sábado, 6 de julho de 2013

Então a CGTP já tem medo do calor?

Quando o ex-ministro das Finanças se referiu a um retrocesso no investimento na construção civil devido às condições meteorológicas caíram o Carmo e a Trindade e um deputado do BE brandiu o Borda d'Água no Parlamento como argumento político.
Mas hoje a decisão da GCTP de cancelar uma manifestação em Lisboa por causa do calor é recebida com um silêncio respeitoso, venerador e obrigado.
O calor que está não é uma novidade meteorológica nem um fenómeno da natureza.
Existe, faz parte da época, desaparecerá no seu tempo. E já houve muitos verões meteorologicamente quentes em que não se cancelaram comícios, manifestações ou outras acções de protesto. O que é natural - então a acção política submete-se à meteorologia? Alguma foi a Festa do "Avante!" cancelada por causa do calor?!
Portanto, a manifestação ter sido cancelada por causa do que as televisões e os jornais não mostraram na mais recente greve geral: as pessoas foram para a praia nesse dia.
E hoje, neste sábado, não haveria decerto muita gente disposta a trocar a praia, ou ambientes mais frescos, por uma manifestação em Lisboa. Portanto, a manifestação - a enésima manifestação de protesto contra este governo - seria um fracasso. O que também seria natural.
A "esquerda" não sabe inovar, nisto como noutras coisas. Se soubesse, arranjaria alternativas para manter protestos no dia de hoje contra o negregado governo. Nas praias, nos campos e nas ruas.
Desta maneira, por exemplo:





Ou desta:



Ou como já aconteceu numa greve geral:




Admito que seria horrível ver Arménio Carlos, Jerónimo de Sousa, Mário Nogueira ou outros protestantes nestes preparos. Mas com tanta gente que a CGTP se gaba de ter a aderir às suas iniciativas haveria decerto muitos outros motivos de satisfação... 


Uma nota de actualização às 13h35 de domingo, dia 7 - O "Público" ainda tinha de manhã uma notícia sobre o fracasso (centenas de pessoas...) da concentração que substituiu a manifestação que a CGTP teve medo de fazer. Às 13h30, a notícia tinha desaparecido. É mais significativa a ausência de notícias sobre aquilo que sobrou da manifestação do que a notícia de que ela se limitou a ter "centenas de pessoas"...

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