a acontecer ao MVC não é muito diferente: a sua intervenção no concelho diminuiu assinalavelmente e essa ausência faz-se tanto mais notar quanto mais aumenta o envolvimento dos seus principais animadores na campanha presidencial de um candidato que, no mínimo, não é consensual.
Eu, como eleitor, não quero o MVC "submisso". Quero é que o MVC que apoiei combata activamente o PSD caldense e tente lutar por uma alternativa em 2017.
Mas se os seus esforços vão para uma campanha presidencial, é natural que não o consigam fazer, mesmo que (ainda) o queiram.
 
2 - O MVC, que nasceu do "nada" político, teve mais de 2000 eleitores que lhe deram o seu voto em 2013. O MVC formou-se para concorrer às eleições locais de 2013 e, penso eu, para prosseguir esse combate e, recebendo o voto dos eleitores para esse efeito, conquistar os órgãos autárquicos.
O voto no MVC não é transferível, no entanto. Até porque, não existindo antes de 2013, o MVC não teve, como não tem, um programa que transcenda o concelho. Os votos que recebeu expressam um mandato claro e não são património do MVC como se pode aceitar que são os votos nos partidos tradicionais.
Nesta perspectiva, o MVC está a levar os votos que recebeu em 2013 para uma candidatura presidencial como se eles fossem coisa sua. E não são.
E os seus animadores podem dizer que o fazem a título individual (embora nada se note, em geral), o certo é que a presidente da associação que é o MVC e que, como dirigente do MVC, foi, e bem, candidata à Câmara Municipal de Caldas da Rainha, intervém na estrutura da campanha presidencial sem deixar de ser dirigente do MVC.
Quem não pode estar de acordo com essa candidatura presidencial (e ninguém é obrigado a apoiá-la, ou estarei enganado?) tem de guardar as distâncias relativamente também ao MVC porque vê agora esse movimento de "independentes" transformado num movimento "dependente" de um candidato presidencial.
 
3 - O candidato presidencial apoiado, objectivamente, pelo MVC pode perder as eleições em Janeiro de 2016.
Sampaio da Nóvoa é um candidato mais forte e com melhores apoios que "pesca" nas mesmas águas. Haverá um candidato à partida também mais forte apoiado pelo PSD e pelo CDS. Só por um milagre (e não divino...) é que esse candidato chegará a Presidente da República.
E essa derrota será uma derrota dos seus apoiantes. Se os seus apoiantes o fazem a título individual, a derrota é deles. Mas se arrastam com eles uma expressão colectiva, a derrota afecta toda a gente.
Ou seja: o nível de comprometimento do MVC fará com que a derrota eleitoral arraste o próprio MVC. Num movimento frágil como este é, será um revés grave para as eleições locais do ano seguinte.
Tendo entrado em alta na política caldense, a derrota do "seu" candidato empurrará para o fundo o MVC e fará com que muitos eleitores de 2013 se interroguem sobre o que fará o MVC ao seu voto depois de 2017.
(E, sendo fácil especular sobre o que poderiam ganhar alguns apoiantes com a vitória do candidato presidencial, nem o quero fazer.)
 
A questão fundamental é esta: os "independentes" tornaram-se dependentes de uma campanha política e, com a perda da sua "inocência" política, correm o risco de se perderem para sempre. 

sábado, 6 de junho de 2015

Recordando a desastrada fusão de freguesias de Caldas da Rainha a propósito do tardio arrependimento de um presidente...


Henrique José Teresa (PSD) é, pela quarta vez, presidente de uma junta de freguesia no concelho de Caldas da Rainha. Durante três mandatos esteve à frente da Junta de Freguesia da Tornada.
Quando, na desgraçada amalgamação de freguesias de 2012, a freguesia urbana da Tornada absorveu a freguesia de Salir do Porto, encostada a São Martinho do Porto e com praia, o pequeno domínio de Henrique Teresa tornou-se maior. Continuou presidente de uma junta de freguesia mais crescidinha e com vista para o mar. 
O problema da fusão das freguesias foi "chutado" para as assembleias de freguesia, no Outono de 2012, pelo então presidente da Câmara Municipal.
Nessa altura, já livre da ameaça de ser extinta, a assembleia de freguesia da Tornada criticou o projecto de fusão mas não insistiu. Recebeu como "presente" a freguesia de Salir do Porto, cuja assembleia de freguesia não foi além de algumas generalidades. Ninguém se importou muito com estas coisas porque o sector dominante no "xadrez" político local tornou-se ainda dominante com a fusão.
Os pormenores estão quase todos aqui e o mapa, em baixo, mostra bem a estupidez que foi a mistura de freguesias urbanas com freguesias rurais (que ficaram votadas ao abandono) por cima de outras freguesias, como foi o caso da inclusão de Serra do Bouro na freguesia de Santo Onofre.





Agora, mais de dois anos e meio depois, o ilustre presidente diz que discorda. À "Gazeta das Caldas" disse: "Creio que esta fusão não foi bem feita." E ainda acrescentou: "Para mim o que fazia sentido era criar-se a Junta de Freguesia Atlântica, que iria agrupar Foz do Arelho, Nadadouro, Serra do Bouro e Salir do Porto. (...) E, já agora, porque não se juntam as duas freguesias da cidade?"
 
Recordemos...
 
A experiência autárquica (que é mais tipo "zona de conforto" do que outra coisa) não gera, só por si, um discernimento acrescido. E o axioma de que "mais vale tarde do que nunca" não é consolo nenhum. O facto de Henrique Teresa vir agora dizer o que era óbvio não joga a seu favor.
Até porque o que ele agora diz já eu disse em Outubro de 2012, ao apresentar o meu modesto contributo para o debate da fusão de freguesias. 
Vale a pena recordá-lo (até para ilustrar o que tem sido a minha intervenção "à distância", antes de outros descobrirem as particularidades da política autárquica):
 
1 - Na zona interior do concelho devem manter-se as oito freguesias actualmente existentes (Salir de Matos, Carvalhal Benfeito, Santa Catarina, Alvorninha e Vidais, São Gregório, A-dos-Francos e Landal);
2 - A cidade de Caldas de Rainha deve ter uma só freguesia, sendo agregadas as freguesias de Santo Onofre e de Nossa Senhora do Pópulo, com uma designação alusiva ao nome da cidade;
3 - Na costa atlântica devem juntar-se as freguesias de Salir do Porto e Serra do Bouro, com uma designação que releve a importância do litoral e com a palavra «atlântico» no nome;
4 - As freguesias da Foz do Arelho e do Nadadouro devem transformar-se numa só, com uma designação que releve a importância da frente balnear oceânica e da Lagoa de Óbidos;
5 - A pequena freguesia do Coto deve ser agregada à freguesia da Tornada.

Como se costuma dizer, relativamente ao presidente do interior que passou a ter vista para o mar, tarde piou. Se foi o primeiro, não deve ter sido o último...

sexta-feira, 5 de junho de 2015

LPM (Grupo Lena): trapalhadas a mais com uma mentira pelo meio



1 - Em 30 de Janeiro deste ano, já lá vão quatro meses, vendi à empresa LPM (Grupo Lena Automóveis), de Caldas da Rainha, um Ford que lhes tinha comprado em 2011 e comprei um Peugeot. Foi o processo tradicional de venda com retoma, com muita papelada e regularização posterior da propriedade dos veículos dentro do prazo de 60 dias que a legislação prevê.
 
2 - No momento houve duas coisas de que não gostei mas que depois se resolveram... ao longo de dois meses em que foi necessário entregar papéis, substituir papéis, reconhecer assinaturas várias vezes. Nunca me tinha acontecido mas ainda levei tudo à conta de alterações neste tipo de processos. E fiquei à espera de ter a informação de que o Ford já estava registado noutro nome e de que o Peugeot já estava em meu nome. Já Março ia no fim quando me foi pedido que fizesse ainda um pagamento, que me tinham dito poder ser necessário nesse dia de Janeiro mas que só me confirmaram quatro três meses depois. Fiz o pagamento em 21 de Março e fiquei à espera.
 
3 - Em 14 de Maio recebo um pedido da LPM para reconhecer ainda uma assinatura (que ficara por reconhecer e que ainda não me tinham pedido), necessária para a mudança de registo do Ford. Ou seja: passados quase quatro meses, o Ford ainda não tinha a sua situação regularizada. E o Peugeot? "Talvez para o fim do mês."
 
4 - Começa assim um pequeno PREC que pode ser cronologicamente descrito deste modo:
 
 
15.05.15 – Verifico que o Ford ainda se encontra registado em meu nome na Autoridade Tributária e confirmo-o no Registo Automóvel. Verifico também nesse dia que, apesar disso, ele já circula desde Fevereiro com um seguro novo. Nos contactos que fiz com a LPM garantem-me que está tudo a ser resolvido e, até, que os documentos do Peugeot devem estar a caminho.

18.05.14 – É-me garantido que o registo do Peugeot está a cargo da Peugeot Portugal e que o registo do Ford Fiesta será feito de imediato, já com o documento de assinatura notarialmente reconhecida (neste mesmo dia). E que o respectivo comprovativo me será enviado até ao final da semana.

21.05.15 – Só neste dia é que é requerida a mudança de titular do Ford sem que nada me seja comunicado, nem nesse dia nem no dia seguinte, dia em que uma das pessoas que, uma semana antes, me garantiu que ia tudo correr bem já nem me atendeu o telefone. 

25.05.15 – No Registo Automóvel confirmam-me o pedido de registo do Ford mas informam-me de que nada consta quanto ao Peugeot. Nesse mesmo dia contacto a Peugeot Portugal de onde, horas depois, me dizem que a LPM lhes transmitiu que fizera o registo do Peugeot no dia 13 de Maio, não o podendo fazer antes porque eu não tinha pago os “120 euros” que ainda faltava pagar. (O tal pagamento feito em 21 de Março...). Neste dia é-me finalmente enviado da LPM o comprovativo da mudança de registo do Ford.

27.05.15 – Tendo presente a informação da LPM de que o registo do Peugeot estava a cargo da Peugeot Portugal peço a esta que o confirme. Respondem-me que é a LPM. É nesse mesmo dia que entra o pedido de registo do Peugeot no Registo Automóvel, segundo informação do Registo Automóvel. (Ou seja: a LPM mentiu à Peugeot Portugal quanto ao registo feito no dia 13; ou a Peugeot Portugal me mentiu ao dar-me essa informação; ou o Registo Automóvel me mentiu.)

29.05.15 – A LPM paga, 48 horas depois de aberto o processo, o registo do Peugeot 2008.
 
30.05.15 – Passam quatro meses (120 dias) desde a entrega do Ford e a compra do Peugeot à LPM.
 
01.06.15 – O Peugeot fica finalmente registado.


É possível que todas estas trapalhadas (que incluíram a mentira da data do registo do Peugeot) sejam fruto de qualquer tipo de desorganização e/ou de incompetência. Ou de um acaso qualquer.
Mas há duas coisas que nisto são certas: uma empresa grande que assim funciona, em representação de outras empresas maiores e internacionais, não oferece a garantia de que a compra de um automóvel seja isenta de problemas para lá de tudo o que seria de esperar; e a vontade de fazer qualquer outro negócio com a LPM (a que já comprei quatro carros desde que para aqui me mudei e que tem o monopólio da representação da Peugeot e de outras marcas no concelho) é zero.
Não me parece que a Peugeot, a Ford e a Kia estejam bem representadas.
 







quinta-feira, 4 de junho de 2015

Quem não é por eles, é contra eles

 
Parece que o MVC está zangado comigo. Falo do Movimento Viver o Concelho, o grupo de independentes que concorreu às eleições municipais de 2013 no concelho de Caldas da Rainha e que eu apoiei por considerar que seria a melhor alternativa ao "status quo" político vigente.
Não gostei de ver os seus principais animadores envolvidos na campanha presidencial de um caudilho demagogo, como se levassem com eles, como propriedade sua, os eleitores de Setembro de 2013, e escrevi-o. Ainda tive de esclarecer melhor a minha posição.
Foi quanto bastou para os mesmos que gostaram do meu apoio (e que até me pediram para intervir publicamente, o que fiz) desatarem a criticar-me, censurando-me, por exemplo, o facto de eu (intervindo até mais vezes e em assuntos bem concretos) o fazer "à distância". Ainda bem que nunca me convidaram para um lugar numa lista porque ainda me arriscaria, pelos vistos, a que me cobrassem a coisa.
Tive sempre o cuidado de lhes dizer que, entre os "independentes", talvez o mais independente fosse, eu porque estive sempre à vontade para dizer o que pensava. Foi o que fiz e agora há quem não goste.
Quando nesta altura assumem a posição de que quem não é por eles (e pelo demagogo que tanto os excita) é contra eles, só mostram que são iguais a todos os outros.
Apesar de tudo, tenho pena. Deles.

Não há quem (se) explique...

 
Deve existir uma explicação qualquer para as revolucionárias criaturas que rasgam as vestes contra os salários dos gestores das grandes empresas, dos banqueiros e dos "políticos", e contra a "concentração da riqueza" e o "empobrecimento", se manterem sempre caladinhas perante os salários milionários dos que são habilidosos na profissão do pontapé na bola.

Criminosos de outra maneira




"Desapareceu", "perdeu-se", "gosta de sair para ir dar uns passeios", "mas o jardim até está fechado"... É grotesco ver como se sucedem os anúncios e os apelos de "cães" desaparecidos.
Toda a gente garante que ele não tem maneira de sair mas que se deve ter assustado com os foguetes (dentro de casa?!), que volta sempre dos seus passeios (sozinho?!).
Mas depois não volta. O certo é que é mais um cão ao abandono. Ou noutras mãos. Ou morto. Ou estropiado.
Um acidente na estrada, um cheiro mais interessante, uma desorientação ou outro cão são tudo factores que afastam os cães do seu ambiente, ou do ambiente em que se achem confortáveis (e nem todos os ambientes o são). Ou então é alguém que o leva porque o vê abandonado e até o faz com boas intenções. Ou porque o faz com desígnios muito mais sinistros.
Na maior parte dos casos, a explicação para estes "desaparecimentos" é a mais simples e a mais estúpida de todos: eles que andem à solta, que acabam sempre por voltar. No fundo é gente comprovadamente imbecil e ignorante que até pode ficar triste com o "desaparecimento" ou, se calhar, limitar-se a chorar lágrimas de crocodilo, talvez satisfeita por se ter visto livre do cão de que já estava farta.
O crime de maus-tratos a animais, mais simbólico do que eficaz, também devia estender-se a gente desta, que não tem maturidade intelectual para tratar de outros seres vivos.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Tarda a Boa Nova

 
Tarda a Boa Nova por parte dos apóstolos do caudilho messiânico Paulo de Morais (o "de" é fundamental porque Morais há muitos e Paulos são mais do que as mães): se ele for eleito Presidente da República, vai demitir todos os presidentes das Câmaras Municipais que não acertam uma e que andam de cama e pucarinho com os interesses mais ocultos de todos.
Dava jeito, à falta de melhor...



terça-feira, 2 de junho de 2015

Os equivocados

 
Há, entre os "independentes" saídos das eleições autárquicas de 2013, quem pense (e muito de acordo com o princípio de que "quem não está connosco está contra nós") que a crítica que lhes é feita de se envolverem demais na política nacional se deve a qualquer rejeição da sua participação à dimensão nacional. 
Essa rejeição, no entanto, até seria um erro histórico porque qualquer partido (sobrevivente, triunfante ou perdido) começa por ser, em geral, um grupo de cidadãos formalmente "independentes".
O que porém está em causa na tentação "nacional" dos "independentes" é o desvio de esforços e de tempo para projectos que estão completamente fora do objectivo principal que os levou à luta política local e do compromisso com o eleitorado que lhes deu o destaque que lhes permite alcandorar-se ao que julgam não ser apenas "carne para canhão" de projectos de poder pessoal.
Os "independentes" podem gozar os seus tempos livres como quiserem.
Leiam livros, dediquem-se à jardinagem, cocem-se, sonhem com um "remake", ou vários, do PRD eanista em 2017. Façam o que quiserem. Mas, na sua actividade política, têm de dedicar-se por inteiro ao cumprimento do "contrato" com os seus eleitores. A nível local.
Qualquer outra opção é, para não dizer pior, um equívoco pessoal e uma manifestação de desinteresse por quem lhes deu o voto em 2013.