segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A "jihad" contra os juízes do partido que quer ser governo

Primeiro foi o "pai fundador" Mário Soares ("uma infâmia"), depois um ex-ministro (Silva Pereira, a prestar jura de "inocência"), agora um presidente de câmara: Guilherme Pinto foi de Matosinhos ao Estabelecimento Prisional de Évora garantir também que o ex-primeiro-ministro Sócrates está "inocente" e que "os que o mantêm preso" são "cobardes". Ou seja: o juiz de instrução que, de acordo com a Constituição e o edifício jurídico do Estado, determinou a prisão preventiva do arguido José Sócrates.
E haverá mais, certamente. Uns por legítima amizade, outros para serem vistos (nunca se sabe, as coisas às vezes alteram-se), outros para terem uns minutos de fama nas televisões, outros ainda por conveniência muito própria...
Vamos, com toda a probabilidade, ter o PS inteiro a desfilar pela cadeia de Évora, numa verdadeira guerra santa contra o poder judicial, protestando, desafiando, manifestando-se.
Que um partido marginal o faça (ainda se lembram das campanhas do MRPP a favor dos seus "presos políticos" já depois do 25 de Abril?), é natural. 
Mas que o faça um partido que já foi governo e que quer ser outra vez, que tantos Presidentes, primeiros-ministros, ministros e secretários de Estado (e outros) deu ao mundo é que se torna, no mínimo, estranho.
Se o PS não gosta do poder judicial no "caso Sócrates", o que nos garante que, apossando-se do Governo, não o queira manipular e controlar e, até, vingar-se da "infâmia"?

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