sexta-feira, 19 de abril de 2013

A estúpida ditadura "politicamente correcta" dos ciclistas

Nada há que justifique esta estupidez, se isto for verdade, senão o propósito de transformar qualquer bípede com uma bicicleta em rei da estrada.
Ou, se os proponentes fossem inteligentes, talvez a preocupação subreptícia de favorecer bate-chapas e seguradoras com os acidentes que estas medidas poderão fazer aumentar.
Com este disparate que só podia sair das cabeças "politicamente correctas" do BE e da secção "verde" do PCP, quem conduz (nas estradas que para isso foram feitas), veículos a motor que ocupam mais espaço e que têm maior potência passa a ter de subordinar as suas opções de mobilidade, muitas vezes decididas ao momento, ao capricho dos ciclistas.
E estes, com frequência, já se achavam e acham no direito de ocuparem lado a lado as faixas de rodagem em manadas, pondo a máscara da ecologia quando lhes dá jeito e mantendo uma despreocupação militante relativamente ao emporcalhamento do ambiente, quando mais ninguém está a ver ou se reúnem em bandos organizados.
O lugar dos ciclistas não é nas faixas de rodagem concebidas para os veículos motorizados com quatro rodas e mais (e para as motas) mas em vias específicas e bem seguras que o poder público e autárquico infelizmente não estão para construir e que os interessados nem reivindicam, tal como o lugar dos veículos motorizados com quatro rodas e mais  (e das motas) não é nos passeios, nas passagens de peões e nas vias concebidas para os ciclistas.
Inverter isto é estúpido, é pura e simplesmente estúpido.
E é também, e cada vez mais, a ditadura do "politicamente correcto" em excesso de velocidade, com a generalidade dos políticos de cócoras, contrariando as mais naturais convenções sociais e mecânicas e tornando-se cada vez mais perigosa.
 

31 comentários:

Anónimo disse...

Este comentário só pode vir de um fascista...

Anónimo disse...

"(...)faixas de rodagem concebidas para os veículos de quatro rodas (e para as motas)(...)" e os veículos com mais de 4 rodas não têm direito a circular nas SUAS faixas de rodagem?

Pedro Garcia Rosado disse...

A correcção está feita - refiro-me, evidentemente, aos veículos motorizados com quatro rodas e mais e às motas.

Pedro Garcia Rosado disse...

Lamento desiludir o anónimo leitor mas não sou fascista.
Se nisto há alguém que é fascista são os ciclistas que querem estupidamente impor-se aos veículos motorizados de quatro rodas e mais e às motas, como vejo com frequência, insultando as pessoas que, nos veículos motorizados, sabem que têm prioridade nas faixas de rodagem.

Anónimo disse...

É que você nem informado está. Houve não só propostas do BE e do PEV como também do governo da maioria PSD/CDS-PP. Felizmente em Assembleia da República houve amplo consenso sobre o assunto.

http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?BID=37564

Anónimo disse...

Já agora recomendo a leitura do código da estrada. Vai ficar espantado em saber que as bicicletas são veículos e que por isso têm tanto direito a circular lá como os "os veículos motorizados com quatro rodas e mais".

Pedro Garcia Rosado disse...

"Lá" onde? Pelo meio do trânsito, impondo manobras perigosas aos automobilistas, circulando uns ao lado dos outros e obrigando os automobilistas a desviarem-se, por vezes com perigo da própria vida, para não os atropelar? A realidade é esta e os ciclistas que sejam conscientes não o deviam fazer. Mas fazem-no e insultam os automobilistas.
É isto que o senhor anónimo defende?

Pedro Garcia Rosado disse...

Quando toca a sineta do "politicamente correcto", alinham todos no mesmo, para não perderem votos. O "amplo consenso" não abona a favor de deputado nenhum.

Anónimo disse...

Lá, na estrada como é óbvio. As bicicletas são veículos, têm de andar na estrada. As bicicletas são trânsito.

Quem o lê até fica com ideia de que os acidentes de automobilistas envolvendo ciclistas são um grande flagelo social.
Tem dados estatísticos que suportem o que diz? Conhece um único caso de condutores que tenham perdido a vida em acidentes envolvendo ciclistas?

Anónimo disse...

Pois claro, eles estão todos mal, Juntamente com os restantes países europeus, você é que deve estar certo.

Cristóvão Morgado disse...

Caro Pedro, bicicletas a circular em estradas é algo que não é de hoje, nem sequer algo que o 25 de abril nos tenha dado.

O País TODO sempre o fez, não é uma moda populista como quer fazer parecer.

Eu já tenho 40anos de vida. E durante a minha adolescência deslocava-me para a escola de bicicleta pois... não havia autocarro a passar na minha aldeia e também não vim de um berço de ouro para ter motorista , pai ou mãe a levar-me de carro .
Com o que defende eu não poderia deslocar me para escola ... é isso que defende? Que quem anda de bicicleta fique fechado em casa ou circunscrito a ciclovias que apenas aparecem nos últimos 10anos? E que não formam uma rede efetiva de utilização.

O que defende é só por si um atentado à inteligência de qualquer cidadão ..

Que se queixe da atitude de alguns ciclistas aceito, pois eu como utlizador de motos posso dizer o mesmo de muitos automobilistas de demonstram a sua inteligência.

Enfim ...

Dario Silva disse...

O autor do texto parece (e pode ser impressão minha) gostar de um país periférico que multiplicou por oito, entre 1978 e 2008, o número de automóveis nas estradas. E que tem quase 3.000 km de estradas concessionadas, mais do que a quilometragem de vias férreas. Caso único na Europa.
Ou gostar de um país que perdeu 40% do seu tráfego de passageiros em caminho de ferro, à medida que toda a Europa continua a subir, a subir. E onde pode levar a bicicleta nos transportes públicos é cada vez mais trivial.

Quanto às vias dedicadas, a Holanda tem vindo a fazê-lo desde os anos 70. Nós estamos a sair de quase 30 anos de subsídios para construir estradas mais e mais velozes. Há pouco a fazer nesse aspecto. Ou muito: repensar o futuro.

Repensar o futuro porque não conheço nenhum país rico ou próspero que a) não tenha petróleo e b) não tenho apostado numa mobilidade inteligente. E a bicicleta faz parte. Até em África sabem isso.

ds.
http://bicicletacomboio.wordpress.com/

Nuno disse...

Fico contente com este tipo de textos, que só aparecem quando algo está a mudar para melhor.

E por melhor digo dependermos menos do automóvel, da catástrofe económica que representa o seu suporte energético e infra-estrutural; da catástrofe humana que são as centenas de mortos nas estradas; da catástrofe de saúde pública que é a perda de qualidade de ar e de espaço nas cidades.

O que entende como "politicamente correcto", PGR, é a dimensão do seu crescente isolamento num paradigma anacrónico de como as pessoas vivem as cidades.

Boa noite e guie com cuidado

Rantanplan disse...

Eu nunca insultei ninguém, mas já ouvi mais que uma vez um rei da estrada montado numa tonelada de metal abrir a janela para vociferar: "isso não é uma mota, ó otário, vai para o passeio!"
Não queira saber a paciência de santo que é necessário ter para aguentar com a arrogância,os insultos e as manobras perigosas de quem acha que as bicicletas não podem andar na rua. Mas claro, quando cultivamos um ódio, que é visivelmente o seu caso, somos cegos. É que, sabe, eu também conduzo carros e sou peão, e tento respeitar toda a gente.
E já agora tente verificar o que dizem códigos de estrada (o nosso, é falso que os veículos motorizados tenham sempre prioridade como há quem esteja convencido) e outros por essa Europa fora.
E não venha com o "politicamente correcto", que é um peditório para o qual não dou

Pedro Garcia Rosado disse...

Não devem é ter prioridade. É tão simples como isso.

Pedro Garcia Rosado disse...

Vejo, com frequência, como na estrada nós - os automobilistas - nos temos de desviar, por vezes em situações de risco e chegando à faixa contrária, para contornar as manadas de ciclistas que foram duas e três filas lado a lado, sem se desviarem, insultando - repito: insultando - os automobilistas que, buzinando, poderão querer indicar que os vão ultrapassar ou, apenas, protestar contra esse comportamento anti-social.

Pedro Garcia Rosado disse...

Eu não tenho nada contra os ciclistas, desde que não afrontem os outros, nem queiram impor-se como únicos detentores da justeza e da verdade.
Quando o fazem - e eu vejo-o com frequência - é que estão, eles, a cometer um atentado contra a inteligência... e contra a segurança.

Pedro Garcia Rosado disse...

Exactamente: "Não queira saber a paciência de santo que é necessário ter para aguentar com a arrogância,os insultos e as manobras perigosas..." dos ciclistas que se julgam os ecologistas-mor (quando não andam a espalhar fitas de plástico pela paisagem, que depois não recolhem)e que querem dominar as estradas porque eles é que defendem o ambiente e os outros são todos uns malandros...

Anónimo disse...

Quem está dentro de um carro sente-se protegido para poder insultar e pensar que a estrada é só dos carros.

Concordo que os ciclistas devem ser civilizados, mas enquanto condutor também sei o cuidado que se deve ter com TODOS os veículos na estrada, e nas escolas de condução ensinam uma coisa chamada "condução defensiva", coisa que a maior parte dos condutores na minha opinão não fazem!

De qualquer forma, já ando de bicicleta na estrada para o trabalho em Lisboa há quase 20 anos, e aguentando muitos destes insultos lá vou conseguindo continuar, e sinceramente até me dão mais força, a estratégia que adquiri é colocar um sorriso e dizer adeus com a mão, é uma arma muito eficaz que desarma quem me insulta/buzina.

Finalmente, os automóveis mal estacionados/no passeio, excesso de velocidade, automóveis que passam sinais vermelhos, ultrapassagens em pontes e todas as infracções que se vêem em larga quantidade no nosso país, não é condenável? o ter aqueles tipos nas bicicletas a ocupar o meu espaço na estrada é mais incómodo? (estranho é que consigo chegar, grande parte das vezes, mais rápido do que um carro, infelizmente os engarrafamentos são fruto de pensamentos comuns ao do PGR).

Pedro Garcia Rosado disse...

Nuno - Conhece como vivem as pessoas nas cidades mas não no interior do País, suponho.

Dario Silva - Não, não gosto do país de autoestradas que eliminou a via férrea e que, só por isso, fez aumentar os preços dos bens de consumo ao longo dos anos devido à predominância dos transportes rodoviários; nem do país de autoestradas onde ninguém circula e onde se enterraram milhões de euros.
´
O transporte ferroviário é útil mas nesta altura talvez seja difícil recuperá-lo, ou reerguê-lo, para transporte de passageiros.
Os meios de transporte não poluentes são úteis mas requerem condições e vias específicas.
O que deve ser mudado, ou adaptado, são as infra-estruturas e não as prioridades nas vias de circulação construídas especificamente para o transporte rodoviário de pessoas e bens.

Pedro Garcia Rosado disse...

Não digo isso - só digo que as decisões "politicamente correctas" para ganhar votos de determinados sectores minoritários não podem sobrepor-se às decisões correctas, consensuais e adaptadas à sociedade humana.

Dario Silva disse...

PGR, o transporte ferroviário é útil e, se não for possível recuperá-lo* para o transporte de passageiros equivale a dizer que não sairemos da cepa torta. Gastamos demasiado com a mobilidade e a i-mobilidade custa-nos ainda mais cara. Só há uma saída.

* ou elevá-lo a um patamar de inequívoco prestígio, de que usufruiu em décadas anteriores.

De resto, não creio que o problema seja das bicicletas ou dos ciclistas mas sim dos automóveis e dos automobilistas. Assim de repente, não deve haver uma dúzia de automobilistas presos por homicídio na estrada quando 95% dos acidentes são directamente imputáveis às pessoas atrás do volante.

Anónimo disse...

As suas generalizações são tacanhas e ignorantes. Se fizéssemos o mesmo tipo de generalização em relação ao motoristas cada vez que circulam acima dos 50 Km/h dentro das localidades, cada vez que não cedem passagem a um peão, enfim o Pedro teria muito por quem responder... Foram só cerca de 40 milhões de mortos desde que o primeiro motorista saiu à rua. Imagine se tivesse que responder por todos os motoristas...

Morcego Platónico disse...

Caro Pedro,

Da próxima vez que decidir escrever - neste caso 'bater' - na mobilidade em geral ou no ciclismo em particular, informe-se como um sensato jornalista deve fazer, pois escrever do que não sabe fica-lhe tão mal, assim como escrever por escrever não acrescenta nada de produtivo ao debate em questão. O seu texto evidencia falta de conhecimento e algum ódio sobre o assunto, que chega a ser confrangedor!!! E quando voltar a escrever sobre este ou outros assuntos faça-o com elevação! Não insulte nem adjective as pessoas de gado!!!

Mas focando-nos na 'pura e simples estupidez' conforme titulou o seu artigo, então atente bem naquilo que escreveu.

"...senão o propósito de transformar qualquer bípede com uma bicicleta em rei da estrada.", está enganado, porque os únicos reis da estrada são e serão os automobilistas, que o provam diariamente.

"...favorecer bate-chapas e seguradoras com os acidentes que estas medidas poderão fazer aumentar." Está enganado outra vez, pois as alterações ao CE são precisamente para evitar mais acidentes e defender os mais desprotegidos, onde se incluem peões e ciclistas.

"... disparate que só podia sair das cabeças "politicamente correctas" do BE e da secção "verde" do PCP", engana-se outra vez e demonstra bem os seus ódios mesquinhos.

"... quem conduz (nas estradas que para isso foram feitas), veículos a motor que ocupam mais espaço e que têm maior potência passa a ter de subordinar as suas opções de mobilidade, muitas vezes decididas ao momento, ao capricho dos ciclistas." Esta então é demais... as estradas foram feitas também para veículos sem motor [ver CE]. Se não se quer subordinar e não tem capacidades para conduzir um carro ande de bicicleta e vai ver que a sua cabeça fica bem mais desempoeirada!

"... já se achavam e acham no direito de ocuparem lado a lado as faixas de rodagem em manadas, pondo a máscara da ecologia quando lhes dá jeito e mantendo uma despreocupação militante relativamente ao emporcalhamento do ambiente, .... reúnem em bandos organizados." Sabe tão bem quanto eu que não é bom generalizar, pois corre-se o risco de cair no erro. Há muitos bons escritores e tradutores! Se eu generalizasse então podia compará-lo ao tradutor do google ou mesmo às traduções/legendagens de algumas séries da tv. E ambos sabemos que não é assim. Acertou mais uma vez no 'bando' ao lado!!!

"... não é nas faixas de rodagem concebidas para os veículos motorizados com quatro rodas e mais (e para as motas)... " Mais uma vez está errado....

"... o poder público e autárquico infelizmente não estão para construir e que os interessados nem reivindicam..." Anda distraído - apesar de não serem suficientes, muitas ciclovias foram construídas e mais estão a ser construídas, graças às reivindicações, petições, encontros, etc, dos interessados!

"... tal como o lugar dos veículos motorizados com quatro rodas e mais (e das motas) não é nos passeios, nas passagens de peões e nas vias concebidas para os ciclistas." A verdade de La Palisse! Nesta acertou em cheio!!!

"... contrariando as mais naturais convenções sociais e mecânicas e tornando-se cada vez mais perigosa." O quê!? Onde é que isso está convencionado? Posso estar enganado, pois sou humano e erro, mas assim de repente não me lembro!

Enfim, mais podia escrever sobre o seu artigo, mas julgo que não iria gostar, conforme evidenciou, de forma pouco salutar no seu texto.

Por último, e para terminar, se não estiver na disposição de publicar o meu comentário esteja à vontade!!!

Pedro Garcia Rosado disse...

O seu comentário, caro Morcego, está publicado.

Pedro Garcia Rosado disse...

"Quem está dentro de um carro sente-se protegido para poder insultar e pensar que a estrada é só dos carros." - Não generalize, muitos ciclistas fazem o mesmo, sobretudo em grupo.

"Finalmente, os automóveis mal estacionados/no passeio, excesso de velocidade, automóveis que passam sinais vermelhos, ultrapassagens em pontes e todas as infracções que se vêem em larga quantidade no nosso país, não é condenável?" - Completamente condenável, também.

Anónimo disse...

Era porreiro vê-lo a debater as questões que este e outros comentários lhe colocaram...

Pedro Garcia Rosado disse...

Se reparar bem, tenho debatido.

E, já agora, não faço traduções de séries de televisão.

Anónimo disse...

Infelizmente não percebeu. O ponto não era se você apoiaria ou não comportamentos anti-sociais de alguns motoristas. O ponto é que, tal como não seria justo por todos os motoristas no mesmo saco, você não deve meter todos os ciclistas no mesmo saco. As generalizações são ignorantes e tacanhas. São a genese do perconceito, do racismo, da xenefofia. E isto não é um insulto - comentei as generalizações que faz, não a sua pessoa ou a sua personalidade. Tenho a certeza que como escritor e tradutor perceberá a diferença.

Pedro Garcia Rosado disse...

Não pensei que fosse necessário ter de dizer - perante este e outros comentários (não publicados por serem insultuosos...) a "tacanhos" e "ignorantes" que condeno e não imito quem anda acima dos 50 km/h dentro das localidades nem os que não cedem passagem aos peões (mesmo quando os peões se atiram para as passadeiras, quase sem darem tempo aos automobilistas de travarem) nem os que estacionam em cima dos passeios. E já sofri a morte estúpida e criminosa de um amigo meu às mãos (no volante) de um jovem que, infelizmente, não foi obrigado a responder pelo crime que cometeu.

Da parte dos ciclistas, e tenho-os visto às dezenas por aqui, o mais que vejo é o comportamento anti-social que critico, critiquei e criticarei.

(E não se escreve "perconceito" mas "preconceito". Penso que "xenofofia" será lapso, talvez?)

Morcego Platónico disse...

eu sei mt bem que não faz traduções de séries de televisão! eu escrevi é que 'poderia' compará-lo às séries, ou seja, se eu generalizasse! o que eu não fiz! falta de rigor ou atenção mais uma vez!