quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Lixo público nas Caldas da Rainha (1): a Bandeira Azul serve para quê?

A praia da Foz do Arelho tem bandeira azul. E tem lixo, muito lixo, como o documentam estas fotos de Mário Rocha, que mostram como as entidades públicas das Caldas da Rainha se estão completamente nas tintas para um dos elementos turísticos que mais valorizam o concelho.
 


© Mário Rocha
 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Campeonato de demagogia a propósito da reforma das freguesias

"Tenho pena de ser o coveiro da minha freguesia. Há pessoas que andam a chorar à minha frente porque a freguesia vai acabar", diz o presidente da junta de freguesia de Santo Onofre, uma freguesia - note-se bem - que fica nos limites urbanos da pequena cidade de Caldas da Rainha.
A fusão de freguesias "empurra as pessoas para os centros urbanos", garante um dirigente local do PCP... como se o actual mapa das juntas de freguesias das Caldas da Rainha não obrigasse toda a gente a ir para cidade, onde está tudo, das estruturas públicas e privadas de saúde aos multibancos.
"Os presidentes de junta é que vão enfrentar a população que deixa de ter freguesia", proclama o dirigente do BE, como se os presidentes das Juntas de Freguesia não andassem há meses a "enfrentar" o Governo, a lutarem em desespero pelos seus cargos... para onde foram eleitos, contra o poder legislativo do Governo e da Assembleia da República.
Estas e outras "pérolas" saídas das bocas de criaturas que defendem as actuais juntas de freguesia, como se fossem os seus empregos e como se elas fossem coisa sua, foram eructadas numa sessão "contra a fusão de freguesias nas Caldas" promovida pelo PS que se transformou num verdadeiro concurso de demagogia.
A contestação à reforma das freguesias atingiu um tal nível de contestação por parte dos "proprietários" das Juntas de Freguesia que já mete nojo.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

EDP - A Crónica das Trevas (29)

Apagão tipo relâmpago às 19h15, daqueles que são mesmo pensados para f**** os electrodomésticos...

Mais uma ruptura, mais um remendo... o melhor dos Serviços Municipalizados das Caldas da Rainha

A minha rua tinha 23 remendos de, pelo menos, outras tantas rupturas da canalização subterrânea de abastecimento de água. Agora vai passar a ter 24, depois de mais uma ruptura acabadinha de acontecer numa rede completamente apodrecida e onde - apesar da fortuna em água que o PSD, o CDS e o PS nos obrigam a pagar no concelho de Caldas da Rainha - não há investimento nenhum em manutenção.

EDP - A Crónica das Trevas (28)

Apagões. Muitos. Ontem à tarde. Esta madrugada. Os electrodomésticos ressentem-se. Nós sentimo-nos literalmente gozados por uma empresa de electricidade... que não distribui electricidade. E pelos incompetentes idiotas que gerem este negócio sem o mínimo respeito pelos clientes que - é o tal "serviço público"... - não dispõem de alternativa.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"Os Sopranos"


James Gandolfini: não voltou a brilhar
depois de ter sido Tony Soprano
Não acompanhei "Os Sopranos" quando esta série passou na televisão portuguesa e só agora a vi, no conjunto das suas seis temporadas e cerca de 77 horas de emissão. Mas, como se costuma dizer, mais vale tarde do que nunca.
"Os Sopranos", que a HBO produziu entre 1999 e 2007, é contemporânea de "The Wire", também da HBO, e é um dos marcos da nova vaga da produção televisiva, combinando as histórias de "gangsters", o drama e a comédia social.
David Chase, o seu criador (que não parece ter conseguido obter outro êxito como este), apresentou-a como "A família redefinida" e a expressão aplica-se às mil maravilhas a este prodígio televisivo. Que, no entanto, termina num num final ambíguo que permite todas as leituras, inclusivamente a de que David Chase não conseguiu sair do labirinto criativo em que se enredou na segunda parte da sexta temporada.
Não obstante, é uma série notável, admiravelmente bem construída e melhor interpretada, que o passar dos anos em nada prejudicou.
 
David Chase:
desaparecido em combate
depois de "Os Sopranos"

 

"Criminal", de Karin Slaughter

Karin Slaughter é uma das mais interessantes autoras contemporâneas na área do "thriller", cuja obra mais recente ("Criminal") é um admirável "tour de force" onde se fundem as suas duas séries literárias: a que tem por herói Will Trent, o agente disléxico do Georgia Bureau of Investigation, e aquela em que o protagonismo principal é de Sara Linton (médica pediátrica e patologista).
 
Karin Slaughter (© Alison Rosa)
 Will Trent tem um passado misterioso, que aqui fica definitivamente revelado neste "Criminal" e Sara Linton ultrapassa de vez a fase de desânimo em que caíra depois do assassinato do marido (o chefe da Polícia de Grant County) e até a enigmática Amanda Wagner, a terrível chefe de Will Trent, tem mais tempo de palco. Se o início, em jeito de mosaico temporal, levanta algumas dúvidas, o desenvolvimento da narrativa e o final são prodigiosos.
Pelos habituais motivos que se desconhecem, e para mal de quem gosta do género, Karin Slaughter só conseguiu, infelizmente, ter dois livros publicados em Portugal ("Um Muro de Silêncio" e "Morte Cega").
Os pormenores sobre a autora, que é uma acérrima defensora das bibliotecas públicas, e a sua obra encontram-se em www.karinslaughter.com 
 

domingo, 26 de agosto de 2012

EDP - A Crónica das Trevas (27)

Dois apagões, um a seguir ao outro, por volta das 14h45. Será do sol?...

O iPad não vem com boas maneiras incluídas

Um casal mais velho mas com bom aspecto, uma adolescente loura e de corpo bem tratado, uma mulher que pode ser sua mãe, uma miúda de cinco ou seis anos capaz de estar sentada à mesa durante uma refeição inteira e finalmente um "jovem adulto", de cabelo encaracolado... e com boné, sempre de pala para a frente.
Estão todos sentados à mesa do popular (e respeitável) restaurante "O Cortiço", já fora da zona urbana de Caldas da Rainha, na sexta-feira à noite. Vieram num monovolume de muitos lugares e matrícula relativamente recente, vestidos como quem veio da praia mas tendo antes o cuidado de se porem com um "casual look" apresentável.
Manuseiam um iPad e a criança um telemóver vermelho cheio de aplicações. Comem com faca e garfo e sabem usar os guardanapos.
Não falam alto. Mastigam com a boca fechada. Não arrotam. Limpam a boca antes de beberem. Não coçam a cabeça com o garfo nem metem o dedo no nariz.
O "jovem adulto", que parece ser o proprietário do iPad (e que tanto pode ser o pai ou um irmão da criança) mantém o boné na cabeça durante todo o jantar. Às vezes, compõe-no e até parece ter calor na cabeça.
Mas não tira o boné da cabeça.
Porque ninguém lhe disse que é ordinário estar assim de boné à mesa em casa alheia? Ou porque tem qualquer coisa na cabeça (parasitas, eventualmente) que pode cair para o prato se tirar o boné?

sábado, 25 de agosto de 2012

Sete "nãos" sobre a RTP


Desculpem, eu sei que parece mal e que é politicamente incorrecto mas como estamos em democracia:

1 - Não frequento a RTP2 desde que passou as duas temporadas da malograda série "Roma".
2 - Não lhe vejo relevância cultural diferente do padrão dos jornais "de referência", ou seja, move-se ao sabor das brisas da moda.
3 - Não gosto dos telejornais da RTP.
4 - Não consigo ver em que é que o "serviço público" da RTP a distingue das televisões privadas. Aliás, não lhe vejo "serviço público" nenhum.
5 - Não noto que a RTP invista, ou de alguma forma estimule, a ficção televisiva nacional (e nem vale a pena ir buscar os bons exemplos da HBO).
6 - Não gosto de ver sair do Orçamento de Estado (ou seja, do dinheiro dos nossos impostos, no fundo) os milhões necessários ao sustento de um grupo de comunicação social tão comercial como os outros.
7 - Não gosto mesmo nada de estar obrigado a pagar a "taxa de radiodifusão".



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

EDP - A Crónica das Trevas (26)


Apagão às 18h35. Porquê?!

De Vila Nova de Tazem à Lagoa de Óbidos

Quando, há mais de vinte anos, pensei pela primeira vez em escrever histórias que pudessem ser publicadas (e em géneros então ainda menos considerados, como o fantástico ou o "policial"), achei que não havia em Portugal cenários capazes de suportarem ficções que requerem, às vezes, ambientes mais sinistros.
Conhecendo melhor o país, e não querendo circunscrever-me ao ambiente lisboeta, fui encontrando esses cenários e "Triângulo" aproveita dois deles.
Em Vila Nova de Tazem (nas imediações da Serra da Estrela, no distrito de Viseu) existe o Santuário de Santa Eufémia, que é uma construção enigmática cuja origem nunca consegui descobrir.
Foi aí, nesse cenário onde a arquitectura imponente contrasta com a paisagem agreste, que coloquei o Seminário de São João Baptista, onde o inspector Joel Franco se depara pela primeira vez, em criança, com um assassínio. É aí que Joel Franco regressa em "Triângulo", passando tanbém pela própria cidade de Viseu e por um ambiente muito mais agradável em Nelas (a Quinta da Fata, em Vilar Seco).
A Lagoa de Óbidos (que já tinha utilizado em "O Clube de Macau") é outro cenário sugestivo, que serve de palco a duas sequências decisivas em "Triângulo".
Vista do lado do Nadadouro (Caldas da Rainha), a Lagoa de Óbidos é uma superfície aquática tranquila mas o lodo que se acumula no fundo da lagoa, onde o assoreamento não está a ser eficazmente combatido, dá-lhe um aspecto de águas negras... que podem encobrir muitos mistérios.

Seminário de São João Baptista (capa de "Triângulo", © Pedro Garcia Rosado)
 

Aspecto do santuário (© Pedro Garcia Rosado)

"Triângulo" é o terceiro título da série "Não Matarás", depois de "Triângulo" e de "Vermelho da Cor do Sangue" (edição Asa) e está à venda esta semana.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cartões multibanco: a indignação não é para todos (1)

Gostava de ver as mesmas pessoas que se indignam por o Pingo Doce não querer aceitar pagamentos com cartão multibanco, a partir de certo valor, indignarem-se também por os CTT não aceitarem (nem terem) terminais de pagamento multibanco.

Um primeiro-ministro que bate na namorada, uma conspiração política, um assassínio desvendado, três amigos em rota de colisão

À venda, também em e-book
O inspector Joel Franco esteve internado em menino num seminário de Vila Nova de Tazem, e o assassínio do seu melhor amigo levou-o, em adulto, a entrar na Polícia Judiciária, de cuja Secção de Homicídios faz parte.
Agora, de posse dos elementos necessários à descoberta dos culpados desse homicídio, Joel parte numa missão privada à procura dos três homens que poderão ter sido os assassinos.
Entretanto, em Lisboa, o primeiro-ministro José Garrido espanca a sua enigmática namorada num acesso de fúria onde a cólera se funde com o prazer, e uma conspiração política comandada pelo ministro da Justiça e por um empresário poderoso avança a todo o vapor. Deste grupo faz parte Jaime Paixão, um velho amigo e colega de faculdade de Joel Franco.
E com eles cruzar-se-á Rosa Custódio, a inspectora-coordenadora da PJ, também colega de ambos na faculdade, a quem é confiada uma "task force" encarregue de investigar potenciais crimes que possam estar associados ao primeiro-ministro.
É assim que se inicia "Triângulo", o terceiro título da série "Não Matarás", depois de "Triângulo" e de "Vermelho da Cor do Sangue" (edição Asa).

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Cães, os mal-amados (2)

No rescaldo dos três casos de ataques de dogues argentinos a duas crianças (tendo uma delas morrido) e um adulto, o "Sol" publicou na semana passada elementos esclarecedores (link aqui): em cinco anos, foram registados 279 ataques de cães, que pelo texto sde supõe serem de exemplares potencialmente perigosos e perigosos; e segundo a base de dados da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária há 15662 cães potencialmente perigosos e 1437 perigosos registados.
Os números deveriam dar que pensar até porque - como terá sido, pelo menos, o caso do cão que matou no Porto uma criança de ano e meio - há muitos cães que não estão registados (nem têm o seguro que deviam ter). E poucos, muito poucos, devem ser os proprietários destes cães que cumprem outra das obrigações da lei de 2009, que é a de os cães frequentarem um treino de obediência e socialização.
Aliás, para terem efeito legal, este treino devia ser ministrado por profissionais "certificados".
Só que as únicas entidades que podem certificar esses profissionais são a GNR e a PSP... que nunca definiram como o farão. É significativo que estas polícias, lestas a aplicar multas sempre que podem, estejam há três anos sem cumprir o que a Lei, nesta matéria, lhes impõe.
O citado texto do "Sol" contém ainda um elemento interessante. Segundo um veterinário citado pelo jornal, as crianças muito pequenas (mesmo no agrupamento familiar em que o cão está inserida) são vistas pelo cão como se fossem outros animais e não lhes está associada a imagem de autoridade que, em circunstâncias normais, os adultos deviam projectar. Daí que certas atitudes infantis possam ser encaradas como agressões ou violações do território do cão, estimulando uma reacção agressiva.
Situações destas poderiam, de algum modo, ser também controladas pelos treinos de obediência e de socialização.
Mas é infelizmente uma minoria o número de adultos responsáveis que procuram estas actividades para os seus cães mas que se revelam muito vantajosas... e para todas as raças.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O "-se" morreu?

Ou perguntado, tecnicamente, de outra forma: os verbos reflexivos morreram, desapareceram, foram ilegalizados, foram declarados fora da lei, ficaram trucidados pelo "acordo ortográfico"?
Já não há "reuniu-se", "afundou-se", "encolheu-se" nem nada que se pareça. Há "reuniu", "afundou", "encolheu" e tudo o resto que se possa imaginar numa cavalgada de erros.
O campeão desta campanha específica de destruição da língua portuguesa é o "Diário de Notícias", onde parece que já nem há uma secção de revisão.
Apetece mesmo dizer uma coisa que acaba em "-se" e que, estranhamente, nunca perde o "-se"... 

Tony Scott não foi importante por ter sido o realizador de "Top Gun"...

... mas pelos outros 23 filmes onde se encontram os muito melhores "Fome de Viver" ("The Hunger"), "Romance à Queima Roupa" ("True Romance"), "Homem em Fúria" ("Man on Fire"), "Domino" ou "Imparável" ("Unstoppable").
E também por ter sido produtor e produtor executivo de dezenas de filmes e de séries de televisão ("The Good Wife", por exemplo), tendo trabalhado sempre com o irmão, Ridley Scott, numa parceria que deu origem à produtora Scott Free.
Ridley Scott (n. 1937) tinha um estilo e Tony Scott (1944–2012) tinha outro. Os dois completavam-se e o contributo de ambos para o cinema e para a televisão vai muito para lá dos títulos individualmente considerados dos muitos filmes que assinaram.
Chamar-lhe apenas "realizador de 'Top Gun'" e atribuir-lhe a nacionalidade americana, quando Tony Scott era inglês, não são lapsos. São manifestações profundas de uma ignorância sem limites nem vergonha.
Quem quiser saber mais sobre os dois irmãos não precisa de fazer mais do que ir ao IMDB (onde os títulos dos filmes até já aparecem em português, para facilitar o trabalho...) por meio destes links: Tony Scott e Ridley Scott.

(É interessante verificar como no "Expresso" não só se ignoram as circunstâncias reais da morte como se escreve no título que Tony Scott era inglês e no texto da notícia que era norte-americano...)

Boas notícias!

Custos elevados e exames obrigatórios reduzem caçadores a metade.

domingo, 19 de agosto de 2012

A confusão do IVA da restauração

Por um lado, é verdade que o aumento do IVA da restauração para os 23 por cento pode ter sido demais. Mas também me lembro de que a sua descida para esse sector em 1996 não serviu para baixar o preço das refeições.
E há casos demais em que um aumento de impostos tem levado à retracção das receitas fiscais porque o aumento do preço final leva a que haja menos consumo.
Mas faz-me uma grande confusão ver quem, em representação do sector, argumente que a restauração não tem dinheiro para pagar o IVA. Não tem... mas recebe-o e não tem de o entregar se não o receber. E o IVA destinado ao Estado, antes das muitas deduções que pode ter, é cobrado aos clientes.
É possível que o hábito do papel que "não serve de factura" torne difícil fazer as contas (como é que se contabiliza o IVA contido no preço de trinta cafés vendidos ao balcão sem documento contabilístico, ao fim de um dia?) mas qualquer pessoa obrigada a fazer pela vida e a cobrar IVA sabe que uma parte do que recebe é IVA e não há nenhum técnico oficial de contas que não saiba ensinar os seus clientes a fazerem o que devem fazer.

sábado, 18 de agosto de 2012

Plano Nacional de Leitura em versão expresso para a aristocracia intelectual

O "Expresso" decreta, hoje, que há cinquenta livros que todos devemos ler e faz um inventário, com as devidas justificações. 
É pena que não faça acompanhar a coisa de uma espécie de teste: quem leu menos de cinco livros desta lista é obviamente iliterato; quem leu menos de dez é anti-social; quem leu entre dez e vinte é vagamente culto... e por aí adiante.
Eu li oito ou nove desses títulos. E muitos, muitos outros, em alguns múltiplos de cinquenta. Mas claro: tudo fora deste cânone. E isso fará de mim o quê?

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Cães, os mal-amados (1)

A descrição é terrível:

"Que desgraça, foi um banho de sangue, Jesus!", diz outra vizinha, que pede também anonimato. "Havia sangue na sala, nos corredores, nas escadas, até a ambulância ficou toda manchada", diz a mulher. O cenário seria tão horrendo que "até os polícias e os auxiliares do INEM estavam chocados e comovidos".
Aconteceu tudo muito depressa: as crianças brincavam na sala e o cão estava fechado no terraço, que divide com outro dogue. Alguém se distraiu com a porta e um dos cães (só um atacou) avançou e abeirou-se das duas meninas. Por que razão atacou? A família não sabe e os donos do animal não quiseram prestar declarações, mas vizinhos dizem que "o cão estava a lamber a cara à menina, ela agarrou-lhe as orelhas e ele mordeu. E nunca mais largou".

Este foi, segundo o relato do "Jornal de Notícias" da passada segunda-feira, um dos ataques mais violentos de um cão a uma pessoa nos últimos tempos.
Mas não é o único e as notícias são frequentes, envolvendo cães de grande porte potencialmente perigosos em espaços confinados, de quintais (ou recintos onde ficam a fazer de cães de guarda) e de apartamentos, muitas vezes fechados em espaços exíguos e sem qualquer tipo de exercício.
Não estão "legalizados", servem muitas vezes de adorno ou de elemento de intimação e/ou de estatuto social, a socialização é reduzida e não têm qualquer tipo de treino ou de educação. As vítimas são, em geral, elementos mais fracos ou debilitados da sociedade (mulheres, muitas vezes idosas, e crianças).
A solução, que se saiba, é sempre a mesma: o cão - que devia ter tido outra vida - é executado, o dono (se existe e pode ser identificado... mas como?) pode ser multado. Pelo caminho ficou alguém estropiado, muito ferido ou mesmo morto.
E depois erguem-se as carpideiras: a lei existe mas não serve de nada, os cães não têm culpa (mas são eles que morrem) e há sempre outro cão fácil de obter para substituir o outro que, no fundo, cumpriu uma inglória função de arma ou de brinquedo.
A lei aplicável parece cheia de boas intenções mas indigna os que percebem que um dogue argentino, um pitbull ou um rottweiler podem ser tão treinados, educados e sociabilizados como um beagle, um cocker ou um boxer. E não chega para dissuadir os outros, os que não se preocupam com a lei e que fazem gala em passear com as suas "armas" de quatro patas sem qualquer tipo de controlo para mostrar que eles é que são bons.
Por difícil que seja, a questão tem muito a ver com a educação dos próprios donos e das pessoas, em geral.
Para muita gente, um cão possui-se, como um objecto qualquer. Com sorte, ou com dinheiro, aguenta-se o animal depois de ter crescido e depois de ter deixado de ser engraçadinho. Não se educa, não se compreende. Não há grande preocupações com o que come e em matéria de vacinas e de idas ao veterinário... nem vale a pena pensar.
Depois de ter protestado por não poder entrar num certame, eventualmente desinteressante, no Bombarral, fui bombardeado (além de insultos, consentidos pela Câmara Municipal do Bombarral) pela indignação de alguns para quem um cão (com trela e acompanhado pelos donos) num local público significa sempre excrementos colados às solas.
Quem assim pensa está mais próximo do que se pensa dos que utilizam os cães potencialmente perigosos: é gente que nunca teve educação sanitária, que não sabe o que ela é e que se calhar também defeca e urina na rua.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Insegurança infantil


Povoação de Campo, freguesia da Tornada, Caldas da Rainha
Mais à frente há uma escola do primeiro ciclo.
O caixote do lixo sobrepõe-se ao painel que indica a escola e o plástico pendurado a anunciar uma festa distrai as atenções.
E diante da escola a passadeira de peões em forma de lomba foi parcialmente destruída durante a reparação de mais uma ruptura da canalização pública. 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Uma pausa polémica a v(M)er a praia

Segundo relata o "Correio da Manhã" aqui, o médico e o enfermeiro tripulantes da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital das Caldas da Rainha estiveram na noite do passado dia 4 de Agosto, sábado, numa esplanada da Foz do Arelho. A polémica que já estalou pode ser acompanhada nos comentários à notícia no mesmo link.
Devem ser os mesmos que vão muitas vezes almoçar ao Restaurante Lisboa, na Zona Industrial, mas essa deslocação já não parece ser tão controversa.
A notícia não indica a hora do avistamento.

Tasquinhas desinteressantes

Fui ontem às tasquinhas da Expoeste, um imenso restaurante dividido por dezenas de colectividades e outras agremiações populares do concelho de Caldas da Rainha que é considerado pela Câmara e pela misteriosa entidade que é o Turismo do Oeste como o suprassumo da promoção turística.
Dei como habitualmente a volta aos pavilhões, à procura de qualquer peculiaridade gastronómica, e fui parar, também como habitualmente, à tasquinha do Arneirense, que é o que tem um serviço mais parecido com o de um restaurante normal e uma cozinha mais dinãmica.
O que me surpreendeu, nestes tempos de rigor fiscal, foi uma conta impossível de conferir que era apenas o papel que sai de uma simples máquina de calcular.
A visita à Expoeste foi, este ano, mais penosa.
O pavilhão absorveu o calor do dia e, combinado com a atmosfera sufocante de dezenas de cozinhas em funcionamento e o calor trazido por dezenas de visitantes, ficou criado um ambiente desconfortável. E nada bem cheiroso: ao cabo de uma hora já sentia a roupa a cheirar a fritos e nem sequer me encontrava numa das zonas mais expostas.
E os restantes pavilhões, representativos de diversas estruturas e actividades? Pois lá estão, poucos e sem grandes rasgos imaginativos e alguns dos que têm coisas à venda absolutamente desertos.
Incapaz de inovar, o certame das tasquinhas da Expoeste tornou-se desinteressante e desconfortável. Como, aliás, aconteceu - como aqui escrevi - com a degradação do Mercado Medieval de Óbidos, transformado agora em mais um recinto de tasquinhas.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Os contestários das portagens já foram longe demais

 
O que ontem aconteceu e que é relatado aqui é definitivamente inaceitável: o debate político não pode ser confundido com manifestações de violência, com insultos e com ataques a crianças.
Quem o faz - com a conivência directa e indirecta de partidos com assento parlamentar e de organizações sindicais - está a pôr-se à margem da democracia e do Estado de Direito. E, no mínimo, não só não merece qualquer tipo de respeito como perde toda a razão e mostra que é hostil à própria democracia.
Aliás, os contestatários das portagens da ex-"Via do Infante" já tinham perdido por completo a razão que, note-se bem, não é substituível pela militância partidária e pelo desespero político, quando escorregaram alegremente para a estupidez tipo Jardim quando afirmaram que não queriam o Presidente da República e o primeiro-ministro no Algarve. Agora foram longe demais.
A EN125 é uma coisa miserável e é pena que os activos manifestantes de agora não tenham começado, já há muito tempo, a exigir obras e a respectiva "requalificação".
Mas a alternativa para a EN125 não é uma auto-estrada à borla, suportada pelos nossos impostos e pelos impostos dos nossos filhos e dos nossos netos (na bela lógica das PPP do anterior governo, que estes contestatários não beliscam) e por todos os outros que já pagam portagens nas suas regiões.
Eu também gostava de circular à borla em toda a extensão da A8, fora da região em que resido, mas não o posso fazer. Nem vou exigir que venham outros pagar as portagens que estou infelizmente obrigado a pagar se quero circular em melhores condições. E garanto que são bem caras.
Além do mais, nisto tudo não há só uma questão de princípio.
Há também a questão da emergência nacional de um país sem dinheiro e de uma população que já passa "as passas do Algarve" para sobreviver todos os dias e que não pode ser obrigada a pagar os luxos dos algarvios.
E não é pela chantagem, pelas ameaças, pelos insultos, por protestos que assustam crianças, pela destruição da democracia e pela pura e simples má-criação que conseguirão impor uma opinião que, ela sim, é um ultraje feito ao resto do País.

domingo, 12 de agosto de 2012

Oliver Stone acha que a marijuana está legalizada em Portugal... há 40 anos

Oliver Stone, o realizador relativamente rebelde de "Salvador","Wall Street" e, no próximo mês, "Savages", em entrevista à revista "Empire" (edição impressa, Setembro 2012) sobre o consumo da marijuana:
"... Claro que a legalização faz parte da solução! Amsterdão e Portugal já a legalizaram há 40 anos. Estive em Amsterdão a fumar droga nos anos 60: era porreiro! Qual é o problema?"

sábado, 11 de agosto de 2012

Caldas da Rainha não gosta da Foz do Arelho

A praia da Foz do Arelho, com a sua ligação à Lagoa de Óbidos, marca a extremidade sul da orla costeira do concelho de Caldas da Rainha.
Partindo daí para o Norte, até Salir do Porto na sua ligação a São Martinho do Porto, são vários quilómetros de uma paisagem deslumbrante onde o Oceano Atlântico se combina com falésias e terrenos quase em estado selvagem e de onde se podem ver Peniche, a Nazaré e as Berlengas.
Com excepção de São Martinho do Porto (que devia regressar a este concelho, onde já esteve integrado), esta extensão territorial é uma das grandes mais-valias turísticas das Caldas da Rainha. Mas é, também, a que é pior tratada.
A Foz do Arelho é uma praia amena e simpática que, mesmo sem promoção adequada, ganha uma população flutuante de milhares de pessoas em Agosto. Mas não tem estacionamento e a experiência de um autocarro gratuito de transporte para a praia, que foi uma boa ideia da Câmara Municipal, perdeu-se ingloriamente.
Na rotunda entre a Foz do Arelho e a Estrada Atlântica (mais conhecida por "Rotunda do Greenhill") havia um miradouro natural, de onde se podia ver a praia, a Lagoa de Óbidos e o mar. A Câmara contratou obras, das tais "de requalificação", há vários meses. Hoje em dia as obras estão paradas e o miradouro está inacessível.
O turismo e a promoção turística vivem, às vezes, de coisas muito simples. A Câmara das Caldas e a tal Turismo do Oeste não o percebem. Ou então não gostam da Foz do Arelho. Ou nem sabem que esta praia existe. Ou apostam na retaliação contra o presidente da Junta de Freguesia local. Ou as quatro coisas juntas.
Talvez lhes fizesse bem deixar os balcões das tasquinhas da Expoeste e irem dar uma volta até à Foz do Arelho...

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

XXIV Festival do Vinho Português e XIX Feira Nacional da Pêra Rocha: abaixo de cão

Fui ao Bombarral para ver o XXIV Festival do Vinho Português e a XIX Feira Nacional da Pêra Rocha. A Mata Municipal não foi difícil de encontrar. A entrada para o "festival" e para a "feira" mostrava um acesso de terra escura e poeirenta e um letreiro a anunciar churros. Uma barraquinha com um escuteiro apresentava-se como "bilheteira".
Fui mas não entrei.
Levávamos connosco a nossa Joaninha, uma cocker spaniel preta e branca (oficialmente azul-ruão) com 50 cm de comprimento,16 cm de altura , uma boa disposição inesgotável e uma educação quase irrepreensível. E não entrámos. Porque no sítio não podem entrar cães. Nem valia a pena perguntar porquê. Voltámos para trás.
Ia preparado para comprar vinho e para jantar (duas pessoas ) no local.
Mas os nossos euros não ficaram lá. Nem nunca ficarão. O vinho português e a pêra rocha não merecem esta tacanhez de espírito - os resíduos de plástico podem ficar, os seres humanos podem urinar à vontade e cuspir para o chão mas os cães não podem entrar.
Há países civilizados que dão ao turismo (interno e externo) a atenção que ele merece e que sabem acolher todo o tipo de turistas.
A atitude de gente como esta para com pessoas acompanhadas de cães revela a sua verdadeira essência: uma abjecta falta de civilização. E uma absurda insensibilidade.
Que, aliás, é completada por entradas pagas que, manhosamente, nem sequer são citadas na publicidade à coisa. Se calhar por não pagarem impostos sobre essas receitas. 
Aliás, por mim, não me importaria de ter pago entrada para a Joaninha. Eles ganhavam mais. Mas também não devem precisar do nosso dinheiro. Tal como eu não preciso deles para apreciar o vinho português e a pêra rocha. Portanto: bardamerda.

EDP - A Crónica das Trevas (25)

Apagão às 18h50.

Porque não gosto dos CTT (27): completa impunidade, com cobertura da Anacom

Como várias outras empresas, a empresa CTT também está sujeita a uma entidade reguladora que é a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), "que avalia todos os anos até que ponto os CTT cumpriram os níveis mínimos de qualidade".
Na sequência de uma queixa que apresentei à Anacom, comuniquei a esta entidade que os tempos de espera na (única) estação dos CTT são inaceitáveis, podendo ultrapassar a meia hora e em condições completamente hostis, sobretudo para pessoas mais fragilizadas e idosas, e em praticamente todos os dias da semana e ao longo de todo o horário de atendimento.
A resposta da Anacom foi surpreendente: "o que conta para a nossa avaliação é o tempo médio de espera no atendimento ao longo do ano e não o tempo de espera num caso concreto" e a minha reclamação será "tida em conta para a avaliação no final do ano". A Anacom não diz quem faz essa "avaliação". Mas não estou a ver alguém a andar a espreitar ao vivo as miseráveis condições de atendimento de numerosas estações dos CTT por esse país fora.
Por isso, não custa a crer que seja a própria empresa CTT a encarregar-se da sua próprias "avaliação". Em mais uma magnífica demonstração da impunidade completa de que usufrui. 

Afinal o PCP não votou a favor do aumento do preço da água...

Foi necessário escrever isto (aqui neste blogue e em carta no jornal local "Gazeta das Caldas") para o PCP revelar que afinal até tinha votado contra o aumento do preço da água neste concelho de Caldas da Rainha. Sabe-se agora, nove meses depois da votação na Assembleia Municipal, mas se considerarmos que o PCP ainda não percebeu que o Muro de Berlim foi derrubado... bem, nove meses nem é muito tempo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

"O Cavaleiro das Trevas Renasce", de Christopher Nolan


"O Cavaleiro das Trevas Renasce" ("The Dark Knight Rises") é uma proeza cinematográfica e uma combinação magnífica de filme de acção com super-heróis e de história dramática, construído quase sem falhas. A trilogia dedicada a Batman por Christopher Nolan é, no seu conjunto, o que de melhor foi feito na transposição da banda desenhada dos super-heróis para o cinema e define um padrão de elevada qualidade para tudo o que se vai seguir, quer a nível da DC/Warner Bros., quer da Marvel/Walt Disney.
É interessante ver como o público e a crítica de cinema a sério gostaram deste filme e depois reparar nas melancólicas cogitações dos críticos portugueses, que são capazes das maiores excitações perante pornochanchadas de arte e ensaio mas que ficam arrepiados perante um espectáculo cinematográfico extraordinário e construído com inteligência.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O Sr. António Carneiro responde a quem pede promoção turística com o que não existe...

O presidente da Junta da Freguesia da Foz do Arelho (uma praia do concelho de Caldas da Rainha que bem precisava de ser melhor tratada) queixou-se de nada ser feito em matéria de promoção por essa fantasmática entidade denominada Turismo do Oeste, como aliás se deviam queixar todos os presidentes das juntas de freguesia de toda a Região Oeste.
O que o presidente (ou proprietário?) do Turismo do Oeste, o enigmático Sr. António Carneiro, achou por bem responder (ao "Jornal das Caldas") foi: "Pergunte-lhe quanto é que o presidente da junta pagou para ter uma fotografia da Foz na capa da revista do 'Expresso'. Foi pago por nós".
É uma resposta estranha que, verdadeiramente, não é resposta porque não me lembro, pelo menos desde que resido no concelho de Caldas da Rainha, de ver uma única fotografia da Foz do Arelho na capa da revista do "Expresso".

terça-feira, 7 de agosto de 2012

EDP - A Crónica das Trevas (25): desperdício

Às 6h20.
O dia já nasceu, o céu está quase limpo.
A iluminação pública está ligada, como se ainda fosse noite.
Porquê?

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

"Triângulo": à venda a partir de 20 de Agosto

O terceiro título da colecção "Não Matarás"
depois de "A Cidade do Medo" e "Vermelho da Cor do Sangue"
 e o meu 7.º "thriller". Disponível também em e-book em www.leyaonline.com

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

"The Saint Zita Society", de Ruth Rendell

Ruth Rendell não é apenas, e talvez nunca o tenha sido mesmo que não se invoque o seu "alter ego" Barbara Vine, uma autora apenas de "policiais".
Nos seus livros há um retrato paciente da sociedade britânica e uma segunda leitura das suas obras - porque à primeira leitura é quase impossível fugir à pressão de saber o que se vai passar a seguir -, dos casos de Wexford ao mais recente "The Saint Zita Society", permite ter um retrato da evolução social, económica e até política de Inglaterra.
O recentíssimo "The Saint Zita Society" é, mais do que um "thriller",  uma crónica de costumes, com crimes diversos e uma teia de personagens onde triunfam as pessoas piores e tombam as melhores, com um fim em aberto... tão em aberto como as próprias vicissitudes da sociais e individuais. E lê-se de um fôlego.
Com 82 anos, Ruth Rendell, baronesa Rendell, membro da Câmara dos Lordes e apoiante do Partido Trabalhista, autora de mais de seis dezenas de romances, é uma das mais extraordinárias escritores de sempre e é pena que se tenha transformado numa desconhecida em Portugal, porque - segundo fonte bem informada - deixaram de ter os favores do público comprador de livros. Talvez por as suas obras serem apresentadas como "policiais"?

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

expetadores

Sei o que são espectadores. Percebo que os que espetam e os espectadores à moda do "acordo ortográfico" sejam espetadores. Mas "expetadores" era coisa que ainda não tinha visto.
A palavra aparece no jornal local "Jornal das Caldas", com este link e estando o texto fechado a visitantes não registados... talvez para ninguém reparar na asneira.