sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A gazeta do conúbio


As obras na Praça da Fruta de Caldas da Rainha deviam estar prontas no final deste mês (Setembro), data que já representava um atraso significativo relativamente ao previsto (Junho). Estarão prontas no fim de Outubro.
O faraónico parque de estacionamento subterrâneo devia estar pronto no final de Outubro. Não está, será só em Novembro.
O conjunto de obras municipais que transformou a cidade em estaleiro começou antes do Verão de 2013. Devia estar tudo acabado até 31 de Dezembro deste ano. Não está. Vai tudo até 31 de Março de 2015.
O presidente da Câmara Municipal invoca a chuva com o mesmo fervor com que os antigos olhavam para o céu e viam manifestações divinas nos fenómenos meteorológicos.
Este presidente de câmara é uma desgraçada vítima das intempéries e dessa coisa misteriosa que é a chuva. Só pode.
Deve ser por isso que a "Gazeta das Caldas", que dá sempre a notícia dos sucessivos atrasos com a solenidade de uma mensagem de Natal do Chefe do Estado, não critica o faraó caldense. Só pode.
Porque, na mesma página em que dá notícia (mais uma vez) destes novos atrasos, a "Gazeta" critica, com a fúria de quem não acredita que há vozes que não chegam ao céu, dois ministros.
Pelas coisas que terão feito e que provocaram, nas suas áreas de competência, aquilo a que se chama... atrasos.
O conúbio entre o presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha e a "Gazeta das Caldas" há de ter um motivo que transcende, decerto, a amizade (coisa complexa na política), uma identidade de confissão ou de profissão de fé ou uma convergência de interesses económicos.
Só pode.
Porque é tão óbvio, tão descaradamente óbvio, que eu, como leitor e assinante do periódico (e com todo o respeito profissional pelos jornalistas profissionais que nele trabalham), até me sinto às vezes embaraçado quando vejo isto...





Fenómenos da natureza?
 

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