quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Os e-books e o dedo no buraco

 
A aparente relutância dos editores portugueses perante os e-books faz-me lembrar a imagem tradicional de quem tenta travar a derrocada de um dique com o dedo que enfia no buraco de onde está a começar a sair um fio de água.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Recomendo!



Fragata dos Números, de Jorge Barja - Uma empresa de contabilidade competente e responsável que tenho todo o gosto em recomendar.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Eleições antecipadas? Um favor que a CGTP faz ao PS



Eles querem eleições antecipadas (© "Expresso",Tiago Miranda)
O secretário-geral da CGTP, que associa a actividade de manifestante profissional à de membro do Comité Central do PCP, exigiu hoje a realização de eleições antecipadas em mais uma das suas manifestações diante do Parlamento.
Sendo certo que ao PS não convém fazer essa exigência mas que ganharia as eleições (com o que muito lucraria o seu secretário-geral, António José Seguro, que ficaria desse modo a salvo da concorrência de António Costa), seria interessante saber o que estará o PS disposto a pagar à CGTP pelo favor.
Ou será que já foi feito algum pré-pagamento?

Um retrato da ficção televisiva portuguesa feito por Pedro Correia

No blogue Delito de Opinião, Pedro Correia faz em Telenovelas portuguesas revisitadas em dez andamentos (e um grande sofá) um retrato rigoroso e divertido da ficção televisiva portuguesa, que explica bem a pobreza e a incapacidade crónica do audiovisual nacional.
 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

"Zoo", de James Patterson: terror ecológico à espera de um filme


James Patterson, o mais bem sucedido autor de "thrillers", de histórias de aventuras para "jovens adultos" e de alguns romances para os mais crescidos e que é considerado uma verdadeira indústria de um só homem, tem uma história mal-amada - "Zoo" - que escreveu com a colaboração de Michael Ledwidge, um dos vários autores que trabalham com ele.
"Zoo" é uma aventura no domínio da ficção científica em que os animais, por todo o mundo, começam a revoltar-se contra os humanos. Não de uma maneira organizada mas, simplesmente, selvagem, movidos por uma fúria que já não é apenas a do predador. Leões, cães, gorilas, ratos, esquilos... tornam-se todos predadores da raça humana. E porquê? Bem, a explicação fica para o fim, no meio de um verdadeiro estado de sítio apocalíptico.
Possivelmente devido ao tema, teve outros leitores além dos milhões de seguidores de Patterson e isso permitiu o aparecimento de mais críticas desfavoráveis.
Mas a história, verdadeiramente, não merece muitas delas e será de esperar que a editora Topseller, que está a lançar as obras de Patterson no nosso país, não se acanhe e publique também este livro.
"Zoo" está escrito como um filme "série B", com uma narrativa que passa por cima de dificuldades de percurso, sem pontos mortos.
É, à sua maneira, um exemplo divertido do que pode ser a vertente mais popular deste tipo de literatura e exige, muito obviamente, um filme, um filme-catástrofe cheio de animais em fúria, com um bom número de efeitos especiais e 3D.
Nos anos setenta, houve filmes deste género, feitos com alguma imaginação e orçamentos reduzidos, num estilo de terror ecológico que depois se esgotou e o lendário "Piranha", de Joe Dante e Roger Corman (1978) é o filme mais emblemático de todos eles.
"Zoo" pode ser a base para um regresso a esse tipo de cinema e talvez James Patterson consiga ter mais sorte com esta obra relativamente ao cinema do que já teve com outras.

domingo, 25 de novembro de 2012

Imprensa fast food


1 - Num dia vejo no "i" que os "hamburgers" são agora uma moda em Lisboa (estão bem uns para os outros...). Dois dias depois, o "Sol" conta o mesmo e não passa um dia que o "Expresso" não replique o incensamento das sanduíches de carne picada.
Na quinta-feira, a "Sábado" publica pormenores da biografia autorizada de Marcelo Rebelo de Sousa. Na sexta-feira, o "Sol" faz o mesmo. No sábado, o "Expresso" também.
 
2 - Nas sempre criativas listas de Natal, o "Sol" prefere sugerir jogos de vídeo a filmes. No "Expresso" não há lugar a jogos de vídeo mas nos filmes e nos livros predomina o snobismo e aflora o amiguismo.
 
Depois admiram-se por a imprensa escrita estar em declínio.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Amanhã no Porto: "O Homem Que Trazia Instruções e Outras Estórias", de Beatriz Pacheco Pereira






O terceiro livro de contos de Beatriz Pacheco Pereira que, além de directora do Festival Internacional de Cinema do Porto/Fantasporto, é escritora e artista plástica.

"O Acordo Ortográfico não resolve dificuldades da língua entre Portugal e o Brasil"

"As diferenças na língua [entre o Brasil e Portugal] não são decerto um obstáculo inultrapassável e, já agora, também não acredito que o Acordo Ortográfico resolva as dificuldades que existem. Penso que os autores portugueses serão, relativamente ao Brasil, como autores estrangeiros, de outro país, que escrevem sobre realidades que os leitores brasileiros identificarão com facilidade e que terão interesse em conhecer."
É este o destaque que o jornal on line luso-brasileiro Portugal Digital faz de uma pequena entrevista que concedi e que pode ser lida na íntegra aqui.

A loucura do restaurador

 
Duvido muito seriamente de que atitudes desta natureza sejam benéficas para os empresários e para o sector da restauração.
Por um lado, e independentemente do benefício fiscal dos 5 por cento do IVA (o valor é pequeno mas dá tudo jeito, não é?), a imagem dos cafés e restaurantes como cumpridores rigorosos das obrigações fiscais não é a melhor.
Mesmo que a factura do café ao balcão ou da refeição, em vez do irritante papel que "não serve de factura", sejam inúteis para o consumidor, torna-se difícil de aceitar a relutância do sector em emiti-la.
E aí já há um elemento de discriminação: por que carga de água é que se tem aceite como bom o tal papel que "não serve de factura" quando noutras actividades isso é impossível?!
Por outro lado, a "ameaça" do preço com o IVA em separado nas ementas é uma espécie de atestado de imbecilidade passado à grande maioria dos clientes. Pois não sabemos todo que o preço de cada coisa tem lá dentro o IVA?!

Escrevi aqui sobre a falsa questão que é o IVA da restauração.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Porque não gosto dos CTT (29): a tempo e horas não é lá muito com eles

Hoje, dia 22 de Novembro, caiu-me na caixa do correio a seguinte correspondência:
 
- um extracto de movimentos da Via Verde de 31 de Outubro (há 22 dias)
- uma factura da TMN de 3 de Novembro (19 dias)
- um aviso de débito em conta dos Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha de 12 de Novembro (10 dias)
- um aviso de débito em conta da TMN de 12 de Novembro (10 dias)
- uma factura da Endesa de 13 de Novembro (9 dias)
- uma carta da DECO metida no correio em 16 de Novembro (6 dias)
- um aviso de débito em conta para 20 de Novembro de uma empresa do grupo CGD (sem data)
 
Tudo a tempo e horas, não é?

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A falsa questão do IVA da restauração

Qualquer empresa ou pessoa que seja sujeito passivo de IVA tem de entregar ao Estado o IVA que recebe dos seus clientes numa percentagem que acresce ao preço dos bens e/ou serviços que vende.
Se vendeu menos, tem menos IVA a entregar. Se vendeu mais tem mais IVA a entregar.
Além disso, pode deduzir no IVA que vai entregar o IVA que suportou nas despesas a que esteve obrigada para obter receitas na sua actividade. Tem é de saber, nas contas que faz das suas receitas, qual é o valor do IVA que aí está.
Este princípio aplica-se ao sector da restauração, quer cobre 13% ou 23% de IVA, como a todos os outros.
Um café ou um restaurante tem de entregar ao Estado o IVA que cobra, trimestralmente ou mensalmente, depois de aplicadas as deduções a que tem direito. E tem de saber qual é o valor de IVA que contém a receita que obtém, pelo menos trimestralmente ou mensalmente.
Em princípio, todas as empresas, ou empresários em nome individual, deste sector devem ter contabilidade organizada. E os papéis que emitem, facturas ou outros sem valor contabilístico (mas que devem ficar registados, não?), têm de indicar o valor de IVA relativo a cada venda. Quer se trate de um café ao balção ou de uma refeição à mesa.
O sector da restauração há-de ter, como todos, sofrido com a crise orçamental e com a restrição do consumo. Perdeu certamente clientes. Muitas casas, pelos mais variados motivos (mesmo subjectivos), não conseguiram sobreviver.
Mas todos os gerentes dos estabelecimentos do sector têm de saber (ou, pelo menos, sabê-lo-ão os técnicos oficiais de conta que lhes dão apoio) que o IVA é para ser entregue ao Estado, seja qual for o seu valor. Não é uma receita própria.
É por isso que cheira a demagogia, por mais trágicas que possam ser as situações individuais, o coro de lamentações do sector.
Uma coisa é a perda de clientes e de receita, outra é o aproveitamento do agravamento do IVA para campanhas que nem sequer abonam muito a favor da capacidade organizativa dos que se queixam.
Às televisões, no seu delírio diário em busca de más notícias, não ocorre fazer este tipo de perguntas aos que protestam.
Os políticos mais oportunistas e demagógicos aproveitam-nos para as suas campanhas políticas (como o BE ontem ou o PS há duas semanas e o PCP nos dias em que aceita que até pode apoiar os pequenos capitalistas do comércio).
E os comentadores, que sabem de tudo e de mais um par de botas, só se apercebem da realidade quando lhes convém. Quanto aos outros, que nunca tiveram de se organizar financeiramente em matéria de IVA, vão-se deixando enganar.
Mas quem conhece a realidade, e até por experiência própria, não consegue comover-se com a falsa questão que é o IVA da restauração.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Um monstro no jardim






Uma das maiores aranhas que vi "au naturel" por aqui até hoje, fotografada com "zoom". Deve ter sido depois comida por algum pássaro, a quem espero que tenha feito bom proveito.

domingo, 18 de novembro de 2012

Apresentação de "Triângulo" na Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha






















Com Palmira Gaspar (da Comunidade de Leitores das Caldas da Rainha) e durante a sessão


O que disse Isabel Jonet


Segundo li na revista "Sábado", Isabel Jonet, a dirigente do Banco Alimentar de que a "esquerda" não gosta, disse duas coisas: "Se não temos dinheiro para comer bifes todos os dias, não podemos comer bifes todos os dias" e "estamos a empobrecer porque vivíamos muito acima do que eram as nossas possibilidades".
Parece que também disse que se devia fechar a torneira enquanto se lavam os dentes.
Não compreendo que haja gente que se arrepie com (a) uma constatação óbvia; (b) o reconhecimento de um dos factores que conduziram à presente crise orçamental; e (c) uma opção de poupança doméstica mais do que razoável.
É preciso ser-se muito imbecil (ou ter-se muito dinheiro disponível) para criticar Isabel Jonet por ter dito o que disse.

sábado, 17 de novembro de 2012

"Triângulo" hoje na Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha




"Triângulo", o terceiro título da minha série "Não Matarás" (Asa, edição de Maria do Rosário Pedreira), é apresentado hoje às 15h30 na Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha, por iniciativa da Comunidade de Leitores das Caldas da Rainha.
A sessão será aberta por uma actuação de alunos do Conservatório da cidade.
"Triângulo", cuja história termina na Lagoa de Óbidos, segue-se a "A Cidade do Medo" e "Vermelho da Cor do Sangue".
O próximo volume, o quarto, intitula-se "Fragmentos" e tem ainda como cenário o concelho de Caldas da Rainha, antes de o principal protagonista da série (o inspector Joel Franco, da Secção de Homicídios da Polícia Judiciária) regressar a Lisboa, depois da tragédia pessoal que o atingiu.
"Triângulo" é o meu sétimo romance depois de "Crimes Solitários" (2004), "Ulianov e o Diabo" (2006), "O Clube de Macau" (2007), "A Guerra de Gil" (2008), "A Cidade do Medo" (2010) e "Vermelho da Cor do Sangue" (2011), publicado em Espanha com o título "Robo a un Banquero".
























sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Os pormenores da agregação de freguesias nas Caldas da Rainha (3): quem ganha e quem perde

 
Em todos os processos desta natureza, em que se confrontam opiniões, projectos pessoais, interesses legítimos e não legítimos, há sempre quem ganha e quem perde. E o processo de agregação das freguesias nas Caldas da Rainha, impulsionado pelo presidente da Câmara, Fernando Costa, com o ámen da Assembleia Municipal, também teve ganhadores e perdedores.
A cidade - na atrofiada dicotomia entre centro urbano e interior rural - ganhou e sobrepôs-se ao interior. Pouco importa se é tonta e provinciana a elite caldense que despreza e desconhece o interior e a costa atlântica. As duas freguesias da cidade absorveram freguesias do interior e aqui sim, neste esvaziamento da paisagem não urbana, onde as juntas de freguesia até hostilizavam os que vêm de fora, está a demonstração prática dos perigos reais da reorganização administrativa: não se dá maior importância ao interior e às suas populações pela união de freguesias irmãs mas submetem-se essas freguesias à pesporrência urbana.
Os campos e a costa perderam. Os serviços das futuras ex-juntas de freguesia não se deslocarão - vão ser absorvidos pelas estruturas existentes na cidade. A elite caldense abomina o cultivo da terra e o ar livre e o horizonte infinito da costa atlântica e nem sequer percebe a sua relevância em termos económicos e sociais.
As populações das ainda freguesias da Serra do Bouro, São Gregório e Salir do Porto perdem. Vão de casa às costas para a cidade. A população do Coto pode ganhar, com a sua agregação ao parceiro mais forte e não completamente urbano que é a Tornada.
Fernando Costa julgou que ganhava, pelo menos simbolicamente, com esta reorganização. Só o silêncio amedrontado ou ignorante dos que ainda governa é que lhe permitirá ganhar, como sempre tem acontecido: desta disparatada fusão reorganização de freguesias ao brutal aumento do preço da água.
Álvaro Jerónimo, o advogado que representa os investidores sem rosto do "elefante branco" previsto para a zona florestal da freguesia a cuja junta ainda preside, ganha com isto a possibilidade de se candidatar a uma nova freguesia, a que resulta da absorção da Serra do Bouro por uma das duas freguesias da cidade. Com sorte (para ele, e uma imensa dose de azar para todos nós) ainda chega a presidente da Câmara. Será um sucessor adequado aos últimos anos de Fernando Costa.
 
 

Os documentos da Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território (UTRAT), da Assembleia da República, podem ser encontrados aqui. O "Parecer" é o documento dos membros da UTRAT. O anexo 1 tem o mapa das freguesias do concelho e o anexo 2 o documento enviado pela Assembleia Municipal para o Parlamento com as opiniões de 11 das 16 freguesias das Caldas da Rainha.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Os pormenores da agregação de freguesias nas Caldas da Rainha (2): ninguém passou cartão às assembleias de freguesia

Conhecida a proposta do presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Fernando Costa, de unir freguesias sem contiguidade territorial e de pôr as freguesias urbanas a absorver as freguesias rurais, as assembleias de freguesia (AF) foram chamadas a pronunciar-se.
Das 16 existentes, pronunciaram-se 11.
As posições que assumiram estão contidas, um pouco desordenadamente, na comunicação enviada à Assembleia da República pela Assembleia Muncipal. E o que delas se pôde ver revela que ninguém lhes passou cartão.
A AF da Serra do Bouro (freguesia que vai ser absorvida pela freguesia urbana de Santo Onofre) reuniu-se a 1 de Outubro e produziu a opinião melhor fundamentada de todas, defendendo a agregação com as freguesias da Foz do Arelho, Nadadouro e Salir do Porto (freguesia a ser absorvida pela freguesia parcialmente urbana da Tornada) e invocando o facto histórico de ser uma das primeiras freguesias. Todas estas freguesias têm costa de mar (ou, no caso do Nadadouro, a Lagoa de Óbidos) e a sua união, em princípio, faria sentido. Poderá argumentar-se que nasceria assim uma freguesia enorme mas o certo é que as freguesias da cidade também vão ficar de papo cheio, à custa das freguesias do interior.
A AF da Foz do Arelho, em data que não se indica, não precisou de ocupar uma página A4 para fazer saber que não concorda com a lei mas que, não sendo afectada, não tem nada a ver com o assunto.
A AF de Salir do Porto, ainda em Setembro, foi rápida a pronunciar-se. Não queria nem extinção nem fusão mas não arguiu nada contra. Vai ser absorvida pela freguesia da Tornada.
A AF de Carvalhal Benfeito também andou pelo mesmo caminho. Ficando como está, limitou-se a decidir em 6 de Outubro que se opunha a "a qualquer tipo de agregação".
A AF do Nadadouro, na mesma data, produziu um extenso documento de quatro páginas rejeitando a fusão ou extinção da sua freguesia, que também sai ilesa da reorganização, numa lógica de "cautela e caldos de galinha".
A AF do Coto (condenada à absorção pela freguesia urbana de Nossa Senhora do Pópulo) decidiu em 29 de Setembro que seria melhor "ouvir a população", para esta manifestar "a sua vontade". Digamos que acordou tarde.
A AF da Tornada, em 28 de Setembro, exaltou as suas qualidades, rejeitou a extinção (de que já estava livre) e fez de conta que não recebia o bónus do seu alargamento até à costa atlântica e à baía de São Martinho do Porto por via da absorção de Salir do Porto.
A AF de Vidais, em 29 de Setembro, tem uma postura dúbia: critica a "TROICA" (sic), realça a oposição dos autarcas à reorganização das freguesias e pede à Câmara Municipal que faça a proposta "que melhor sirva o concelho".
A AF de Santa Catarina, em 18 de Setembro, diz que não quer ser extinta.
A AF de Santo Onofre figura neste lote de opiniões com uma posição tomada em 26 de Junho, em que defende a manutenção das 16 freguesias. Na proposta da Câmara viria a receber como presente de aproximação ao mar a Serra do Bouro.
A AF de Salir de Matos, em 24 de Setembro, ainda realça que a reorganização devia "envolver" também os municípios.
Este conjunto de votos piedosos foi, como se sabe, completamente inútil porque a Assembleia Municipal e a Câmara não lhes ligaram nenhuma.
 
 
Amanhã: quem ganhou e quem perdeu
 
Os documentos da Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território (UTRAT), da Assembleia da República, podem ser encontrados aqui. O "Parecer" é o documento dos membros da UTRAT. O anexo 1 tem o mapa das freguesias do concelho e o anexo 2 o documento enviado pela Assembleia Municipal para o Parlamento com as opiniões de 11 das 16 freguesias das Caldas da Rainha.

Provincianismo

Os dois "artistas" conhecidos por Gel e Falâncio fizeram mais uma das ofensivas que os caracterizam, brandindo um pénis de cerâmica ou de barro do modelo conhecido por "o das Caldas" para "receber" a chanceler alemã Angela Merkel. Não consta, no entanto, que o tivessem mostrado a J. Sócrates ou Teixeira dos Santos ou Mário Soares, os "pais" da nossa crise orçamental.
O "Jornal das Caldas" destaca a proeza na sua primeira página, extasiado com o pénis e um título todo contentinho da Silva: "Um falo das Caldas para a chanceler Angela Merkel".
Espera-se que se um(a) caldense for defecar fora do seu concelho, o "Jornal das Caldas" destaque do mesmo modo a internacionalização das fezes caldenses. De outro modo, esta apologia do pénis de Gel e Falâncio não passará de uma mera demonstração de provincianismo.
 
A minha opinião sobre os insultos à chanceler da Alemanha por ocasião da visita de Estado que fez ao nosso país está expressa aqui.

Apresentação de "Triângulo"



Este sábado, dia 17, às 15h30, na Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha, por iniciativa da Comunidade de Leitores das Caldas da Rainha.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

2 coisas que ficámos a saber sobre a "greve geral" "du jour"

 
1 - O sector público (e não foi todo...) parou. O sector privado parece que não.
2 - Segundo o ministro da Administração Interna, os petardos e as pedras atiradas contra a Polícia em frente ao Parlamento e o incêndio de caixotes de lixo nada tiveram a ver com a CGTP. A CGTP, porém, não confirma.

O regresso de Francisco José Viegas


Francisco José Viegas, a quem devo uma estimulante e vibrante apresentação do meu "Ulianov e o Diabo" em 2006, ao lado de Guilhermina Gomes, directora editorial do Círculo de Leitores, está de regresso com os seus inspectores da Polícia Judiciária, segundo anuncia aqui o "Público". Ainda bem! A literatura "policial" portuguesa precisa de mais autores, de reafirmar mais uma vez a sua vitalidade aos editores e de ir sempre ao encontro do público interessado.
 
 

Os pormenores da agregação de freguesias nas Caldas da Rainha (1): fundidos e mal pagos...

Estão já acessíveis a toda a gente os documentos da Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território (UTRAT), da Assembleia da República, relativos à reorganização das freguesias e a sua consulta confirma o que foi ficando bem visível ao longo de mais de um ano: a contestação idiota dos presidentes das juntas de freguesia e de todos os outros autarcas foi decisiva para que o resultado (pelo menos no que se refere a Caldas da Rainha) fosse tão mau como é.
Segundo a Lei 22/2012, de 30 de Maio, deveriam ter sido agregadas as freguesias de Nossa Senhora do Pópulo e Santo Onofre (as duas freguesias urbanas das Caldas Rainha) e a Tornada e quatro freguesias rurais que a Assembleia da República escolheria de acordo com o parecer da UTRAT.
Com os autarcas locais aos berros, a pensarem nos seus interesses e não nos interesses das populações, talvez tivesse sido essa a solução preferível: a cidade, relativamente pequena, passaria a ter uma única freguesia e ainda iria abranger a Tornada e as restantes 13 freguesias, todas elas classificáveis como rurais, teriam de ser reduzidas para 9.
Sem demagogia e com racionalidade, considerando o mapa do concelho e as opiniões das assembleias de freguesia, ter-se-ia decerto chegado a uma solução pacífica e razoável.
Não foi o que aconteceu e a proposta do presidente da Câmara Municipal, Fernando Costa, apareceu como única opção atirada à Assembleia Municipal.
Neste órgão, onde os presidentes das juntas têm assento, a discussão nunca foi além do "sim" ou do "não" à coisa, com enorme derramamento de lágrimas devido à "perda" das freguesias.
Depois, com o debate estupidamente transferido para as "contas de mercearia" de quantas freguesias se "perderiam", as assembleias de freguesia foram desprezadas e a proposta de Fernando Costa foi votada pela Assembleia Municipal de maneira estranhamente muito calma. Como se tivessem sido mais importantes eventuais conversas de bastidores do que o debate público.
Na sua votação de 11 de Outubro, a Assembleia Municipal decidiu-se, formalmente, pelas seguintes fusões: Coto e São Gregório com Nossa Senhora do Pópulo, Salir do Porto com Tornada e Serra do Bouro com Santo Onofre.
Como se pode ver pelo mapa, algumas destas freguesias são fundidas apesar de não terem qualquer tipo de contiguidade territorial.
É como unir duas propriedades por cima da propriedade de um vizinho que não quer ver o seu terreno fundido com os dos outros.

 
Esta situação não tem qualquer lógica mas o ofício da Assembleia Municipal para a UTRAT e o Parlamento, que inventaria tudo e um par de botas para defender a proposta de Fernando Costa a que deu o ámen, não se preocupa com o assunto e assume a tradicional posição do chico-esperto: se aquele menino fez, eu também posso fazer. Ou seja, como a Assembleia da República nunca se preocupou com a contiguidade territorial (por motivos que se desconhecem...), também não vamos ser nós a preocupar-nos.
Pelo lado da UTRAT, um grupo de 8 dos seus membros (que inclui 3 professores de Direito, além de engenheiros e economistas) também não se mostrou muito interessado no assunto e, no seu "parecer" de 5 páginas, assinou de cruz.
Portanto, para já, os caldenses ficaram fundidos e (como se costuma dizer) mal pagos.
Mas talvez tivessem ficado em melhor situação se as assembleias de freguesia tivessem sido ouvidas a tempo e horas e não, praticamente, já com o facto consumado.
 
 
Amanhã: o que disseram as assembleias de freguesia
Os documentos da UTRAT podem ser encontrados aqui. O "Parecer" é o documento dos membros da UTRAT. O anexo 1 tem o mapa das freguesias do concelho e o anexo 2 o documento enviado pela Assembleia Municipal para o Parlamento com as opiniões de 11 das 16 freguesias das Caldas da Rainha.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Amanhã: todos os pormenores sobre a fusão das freguesias de Caldas da Rainha

Histórias de advogados e de tribunal - cá não há porquê?

 
Duarte Lima, Vale e Azevedo, Isaltino de Morais, BPN, BPP, submarinos, "Face Oculta", Casa Pia, o engenheiro acusado de matar o genro a tiro...
Com tantos "casos mediáticos", a ausência de séries de televisão portuguesas sobre os meandros da lei e com os tribunais por cenário é um atestado de menoridade criativa dos produtores e guionistas de televisão, que ainda vêem nos modelos das telenovelas brasileiras um filão capaz de os enriquecer.
Estive a ver, recentemente, a temporada 3 da série "The Good Wife" e a temporada 4 de "Damages/Sem Escrúpulos" (praticamente ignoradas pelos canais por cabo portugueses) e não deixo de me surpreender com o modo como é possível juntar boas ideias, histórias bem contadas, actores novos e outros consagrados e cenários de estúdio para fazer episódios aliciantes, que valem por si mas que também fazem parte de histórias mais complexas.
E no Portugal das televisões isto não acontece porquê?...

O que penso das "greves gerais" da CGTP e do PCP

É com grande frequência que vejo nas estradas, sobretudo as secundárias, do concelho de Caldas da Rainha, carros já muito velhos além dos chamados "papa-reformas" (que são mais caros e não são para todos) conduzidos por idosos que se deslocam muito devagar, muitas vezes no meio da estrada e até tranquilamente na via contrária.
Percebe-se, e é natural, que já não têm os mesmos reflexos de outros tempos e que também não parecem ter a noção dos espaços e das velocidades. O caso mais recente foi o de um(a) idoso(a) ao volante de um velhinho Citroën
AX que seguia não à minha frente na mesma via... mas à minha frente... na outra via, de sentido contrário. Tive de buzinar, o que não gosto de fazer, para ultrapassar (a ideia de um embate desse carro que o projectasse contra mim não me agradava), a pessoa regressou à sua mão sem pressas, protestou quando eu passei... e voltou alegremente para a sua contramão.
Caldas da Rainha, como possivelmente todos ou quase todos os concelhos do interior, não tem uma rede de transportes públicos capaz fora da cidade. E mesmo os transportes públicos dentro da cidade são coisa recente.
Quem mora no interior e tem de tratar de tudo na cidade (quais juntas de freguesia, qual carapuça!) não tem alternativa senão recorrer aos familiares ou ter carro próprio. E muitas vezes já nem consegue conduzir. Mas é o que faz.
Lisboa e Porto, no entanto, têm transportes públicos, deficitários e com sindicalistas aristocratas que fazem greve para manter os seus privilégios e não para servir os interesses da população. Esses sindicalistas são os modelos actuais da aristocracia "operária" da CGTP e do PCP.
As "greves gerais" que marcam, como a de amanhã, não são para benefício da população mas para salvaguarda dos seus privilégios (pagos por nós todos ou pelos trabalhadores que ainda descontam para os sindicatos) e para tentarem cumprir as suas agendas políticas.
São "greves gerais" que nada têm a ver com o "país real".

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O "filme do prof. Marcelo"...

... tem erros factuais, que o blogue Blasfémias enumera.
Se é com vídeos destes que Marcelo Rebelo de Sousa vai fazer a sua campanha presidencial, os seus adversários nada terão a temer.
Afinal, não é cineasta quem quer.

domingo, 11 de novembro de 2012

"11/22/63", de Stephen King


A capa oficial e uma capa em jeito de alternativa
"11/22/63" - em português seria 22/11/63, ou seja, 22 de Novembro de 1963 (o dia em que morreu o presidente americano John Kennedy) - é o mais recente dos mais de cinquenta livros publicados por Stephen King e, possivelmente, o romance capaz de o tornar um autor simpático aos olhos dos sectores mais conservadores e menos disponíveis para histórias fantásticas, apesar de ser uma história de ficção científica, do domínio das viagens no tempo.
Neste caso, é a história de um professor que é compelido a viajar no tempo para evitar que Lee Oswald mate John Kennedy (nessa data fatal), o que dá origem a um outro tipo de viagem: "11/22/63" é indubitavelmente uma proeza literária, com as suas cerca de 850 páginas (na edição de bolso de Gallery Books, que tem as duas capas da imagem) de uma visita à América do final dos anos 50 e do início dos anos 60.
A especificidade americana de "11/22/63" tem condições para entusiasmar os leitores do país de origem de Stephen King mas pode ser menos interessante para os leitores estrangeiros, que não reconhecerão muito dos pormenores em que o autor se detém até chegar ao momento essencial.
"11/22/63" revela todas as qualidades de contador de histórias de Stephen King mas também confirma a sua tendência actual para se alongar na escrita quando talvez fosse mais recomendável alguma contenção.

("11/2/63" está publicado em Portugal pela Bertrand Editora, com o título "22-11-63".)

Câmara das Caldas não garante a salubridade da água da rede pública

 
É a única conclusão que posso tirar da ausência de resposta à pergunta que fiz, por escrito, aos Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha no passado dia 30 de Agosto.
Apesar da extorsão de que são vítimas os clientes dos Serviços Municipalizados, sujeito a um aumento brutal das taxas cuja utilidade não se compreende, a Câmara das Caldas não nos passa cartão.
Talvez seja necessária uma queixa ao Provedor de Justiça e à Deco...
 
Os meus "posts" sobre o aumento terrorista do preço da água e a incompetência dos Serviços Municipalizados estão aqui.

sábado, 10 de novembro de 2012

"Cornos": o ex-Harry Potter é Ig Perrish


Ig Perrish acordou com um par de cornos que vão dar cabo da vida de muita gente
 e permitir-lhe descobrir o mistério do assassínio da sua namorada Merrin

Shia LaBoeuf, o herói de "Transformers" (um mau "career move"), tinha sido o primeiro actor escolhido mas é afinal Daniel Radcliffe (o ex-Harry Potter) que vai interpretar no cinema o papel de Ig Perrish, o comovente herói do romance "Horns", de Joel-filho-de-Stephen-King-Hill, a quem nasce na testa um par... de cornos.
"Cornos" (a edição portuguesa, que traduzi para a colecção 1001 Mundos, da Gailivro/Asa, mantém o título original) é uma divertida história de terror, amor e vingança e a melhor obra de Joe Hill.
Com Radcliffe estarão a actriz Juno Temple (Merrin, a namorada de Ig) e realizador francês Alexandre Aja, que não precisa de transpor para "Cornos" o tom "gore" dos seus filmes. "Cornos", o filme, será lançado no próximo ano.

 

Os Verdes precisam de amadurecer

O agrupamento político conhecido por Os Verdes, que deve guiar-se pelo que ouve e pelo que lê e não pelo "país real", manifestou-se preocupado por a Mata Rainha D. Leonor não constar no "processo de classificação" do hospital termal das Caldas da Rainha.
Fica-lhes bem o sentimento mas é pena que não dêem também a devida atenção às implicações para o meio ambiente do megalómano projecto turístico previsto para a zona florestal da Serra do Bouro, onde em tempos não se podia construir e que continua a ser devastada pelos caçadores e pelo lixo mais variado que lhe calhando, das latas de atum vazias deixadas pelos ditos às fitas de plástico dos alegadamente ecológicos BTTs.
Nem, infelizmente, ao espectáculo das duas embarcações que continuam há meses estacionadas como aves de mau agoiro entre a Lagoa de Óbidos e da praia da Foz do Arelho sem que perceba porquê e para quê.

Os insultos a Angela Merkel

A luta política e o debate ideológico são uma coisa (e, às vezes, quanto mais vivos melhor) e os insultos e as ordinarices são outras. Mas o que se vê, no caso da visita de Estado da chanceler alemã a Portugal, é um desvario de insultos, de disparates e de ordinarices vindos de gente que, pela sua formação e até pelo contacto que mantêm com os mais variados públicos, deviam guardar algum recato de linguagem.
Angela Merkel é quem "assina" os cheques do empréstimo que o país todo pediu para, entre outras coisas, assegurar o funcionamento dos serviços públicos e do "Estado social" e os pagamentos das reformas, das prestações sociais e dos salários da função pública.
Grande parte do dinheiro que nos é emprestado é alemão e, no mínimo, é má educação cuspir na mão de quem empresta a Portugal o dinheiro de que o país necessita... e que beneficia todos aqueles que, como o funcionário público Francisco Louçã, chama "assaltante" à representante eleita de outro país com o qual Portugal mantém relações diplomáticas.
Mas, por outro lado, Angela Merkel é mulher, tem tendência para a obesidade, não veste bem e é um dos mais poderosos dirigentes políticos europeus (o que também é uma consequência do poder de um país que, num século, sobreviveu a duas guerras que devastaram o seu próprio território e absorveu na prática outro país e sem sobressaltos assinaláveis).
Também é isso que em grande medida a torna o alvo de gente que, noutras circunstâncias, se derramaria em uivos de protesto se visse uma mulher gorda e pouco bonita de cara a ser insultada... por ser gorda e pouco bonita de cara.
É significativo, entretanto, que essas mesmas criaturas vão poupando J. Sócrates, Teixeira dos Santos, Mário Soares e os outros iluminados socialistas que - com uma interrupção forçada de dois anos - governaram o país e desgovernaram o défice das contas públicas durante dezasseis anos quase consecutivos. Porque será?

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O borrifador de caracóis



O borrifador
O evento

Álvaro Jerónimo é presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro (a freguesia rural de Caldas da Rainha onde resido).
Tem a profissão de advogado e é também representante das duas empresas de capitais desconhecidos que querem investir 300 milhões de euros num projecto turístico megalómano que, a ir por diante, ocupará terrenos da sua freguesia e da freguesia limítrofe da Foz do Arelho.
Onde parece que não se podia construir até a Assembleia Municipal, onde ele também tem assento, ter aprovado uma alteração ao Plano Director Municipal que entregou uma substancial fatia de paisagem natural aparentemente protegida a esse empreendimento, que também poderá beneficiar de expropriações de propriedades na freguesia de cuja junta Jerónimo é presidente.
Por ter atingido o limite de mandatos, Jerónimo não poderia recandidatar-se nesta freguesia mas como a Serra do Bouro foi anexada por uma das freguesias da cidade de Caldas da Rainha, apesar de não ter qualquer contacto geográfico com ela, já vai poder recandidatar-se à junta de freguesia da nova freguesia.
Há quem diga que Jerónimo quer ser presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha.
Apesar de, como se vê, ser um homem ocupadíssimo, Jerónimo ainda tem tempo para um passatempo que o entusiasma: as corridas de caracóis.
Que não são bem corridas mas trepadas de caracóis porque os velozes animais são postos a trepar canas, estimulados por folhas de alface ou por borrifos oportunos.
O "Jornal das Caldas" (sem link para a notícia) faz a reportagem do evento desportivo. E nela vê-se o dinâmico presidente, advogado e representante empresarial a estimular o seu caracol, de borrifador em punho.
É uma imagem de elevado sentido histórico e de profundo simbolismo político.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Eleições antecipadas, PS com governo de "bloco central", tudo na mesma ou pior e "povo de esquerda" a dizer que sim...


Um vaticínio:
 
- O PS vai mesmo negociar com o Governo a redução da dimensão do "Estado social", para poder ter as coisas facilitadas no seu regresso ao poder e, ao mesmo tempo esticar a corda para provocar uma ruptura políca.
- O objectivo imediato do PS e do seu secretário-geral é provocar eleições antecipadas porque confia na vitória, mesmo que por uma margem pequena.
- Estas eleições, a acontecerem, serão também o seguro de vida político de António José Seguro contra António Costa.
- A derrota do PSD, mesmo com a sua passagem para segundo partido mais votado, levará à demissão de Pedro Passos Coelho do cargo de presidente do partido.
- O PSD terá uma nova direcção, disposta a uma aliança com o PS e a integrar um governo de "bloco central", com o CDS e "independentes" e o apoio óbvio do Presidente da República.
- O governo de António José Seguro vai aplicar o programa de diminuição do "Estado social" previamente negociado e medidas de austeridade ainda mais duras, devido a um segundo empréstimo ou à simples subida dos juros da dívida nacional
- Nessa altura, o "povo de esquerda" (à excepção de sectores do PCP, da CGTP e de radicalistas e franjas do BE) ficará mais apaziguado porque o PS, que como toda a gente sabe é de "esquerda", lá lhes saberá passar a mão pelo dorso.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Guias de vinhos (2): o que queremos saber


Acho que já comprei guias de vinhos, não sei se dois ou três, e nunca mais tive motivo para o fazer.
O que vi, e não me cativou, foram listas eventualmente exaustivas do que se designa por notas de prova sobre uma grande variedade de vinhos (e, às vezes, nenhuma sobre vinhos que já conhecia) e pouco mais.
Mas não era isso que eu procurava, e procuro, e muito menos as notas de prova que enaltecem os sabores a frutas, tabaco, suor de cavalo ou seja lá o que for que há quem consiga descobrir em vinhos... cujo sabor predominante deve ser a vinho.
Conhecendo muito bem o Dão e as suas características, por exemplo, interessa-me conhecer o que existe no mercado (e onde é que se vende e os preços), como foram feitos os vinhos, as castas e os "terroirs", os locais onde os vinhos podem ser provados e devidamente apreciados antes de os comprar e talvez mesmo o seu produtor e o seu enólogo e, na perspectiva de viajar, restaurantes onde os possa provar... e os produtores que permitem, e organizam, as provas.
Interessa-me saber - tendo presente uma viagem recente ao Dão - quais são as perspectivas dos produtores dos magníficos tintos da Quinta da Fata e o que pensa o seu enólogo, conhecer os projectos da Quinta da Espinhosa, em Vila Nova de Tázem, de onde sai um branco excepcional, perceber o que é que é melhor nas adegas cooperativas de Silgueiros e de Penalva do Castelo, saber o que mudou na Casa da Passarela em Lagarinhos (que ultrapassou uma fase muito má para produzir vinhos que, apenas com base na prova de um dos que tem mais saída, podia estar a ser produzido no Ribatejo ou mesmo no Algarve), ficar devidamente esclarecido sobre as vantagens que tem a Dão Sul de fazer vinhos com uvas de diversas proveniências (que faz com que tivesse sido obrigada a deixar de usar a designação "Quinta de Cabriz" para só usar "Cabriz), o que se perdeu com a entrega da produção das vinhas das propriedades do general Santos Costa, em Alcafache, às Caves Messias, a importância do Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão e quais os restaurantes de Viseu e de Nelas onde se encontram boas colecções de vinhos de Dão (como o óptimo Santa Luzia e o careiro Bem Haja).
Mas nada disto, nem em versões resumidas, se encontra nos guias de vinhos. E é pena.

domingo, 4 de novembro de 2012

Guias de vinhos (1): as ofertas crepusculares de quinta-feira

 
Não sou fã dos guias de vinhos que começaram a nascer como cogumelos nos últimos anos, talvez por ter assistido ao modo como nasceu e se desenvolveu uma publicação que terá sido pioneira na matéria... simplesmente por não haver outra.
O "Jornal de Vinhos" nasceu no âmbito do semanário "O Jornal", para onde fui trabalhar em 1986, e às quintas-feiras começou a verificar-se um fenómeno sugestivo: ao fim da tarde desse dia, quando "O Jornal" fechava e começava a haver pouca gente na redacção, a recepção enchia-se de caixas com garrafas de vinho destinadas ao "Jornal de Vinhos" que eram, em geral, as que apareciam mencionadas nas edições seguintes desse suplemento de "O Jornal".
Nessa altura, eu já tinha começado - sob a sábia inspiração de um colega e amigo extraordinário chamado Luís de Araújo - a alargar os meus conhecimentos sobre vinhos (e a ir procurá-los, e por vezes na sua boa companhia) e fazia-me sempre alguma confusão ver como os nossos colegas da porta ao lado pareciam ficar dependentes das ofertas das empresas produtoras, mais a mais estando certo de que a administração da Projornal lhes prodigalizaria algum fundo de maneio para a aquisição de vinho, naturalmente destinado às suas científicas notas de prova.

A Endesa também pede desculpa

 
Tenho pena de não guardar os pedidos de desculpas que vêm normalmente associados à correcção de certas situações... que só são corrigidas quando se protesta.
CTT, DGI, EDP, Interpartners Assistance, Ocidental, Optimus, PT, TMN e Vodafone fazem, pelo menos, parte do rol, a que agora se junta a Endesa, a fornecedora espanhola de electricidade que me dá ideia de ainda não ter percebido bem o que anda a fazer nesta lado da Península Ibérica.
Desta vez, o pedido de desculpas nasce do meu protesto contra o envio, irregular e caótico, das facturas de electricidade que vinham... quando vinham. O protesto também foi bem sucedido graças à intervenção da Associação Portuguesa de Defesa do Consumidor/Deco, que continua a ter um papel insubstituível na ajuda aos consumidores.

sábado, 3 de novembro de 2012

Touriga Nacional: o perigo da uniformização

 
A casta Touriga Nacional é uma das melhores castas tintas portuguesas, se não a melhor, e, em mistura virtuosa com as outras castas recomendadas para essas regiões, é a que garante a identidade única dos vinhos tintos do Dão e do Douro.
Nestas regiões começou também a ser utilizada como casta única, ou dominante, o que não é a mesma coisa, apesar de os rótulos não serem por vezes muito informativos. E no Dão - onde terá nascido - há belos tintos feitos apenas de Touriga Nacional (são genuínos e magníficos, por exemplo, os da Quinta da Fata, em Vilar Seco, no concelho de Nelas).
O êxito da Touriga Nacional e a sua valorização por parte de segmentos de consumidores deram origem a uma tendência perigosa: tal como antes a muito doce Cabernet Sauvignon era a casta da moda, também a Touriga Nacional começa a ser crescentemente utilizada em tudo quanto é sítio. E no Alentejo, que já tem a sua casta Castelão ou Periquita, torna-se moda, sozinha ou de mistura com a casta Syrah.
É possível que isto assegure mais vendas mas é preocupante constatar que também assegura outra coisa: o desaparecimento da individualidade das regiões e dos seus "terroirs". E, com isso, o vinho tinto torna-se todo ele igual. É um disparate que os produtores e os enólogos mais avisados deviam saber prevenir.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O rosto de "Divergente"



Shailene Woodley (fotografia retirada de Flicksandbits. 
Shailene Woodley, de 21 anos, vai interpretar o papel de Tris, a heroína da série "Divergente", que chegará ao cinema em 2014.
A actriz teve um papel de destaque em "Os Descendentes" e será Mary Jane Watson, a namorada do Homem-Aranha, no segundo e terceiro filmes da nova série com esta personagem da BD.
A adaptação ao cinema de "Divergente" vai substituir "The Hunger Games" na área das produções para os "jovens adultos". A produtora é, aliás, a mesma: a Summit Entertainment.

Uma asneira da TMN

Os cartões telefónicos SIM já não são como eram mas a atitude negligente das operadoras é que não muda.
Ao fazer um contrato com a TMN (depois de outras experiências, a operadora que me garante uma banda móvel menos estreita), que incluiu a aquisição de um telemóvel Nokia, foi-me enviado pela dita operadora aquilo a que agora se chama um "cartão mini-UICC SIM" (ou micro-SIM), sobre o qual diz o manual de instruções do citado telemóvel (X3-02): "Este dispositivo não suporta a utilização de cartões micro-SIM e a utilização de cartões SIM incompatíveis pode danificar o cartão ou o dispositivo e pode corromper os dados guardados no cartão".
O aviso foi-me reiterado numa representante da Nokia (a empresa TNC, onde um problema do telemóvel foi rapidamente resolvido, fazendo-me recuperar a minha fé na Nokia), com a indicação de que esta anomalia podia mesmo invalidar a garantia do aparelho.
Quantos mais casos destes haverá por aí?

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Os protestos sobem de tom...



15 de Outubro, Assembleia da República
(© Correio da Manhã)
30 de Outubro, Assembleia da República
(©TVI)

Uma estreia interessante: James Patterson e Janet Evanovich

James Patterson e Janet Evanovich são dos mais populares autores norte-americanos de "thrillers", com uma produção impressionante e recordes de vendas não menos impressionantes.
James Patterson ganhou maior notoriedade com o seu herói Alex Cross (personificado por Morgan Freeman nos filmes "A Conspiração da Aranha", de 2001, e "Beijos que Matam", de 1997, e agora regressado ao cinema no filme "Alex Cross"). Do que li deste autor guardei boas impressões e fiquei bastante curioso quanto ao seu recente "Zoo", que vou ler em breve.
Muito apreciadas pelo público feminino, Janet Evanovich e a sua heroína, Stephanie Plum, serão o equivalente do nosso tempo à Sue Grafton que, nos anos oitenta, criou a investigadora Kinsey Millhone e uma série de histórias com títulos que percorriam todo o alfabeto.
Os três primeiros lançamentos da Topseller
Foram estes os dois autores escolhidos pela editora Topseller para se lançar no mercado português e a iniciativa é de louvar.
James Patterson e Janet Evanovich poderão ser depreciativamente considerados por editores para quem os "best sellers" são um pecado mortal e o "thriller" é um género literário menor que "parece mal" editar (salvo se a moda assim o decretar) mas são capazes de fixar leitores e de, por essa via, abrir uma porta à literatura "policial" anglo-americana, que merece todas as atenções e que infelizmente está longe de ser uma área literária bem tratada pela generalidade dos editores.
Esta opção da Topseller, a ser bem sucedida, não será apenas positiva para a editora mas será também um contributo significativo para afirmar a importância e a dignidade da literatura "policial" e dos seus leitores.